Riachos
secam no Uruguai
700
mil hectares de eucaliptos estão secando pântanos, riachos
e afetando o lençol freático das regiões de Mercedes
e Fray Bentos, no Uruguai.
É triste ler sobre as lembranças de um morador, que pescava
em rios hoje secos, onde havia locais em que os cavalos tomavam banho.
Os poços, que antes tinham 10m de profundidade, hoje têm
que ter 48m. Casas foram abandonadas e escolas fecharam devido ao êxodo
rural.
As empresas responsáveis pelo plantio são multinacionais
da Espanha e da Finlândia, com o objetivo de fabricar papel.
Os parlamentares, a favor desse modelo de "desenvolvimento",
contaram, no início, com o apoio da população, pois
o discurso era de que a implantação dessas empresas iria
trazer empregos para a região. E hoje relutam em impedir o crescimento
dos plantios.
Uma empresa sueco-finlandesa já comprou 48 mil hectares para implantar
essas florestas no Brasil.
Além dos efeitos que os eucaliptos trazem ao ambiente, ainda existe
o problema dos resíduos produzidos pela indústria de papel,
efluentes tóxicos e corrosivos. O governo Argentino entrou com
uma reclamação perante o Tribunal de Haia, pela poluição
do Rio Uruguai que corre na fronteira entre os dois países, mas
a decisão foi favorável ao Uruguai. Os protestos continuam,
em 20 de abril uma ponte sobre o Rio San Martín foi fechada por
milhares de pessoas.
Fonte:
Correio Braziliense, terça-feira, 06/05/2008
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