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Poema do Oprimido
Matam-me
a criança que em mim ensaia um sorriso Pisam-me
os calos para que eu não me alegre, Chamam-me
de bobo quando faço graça, Fazem-me
gracejos quando a dor me dilacera o peito, Convencem-me
que faz mal sentir saudades, Ensinam-me
que é feio ficar triste, Dizem-me
para amar quando sinto ódio, Cobram-me
a competição e o desamor, Depois,
onipotentes, Autor
desconhecido |