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VELA NO BREU

Paulinho da Viola

Ama e lança chamas, assobia quando bebe
Canta, quando espanta; mau olhado, azar e febre
Sonha colorido, adivinha em preto e branco
Anda bem vestido, de cartola e de tamanco

Dorme com um cachorro, com um gato e um cavaquinho
Dizem, lá no morro, que fala com um passarinho
Desde pequenino, chora rindo, olha pra nada
Diz que o céu é lindo, na boca da madrugada

Sabe medicina, aprendeu com sua avó
Analfabetina, que domina como só
Plantas e outros ramos da flora medicinal
Com 108 anos, nunca entrou no hospital

Joga capoeira, nunca brigou com ninguém
Xepa, lá na feira, divide com quem não tem
Faz tudo o que sente, nada do que tem é seu
Vive do presente, ascende a vela no breu