05/05/2007
Forum de Florestas da ONU firma acordo mundial proposto pelo Brasil
A 7ª Sessão do Fórum de Florestas das Nações
Unidas foi concluída no último dia 29 de abril com um
fato inédito: a aprovação de um acordo internacional
em torno de quatro objetivos essenciais à conservação
das florestas e à melhoria da qualidade de vida das populações,
sobretudo daquelas que extraem seu sustento diretamente da natureza.
Tanto o acordo quanto os objetivos acatados depois de debates, foram
sugestões feitas pelo Ministério do Meio Ambiente do Brasil.
O acordo será agora submetido - para aprovação
- à Assembléia Geral da ONU. Quando isto ocorrer, automaticamente
os países em todo o mundo ficarão moralmente compromissados
a alcançar aqueles objetivos. São eles: 1) Reverter a
perda de cobertura florestal; 2) Fortalecer os benefícios econômicos
relacionados às florestas e à qualidade de vida das populações
que delas vivem; 3) Aumentar o tamanho das áreas de floresta
protegidas, bem como a prática do manejo florestal sustentável
e a proporção de produtos provenientes do manejo 'inteligente';
4) Aumentar o volume de recursos para financiamento dos planos de manejo
sustentável e das ações de conservação
florestal.
Segundo o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro (SFB/MMA),
Tasso Azevedo, o acordo traz à luz objetivos nacionais e de cooperação
fundamentais para que o mundo avance na melhoria das condições
gerais de vida do Planeta, a meta primordial. "A cooperação
entre as nações será determinante para aumentar
o volume de recursos financeiros para a área ambiental. Para
elevar a qualidade das intervenções técnicas. E
para propiciar a transferência de tecnologia entre países
para melhorar os processos de conservação e manejo",
diz Tasso Azevedo, que representou o Brasil na 7ª Sessão
do Fórum de Florestas, realizada em Nova York.
"Durante o Fórum, o Brasil reafirmou sua posição
em respeito à soberania dos países em relação
às suas florestas, ao mesmo tempo em que reconheceu a necessidade
da realização de um esforço global, a exemplo do
que o Brasil vem fazendo, destinado a apoiar outros países a
conservar suas florestas e a adotarem técnicas de manejo e de
desenvolvimento sustentável", afirma Tasso Azevedo.
Além do acordo e dos objetivos, lembra Tasso Azevedo, o Fórum
definiu um plano de trabalho. Deste ano até 2015, a cada dois
anos, seus membros se encontrarão para revisar os progressos
esperados em relação aos quatro objetivos, além
de tratar de questões específicas que surjam durante o
processo. No primeiro encontro, em 2009, dois temas já foram
decididos para análise do grupo: Florestas & Clima e Florestas
e Unidades de Conservação.
Segundo Tasso Azevedo, o Brasil vem desenvolvendo políticas
públicas, com resultados concretos, para atingir os quatro objetivos
aprovados no acordo no
Fórum da ONU. Alguns exemplos: Com a colocação
em curso do Plano de Prevenção e Combate ao Desmatamento
na Amazônia (PPCDAM), o governo federal conseguiu reduzir a taxa
de desmatamento ilegal na Amazônia em 52%.
Em 2006, um recorde histórico: o Brasil plantou 627 mil hectares
de florestas de produção. Pela primeira vez, foram plantados
mais de um bilhão de árvores em um único ano, ao
mesmo tempo em que a participação dos pequenos produtores
na área plantada atingiu 25%, superando em muito os 7,8% alcançados
em 2002.
Nos primeiros quatro anos do atual governo, o MMA criou mais de 20
milhões de hectares de áreas protegidas, alcançando
cerca de 60 milhões de hectares protegidos em todo o território
nacional. O governo aprovou a criação do Distrito Florestal
da BR-163, onde serão desenvolvidas técnicas de manejo
sustentável. Criou sistemas de monitoramento por satélite,
como o Detecção em Tempo Real (Deter). Propiciou o surgimento
do Fundo de Compensação Ambiental, gerenciado pela Caixa
Econômica Federal, abastecido com contribuições
financeiras de empresários responsáveis por empreendimentos
que causem impacto ambiental.
O governo brasileiro também se colocou à disposição
daqueles países que desejarem tecnologias adotadas na conservação
das florestas e na extração de
riquezas naturais sem destruir as florestas nacionais.
(Fonte: Ascom / MMA)
Instituto para o Desenvolvimento Ambiental - IDA
http://www.ida.org.br
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