Prof. João Couto
2.3 MICROSCOPIA
A
descoberta das células. A história da citologia, na realidade,
acompanhou a história do microscópio. À medida que aumentava
a qualidade daquele instrumento, aprendia-se cada vez mais sobre a estrutura
celular. As primeiras observações de células foram feitas
no século XVII, por Robert Hooke (um dos maiores gênios das ciências
experimentais do século), na Inglaterra, e Anton Von Leeuwenhoek, na
Holanda. Ambos transformaram a fisionomia das ciências biológicas
mais ou menos no que conhecemos hoje. Eram áreas do conhecimento de
interesse nos estudos de Hooke física, química, paleontologia,
astronomia, arquitetura e tecnologia naval. Trabalhou com Robert Boyle nas
experiências com a física dos gases, inventou e aperfeiçoou
instrumentos meteorológicos como o barômetro, o anemômetro
e o higrômetro. Um de seus maiores inimigos era sir Isaac Newton, Usava
em suas observações um dos melhores microscópios compostos
da época e publicou resultados no livro Micrographia (feixes de luz
permitem a observação das microestruturas vivas por eles atravessadas),
em 1665. Desenhou esponjas, insetos, briozoários e penas de aves. Leeuwenhoek
era tudo, menos cientista, Foi comerciante de tecidos, provador de vinhos
e funcionário público em sua cidade.
Influenciado pelo Micrographia, começou a fazer observações
com microscópios slimples (com apenas uma lente), de sua própria
fabricação. Escreveu várias cartas à Royal Society
de Londres, à qual pertenciam Boyle, Newton e Hooke, descrevendo seus
resultados. Suas detalhadas cartas em holandês eram traduzidas para
o inglês e/ou latin, e depois publicadas pela própria sociedade.
São deles as primeiras descrições de espermatozóides
(por ele chamados de animálculos), bactériias e protozoários.
Fez as primeiras observações detalhadas de glóbulos vermelhos
do sangue humano. Chegou a observar em material de sua placa dentária
seres que se moviam ativamente abaixo de suas lentes. Dentre as visitas que
recebia de curiosos por conhecer células e seres por ele descritos,
em 1698 mostrou a circulação sanguínea nos capilares
de um peixe ao czar Pedro, O Grande, da Rússia.Acabou sendo admitido
como sócio da Royal Society sem ter assistido às sessões.
Usou lentes simples, polidas por ele, conseguindo imagens mais nítidas
e ampliadas que as de microscópios compostos.
Construiu mais de 500 microscópios. Os compostos contam com jogo de
lentes oculares e objetivas. O micrótomo permite o corte de estruturas
nessas dimensões micrométricas, ou seja, tendo a milésima
parte do milímetro como referência..No século XIX foi
enunciada por Schleiden e Schwann a teoria celular - todo ser vivo é
formado por uma ou mais células - completada por Virchow: qualquer
célula provém de outra pré-existente. Com o advento do
microscópio eletrônico (feixes de elétrons, no vácuo,
fazem a varredura das ultraestruturas sem vida), descobriiu-se os vírus.
Corante básico (tem Ph acima de 7.0, ou seja, com menor concentração
de H+ que de OH-), a hematoxilina cora de azul todas as regiões ácidas
da célula, como o núcleo e os ribossomos. A Eosina, rosa e ácida,
cora o citoplasma (que é alcalino ou básico).
O microscópio eletrônico, usado no estudo das células
desde 1946, utiliza feixe de elétrons para aumentar o poder de resolução
(capacidade de visualizar imagens) de 1 500 para mais de 300 mil vezes, apesar
de o material não poder ser vivo. O microscópio eletrônico
de varredura permite observações tridimensionais. As unidade
utilizadas nessas medidas são o nanômetro, que é a milésima
parte do micrômetro, que por sua vez o é do milímetro.
2,4 MEMBRANA PLASMÁTICA
São algumas diferenças entre as células a presença de plastos, vacúolos vegetais e parede celular nas vegetais, e lisossomos e centríolos nas animais. Entretanto, em ambas (e nos demais reinos celulados) encontra-se uma ultra-camada lipoprotéica, semipermeável e com capacidade de regeneração. Por ela transitam substãncias como íons menores (solutos, isto é, aquilo que é dissolvido por solvente), que por difusão passam do meio hipertônico (mais concentrado) para o hipo (menos), buscando a isotonia entre diferentes meios. Quando as moléculuas são maiores como a glicose e aminoácidos, há que participar facilitador (proteína globular mergulhada no mosaico fluido da mambrana ou teca), caracterizando a difusão facilitada. Ainda respeitando o sentido do fluxo natural, osmose é a passagem de solvente do meio hipotônico para o hiper. Já o transporte ativo, envolve gasto de energia (queima de ATP) para manter fora o sódio e dentro o potássio. Acredita-se que uma proteína da membrana seja a bomba capaz de ligar-se tanto a um quanto ao outro, garantindo a transmissão do impulso nervoso. Por fim existe o transporte em bloco: endocitoses (fagocitose é o englobamento de partículas sólidas ou fagos, e a pinocitose é relativa a partículas líquidas) e exocitoses (a defecação celular ou clasmocitose).
2.4 CITOPLASMA
É
constituído de material viscoso, o hialoplasma, no qual se encontram
estruturas consideradas vivas chamadas protoplasma (orgânulos) e inclusões
(paraplasma). O exoplasma é mais gel que o endoplasma (sol), podendo
haver alteração momentânea nessa condição,
a tixotropia, o que permite a ocorrência de endo, exocitoses.e movimento
amebóide. A ciclose é movimento de plastos ao redor do vacúolo.
O retículo endoplasmático é rede de túbulos e
sáculos que facilitam as reações enzimáticas,
armazenam, transportam, sintetizam lipídios (REL ou REA: liso ou agranular)
e proteínas (RER ou REG: rugoso ou granular: ribossomos associados
a fita de RNA ribossomal, chamados polissomos ou poliribossomos), ligando
as membranas plasmática e nuclear (carioteca).
Ribossomos são grânulos constituídos por RNA e proteínas
que podem também ser encontrados aderidos à face externa da
carioteca, ou livres no hialoplasma.
Sistema golgiense é constituído por varias unidades ou dictiossomos,
e estes por pilhas de cinco ou mais sacos achatados de membrana lipoprotéica
e regulares, brotando vesículas em suas bordas, secretadas como muco,
lamela média, polissacarídeos, acrossomo dos espermatozóides
e lisossomos.
Lisossomo é pequena vesícula de membrana lipoprotéica
que contém enzimas como carboidrases, lípases, proteases, nucleases
e fosfatases, sem ser digerida por elas. Cada proteína é sintetizada
no RER e transportada para o complexo golgiense, que a empacota e secreta
como lisossomo primário. Associado ao fago englobado se transforma
em vacúolo digestivo ou lisossomo secundário. As moléculas
aproveitáveis pela digestão difundem-se no citoplasma, e o restante
é clasmocitado ou defecado por vacúolo contrátil ou pulsátil.
Material celular danificado ou desnecessário como o excesso do tamanho
das mamas após a amamentação, a cauda dos girinos e mitocôndrias
podem ser digeridos por lisossomos, chamados vacúolos autofágicos
au suicidas celulares. A silicose, ingestão de partículas de
sílica que rompem a membrana lisossômica, liberando enzimas digestivas
que causam fibrose, impedindo a troca gasosa. Após a morte de uma célula
seus lisossomos vão se rompendo e digerindo o material celular concomitantemente
com bactérias da decomposição.
Peroxissomos são lisossomnos repletos de peroxidases como a catalase
que elimina a água oxigenada (peróxido de hidrogênio)
resultante de algumas reações celulares, que é tóxica
e mutagênica (altera material genético). Nos fígados e
rins são grandes e eliminam moléculas tóxicas como o
álcool.
Mitocôndrias