Drogas Lícitas e ilícitas

 

 Aluna: Meiriane Vitorino

                  Introdução

 

 

Seria impossível determinar, atualmente, quantos indivíduos fazem uso de drogas.                                

Mas temos certeza de que milhões de jovens e adultos, em todo mundo, deixaram-se induzir à sedução dos tóxicos. 

Somente nos Estados Unidos, entre cinco e seis milhões de pessoas usam cocaína. 

Por este motivo, não estaremos fugindo da realidade se dissermos que vivemos hoje sob a égide das drogas.

È verdade que, entre nós, só possuímos estimativas, diante da carência de dados concretos, mas podemos observar que os grandes centros são os mais atingidos pelo uso e tráfico de drogas.

No Brasil, sabemos que Rio de janeiro, São Paulo e Brasília são, no momento, as cidades de maior incidência, que pode ser comprovado pelo grande número de prisões e pela quantidade de tóxicos apreendidos.

Por outro lado, a situação mundial em relação ao problema das drogas tende a  agrava-se na medida em que a ação do tráfico se dissemina de maneira global.

            Por isso, consideramos que o século XXI desperta grande expectativa quanto às providências a serem objetivamente tomadas pelas autoridades constituídas, que têm a responsabilidade não só quanto às medidas concernentes ao controle do comércio ilícito, mas também em relação à recuperação dos seus dependentes, principalmente, a prevenção do uso de drogas.                                          Sabemos que elas destroem o caráter, comprometem o sentido realístico e subvertem o senso de responsabilidade, fragilizando a família, os laços comunitários e a própria força de trabalho nacional.  

Drogas Lícitas e Ilícitas

     As drogas ilícitas têm comercialização proibida.  

     As drogas lícitas podem ter o seu uso controlado, como alguns medicamentos, ou serem permitidas, como o álcool ou o fumos (com advertências e restrições).

O primeiro passo. Drogas lícitas: álcool e fumo (tabaco)

Outras substâncias com efeitos danosos não têm ainda controle previsto, como a cola de sapateiro, os inalantes, etc.

Há também o uso lícito de substâncias ilícitas, como certos medicamentos

que contêm

O abuso de substâncias permitidas também é prejudicial e o esclarecimento e a educação preventiva, são instrumentos essenciais para amenizá-lo.                 

O sentido mais amplo do termo droga é dado pelos dicionários que a definem como:

“Qualquer substância ou ingrediente que se usa em farmácia, em tinturaria, etc.- medicamentos –produto oficial de origem animal ou vegetal, no estado em que se encontra no comércio.

            Coisa de pouco valor –coisa enfadonha, desagradável”.

E finalmente aponta para o sentido restrito:

“Medicamento ou substância entorpecente, alucinógena, excitante (como por exemplo, a maconha ou cocaína), ingeridos em geral, como o fito de alterar transitoriamente a personalidade .

 

 

Conceitos

 

 

De acordo com a Organização Mundial de saúde (OMS, 1981), Droga é “qualquer entidade química ou mistura de entidades (mas outras que não as necessárias para a manutenção da saúde, como, por exemplo, água e oxigênio) que alteram a função biológica e possivelmente sua estrutura”. Outra definição comunente encontrada é “qualquer substância capaz de modificar a função de organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento”.                                   

Drogas Psicoativas: “são aquelas que alteram o comportamento, humor e cognição”. 

 Isto significa que agem preferencialmente sobre os neurônios, afetando o sistema nervoso central (mente).

Drogas Pscotrópicas: são as que “agem no sistema nervoso central produzindo alterações de comportamento, humor e cognição, possuindo grande propriedade reforçadora, sendo portanto, passiveis de auto-administração” ,ou seja, estas drogas levam à dependência.

Drogas de Abuso: definidas em farmacologia como sendo “qualquer substância, que altera o humor o nível de percepção ou funcionamento do sistema nervoso central (inclusive, desde medicamentos até álcool e solventes)”.

O uso de drogas podem ser classificado em:

- Uso na vida, quando a pessoa fez uso de qualquer droga pelo menos uma vez na vida;

     - Uso no ano, quando utilizou droga(s) pelo menos uma vez nos últimos doze meses;

     -Uso no mês recente, quando a pessoa utilizou droga(s) pelo menos uma vez nos últimos trinta dias;

- Uso freqüente, quando utilizou a(s) droga(s) seis ou mais vezes nos últimos trinta dias;

- Uso de risco, padrão de uso ocasional repetido ou persistente que implica em alto risco de dano futuro à saúde física ou mental do usuário, mas que ainda não resultou em significantes efeitos mórbidos, orgânicos ou psicológicos.   

 Por exemplo, fumar 20 cigarros por dia pode não se fazer acompanhar de nenhum prejuízo presente e real, mas sabe-se que é danoso para o futuro;

Uso prejudicial, padrão de uso que já causa dano à saúde, física ou mental.

 

 

Quanto ao Usuário

 

 

-  Não usuário-nunca utilizou drogas;

- Usuário leve -utilizou drogas, mas no último mês o consumo não foi diário ou semanal;

- Usuário moderado                                                                         –Utilizou drogas semanalmente, mas não diariamente, no último mês;

-Usuário pesado                                                                                      –utilizou drogas diariamente, no ultimo mês.

A OMS não classifica usuário dependente como “adicto”, muito menos como viciado.

 O abuso de drogas Não pode ser definido apenas em função de quantidade e freqüência de uso.

 

 

ÁLCOOL

 

 

O que é? Apesar do desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool também é considerado uma droga psicotrópica, pois ele atua no sistema nervoso central, provocando uma mudança no comportamento de quem o consome, além de ter potencial para desenvolver dependência.                                   

Esse é um dos motivos pelos quais ele é encarado de forma diferenciada, quando comparado com as demais drogas.

Apesar de sua ampla aceitação social, o consumo de bebidas alcoólicas, quando excessivo, passa a ser um problema.

Além dos inúmeros acidentes de trânsito e da violência associada a episódios de embriaguez, o consumo de álcool a longo prazo, dependendo da dose, freqüência e circunstâncias, pode provocar um quadro de dependência conhecido como alcoolismo. 

Desta forma, o consumo inadequado do álcool é um importante problema de saúde pública, acarretando altos custos para a sociedade e envolvendo questões médicas, psicológicas, profissionais e familiares.

 

Quais são seus efeitos?

 

A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que aparecem em duas fases distintas: uma estimulante e outra depressão.

Nos primeiros momentos após a ingestão de álcool, podem aparecer os efeitos estimulantes como euforia, desinibição e maior facilidade para falar.                      

Com o passar do tempo, começam a aparecer os efeitos depressores como falta de coordenação motora, descontrole e sono. 

Quando o consumo é muito exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mesmo provocar o estado de coma.

Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais.   

Por exemplo, uma pessoa acostumada a consumir bebidas alcoólicas sentirá os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada com uma outra pessoa que não está acostumada a beber.                                                               

No entanto, isso não significa dizer que quem estiver mais acostumado a beber possa dirigir um automóvel ou operar uma máquina com mais segurança do que aquela pessoa não habituada a beber.                                                                

Neste caso o prejuízo motor dos dois bebedores é semelhante. 

Um outro exemplo está relacionado a estrutura física; uma pessoa com uma estrutura física de grande porte terá maior resistência aos efeitos do álcool.

O consumo de bebidas alcoólicas também pode desencadear alguns efeitos desagradáveis, como enrubescimento da face, dor de cabeça e um mal-estar geral.   

Esses efeitos são mais intensos para algumas pessoas cujo organismo tem dificuldade de metabolizar o álcool.

Os indivíduos dependentes do álcool podem desenvolver várias doenças. As mais freqüentes são as doenças do fígado. 

 Também são freqüentes problemas do aparelho digestivo e no sistema cardiovascular.

 

Álcool e Trânsito

 

- A ingestão de álcool, mesmo em pequenas quantidades, diminui a coordenação motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir veículos, ou operar máquinas. 

  Pesquisas revelam que grande parte dos acidentes são provocados por motoristas que haviam bebido antes de dirigir. 

  Neste sentido, segundo a legislação brasileira (Código Nacional de Trânsito, que passou a vigorar em Janeiro de 1998) deverá ser penalizado todo motorista que apresentar mais de 0,6 gramas de álcool por litro de sangue.

 

Alcoolismo

 

- A pessoa que consome bebidas alcoólicas de forma excessiva, ao longo do tempo, pode desenvolver dependência do álcool, condição esta conhecida como "alcoolismo".  

   Os fatores que podem levar ao alcoolismo são variados, podendo ser de origem biológica, psicológica, sociocultural ou ainda ter a contribuição resultante de todos estes fatores.   

  A dependência do álcool é uma condição freqüente, atingindo cerca de 5 a 10% da população adulta brasileira.  

  A transição do beber moderado ao beber problemático ocorre de forma lenta, tendo uma interface que, em geral, leva vários anos.  

Alguns dos sinais do beber problemático são:                            - desenvolvimento da tolerância, ou seja, a necessidade de beber cada vez maiores quantidades da álcool para obter os mesmos efeitos;                                                       

- o aumento da importância do álcool na vida da pessoa;                      - a percepção do "grande desejo" de beber e da falta de controle em relação ao quando parar; 

- síndrome de abstinência (aparecimento de sintomas desagradáveis após ter ficado algumas horas sem beber) e o aumento da ingestão de álcool para aliviar a síndrome de abstinência.

 

 

 

CALMANTES E SEDATIVOS

 

 

O que são?   

 

         Sedativo é o nome que se dá aos medicamentos capazes de diminuir a atividade de nosso cérebro, principalmente quando ele está num estado de excitação acima do normal.  

        O termo sedativo é sinônimo de calmante ou sedante.  

        Quando um sedativo é capaz de diminuir a dor ele recebe o nome de analgésico. Já quando o sedativo é capaz de afastar a insônia, produzindo o sono, ele é chamado de hipnótico ou sonífero.  

        E quando um calmante tem o poder de atuar mais sobre estados exagerados de ansiedade, ele é denominado de ansiolítico . 

       Finalmente, existem algumas destas drogas que são capazes de acalmar o cérebro hiperexcitado dos epilépticos.  

      São as drogas antiepilépticas, capazes de prevenir as convulsões destes doentes.     

      Aqui abordaremos um grupo de drogas, tipo sedativos-hipnóticos, que são chamados de barbitúricos.

 

Quais são seus efeitos? ( ou barbitùricos )

                                      

 Os barbitúricos são capazes de deprimir várias áreas do nosso cérebro; como conseqüência as pessoas podem ficar mais sonolentas, sentindo-se menos tensas, com uma sensação de calma e de relaxamento.                                                       

As capacidades de raciocínio e de concentração ficam também afetadas.            

Com doses um pouco maiores do que as recomendadas pelos médicos, a pessoa começa a sentir-se como que embriagada (sensação mais ou menos semelhante a de tomar bebidas alcoólicas em excesso): a fala fica "pastosa", a pessoa pode sentir dificuldade de andar direito.                                                               

Quem usa estes barbitúricos tem a atenção e suas faculdades psicomotoras prejudicadas; assim sendo, fica perigoso operar máquina, dirigir automóvel, etc.

 

Efeitos Tóxicos

 

  - Os barbitúricos são drogas perigosas porque a dose que começa a intoxicar as pessoas está próxima da que produz os efeitos terapêuticos desejáveis. 

Com estas doses tóxicas começam a surgir sinais de incoordenação motora, um estado de inconsciência começa a tomar conta da pessoa, ela passa a ter dificuldade para se movimentar, o sono fica muito pesado e por fim é possível se chegar a um estado de coma.                                                                       

A pessoa não responde a nada, a pressão do sangue fica muito baixa e a respiração é tão lenta que pode parar. 

 A morte ocorre exatamente por parada respiratória.

Há evidências de que os barbitúricos levam as pessoas a um estado de dependência; com o tempo a dose tem também que ser aumentada, ou seja, há o desenvolvimento de tolerância. Estes fenômenos se desenvolvem com maior rapidez quando doses iniciais grandes são usadas desde o início. Quando a pessoa está dependente dos barbitúricos e deixa de tomá-los, passa a ter a síndrome de abstinência (sintomas desagradáveis com a retirada da medicação).           

Esta vai desde insônia, irritação, agressividade, delírios, ansiedade, angústia, até convulsões generalizadas. 

A síndrome de abstinência requer obrigatoriamente tratamento médico e hospitalização, pois há perigo da pessoa vir a falecer.

 

 

                                                                                                                 

               TRANQÜILIZANTES OU ANSIOLÍTICOS

 

 

O que são?

 

  Existem medicamentos que têm a propriedade de atuar quase que exclusivamente sobre a ansiedade e tensão. 

  Estas drogas foram chamadas de tranqüilizantes, por tranqüilizar a pessoa estressada, tensa e ansiosa. Atualmente, prefere-se designar estes tipos de medicamentos pelo nome de ansiolíticos ,ou seja, que "destroem"  a ansiedade.      

 De fato, este é o principal efeito terapêutico destes medicamentos :diminuir ou abolir a ansiedade das pessoas, sem afetar em demasia as funções psíquicas e motoras.    

 Antigamente o principal agente ansiolítico era uma droga chamada meprobamato que praticamente desapareceu das farmácias com a descoberta de um importante grupo de substâncias: os benzodiazepínicos.                                         

 De fato estes medicamentos estão entre os mais utilizados no mundo todo, inclusive no Brasil.      

 Há mais de 100 remédios no nosso país à base destes benzodiazepínicos.   

 Estes têm nomes químicos que terminam geralmente pelo sufixo pam. Exemplos: diazepam, bromazepam, clobazam, clorazepam, estazolam, flurazepam, flunitrazepam, lorazepam, nitrazepam, etc.                                                 

A única exceção é a substância chamada clordizepóxido que também é um benzodiazepínico. 

 Estas substâncias são comercializadas pelos laboratórios farmacêuticos com diferentes nomes de "fantasia", existindo assim dezenas de remédios com nomes diferentes: Noan, Valium, Aniolax, Calmociteno, Dienpax, Psicosedin, Frontal, Frisium, Kiatrium, Lexotan, Lorax, Urbanil, Somalium, etc.

 

Quais são seus efeitos?

 

Todos os benzodiazepínicos são capazes de estimular os mecanismos no nosso cérebro que normalmente combatem estados de tensão e ansiedade.                      

 Assim, quando, devido às tensões, determinadas áreas do nosso cérebro funcionam exageradamente resultando num estado de ansiedade, os benzodiazepínicos exercem um efeito contrário, isto é, inibem os mecanismos que estavam hiperfuncionantes e a pessoa fica mais tranqüila como que desligada do meio ambiente e dos estímulos externos.                                                                          Como conseqüência desta ação os ansiolíticos produzem uma depressão da atividade do nosso cérebro que se caracteriza por:  

1) diminuição da ansiedade; 

2) indução de sono;        

3) relaxamento muscular;    

4) redução do estado de alerta.  

      O álcool potencializa a ação dos ansiolíticos, sendo que a mistura composta por álcool e ansiolíticos pode levar a pessoa ao estado de coma.                          

Os ansiolíticos dificultam os processos de aprendizagem e memória, o que é, evidentemente, bastante prejudicial para as pessoas que habitualmente utilizam-se destas drogas.

 Estas substâncias também prejudicam em parte nossas funções psicomotoras, prejudicando atividades como dirigir automóveis, aumentando a probabilidade de acidentes.

 

Efeitos Tóxicos

                                                                                                             -Do ponto de vista orgânico ou físico os benzodiazepínicos são drogas bastante seguras, pois são necessárias grandes doses (20 a 40 vezes mais altas que as habituais) para trazer efeitos mais graves: a pessoa fica com hipotonia muscular ("mole"), dificuldade grande para ficar de pé e andar, a pressão do sangue cai bastante podendo até desmaiar.                                                                          Mas mesmo assim a pessoa dificilmente chega a entrar em coma e a morrer. Entretanto, a situação muda muito de figura se a pessoa, além de ter tomado o benzodiazepínico, também ingeriu bebida alcoólica.                                                                                    Nestes casos a intoxicação torna-se séria, pois há grande diminuição da atividade do cérebro podendo levar ao estado de coma.                                                                                                  Outro aspecto importante quanto aos efeitos tóxicos refere-se ao uso por mulheres grávidas. Suspeita-se que estas drogas tenham um poder teratogênico razoável, isto é, que possam produzir lesões ou defeitos físicos na criança por nascer.                                                  Os benzodiazepínicos quando usados por alguns meses seguidos podem levar as pessoas a um estado de dependência.             Como conseqüência, sem a droga o dependente passa a sentir muita irritabilidade, insônia excessiva, sudoração, dor pelo corpo todo podendo, nos casos extremos, apresentar convulsões.                        Há também desenvolvimento de tolerância, embora esta não seja muito acentuada.

 

 

 

SOLVENTES OU INALANTES

 

O que são?

 

A palavra solvente significa substância capaz de dissolver coisas e inalante é toda substância que pode ser inalada, isto é, introduzida no organismo através da aspiração pelo nariz ou boca.                   Via de regra, todo o solvente é uma substância altamente volátil, isto é, se evapora muito facilmente sendo daí que pode ser inalada.                                                                                                Outra característica dos solventes ou inalantes é que muitos deles (mas não todos) são inflamáveis, isto é, pegam fogo facilmente.                                                                                       Um número enorme de produtos comerciais, como esmaltes, colas, tintas, thinners, propelentes, gasolina, removedores, vernizes, etc., contém estes solventes.                                                                          Esses podem ser aspirados tanto involuntariamente (por exemplo, trabalhadores de indústrias de sapatos ou de oficinas de pintura, o dia inteiro expostos ao ar contaminado por estas substâncias) ou voluntariamente (por exemplo, a criança de rua que cheira cola de sapateiro; o menino que cheira em casa acetona ou esmalte, ou o estudante que cheira o corretivo Carbex, etc.).                            Todos estes solventes ou inalantes são substâncias pertencentes a um grupo químico chamado de hidrocarbonetos, tais como o tolueno, xilol, n-hexana, acetato de etila, tricloroetileno, etc.

 

 
 
Quais são seus efeitos?

 

O início dos efeitos, após a aspiração, é bastante rápido ( de segundos a minutos no máximo , e em 15-40 minutos já desapareceram); assim o usuário repete as aspirações várias vezes para que as sensações durem mais tempo.                                                   Os efeitos dos solventes vão desde uma estimulação inicial seguindo-se uma depressão, podendo também aparecer processos alucinatórios.                                                                                       Vários autores dizem que os efeitos dos solventes (qualquer que seja ele) lembram aqueles do álcool sendo, entretanto, que este último não produz alucinações, fato descrito no uso de solventes.                   Dentre esses efeitos dos solventes o mais predominante é a depressão.                                                                                       Os principais efeitos dos solventes são caracterizados por uma depressão do cérebro.                                                                    De acordo com o aparecimento dos efeitos após inalação de solventes, eles foram divididos em quatro fases:

Primeira fase: é a chamada fase de excitação e é a desejada, pois a pessoa fica eufórica, aparentemente excitada, ocorrendo tonturas e perturbações auditivas e visuais. Mas podem também aparecer náuseas, espirros, tosse, muita salivação e as faces podem ficar avermelhadas.

Segunda fase: a depressão do cérebro começa a predominar, com a pessoa ficando em confusão, desorientada, voz meio pastosa, visão embaçada, perda do autocontrole, dor de cabeça, palidez; a pessoa começa a ver ou ouvir coisas.

Terceira fase: a depressão se aprofunda com redução acentuada do alerta, incoordenação ocular (a pessoa não consegue mais fixar os olhos nos objetos), incoordenação motora com marcha vacilante, a fala "enrolada", reflexos deprimidos; já podem ocorrer evidentes processos alucinatórios.

Quarta fase: depressão tardia, que pode chegar à inconsciência, queda da pressão, sonhos estranhos, podendo ainda a pessoa apresentar surtos de convulsões ("ataques").                                     Esta fase ocorre com freqüência entre aqueles cheiradores que usam saco plástico e após um certo tempo já não conseguem afastá-lo do nariz e assim a intoxicação torna-se muito perigosa, podendo mesmo levar ao coma e morte.                                                              Sabe-se que a aspiração repetida, crônica, dos solventes pode levar a destruição de neurônios (as células cerebrais) causando lesões irreversíveis do cérebro.

Além disso pessoas que usam solventes cronicamente apresentam-se apáticas, têm dificuldade de concentração e déficit de memória.                                                                                           Os solventes tornam o coração humano mais sensível a uma substância que o nosso corpo fabrica, a adrenalina, que faz o número de batimentos cardíacos aumentar.                                               Esta adrenalina é liberada toda vez que o corpo humano tem que exercer um esforço extra, por exemplo, correr, praticar certos esportes, etc.                                                                                             Assim, se uma pessoa inala um solvente e logo depois faz esforço físico, o seu coração pode sofrer, pois ele está muito mais sensível à adrenalina liberada por causa do esforço, podendo levar a morte por síncope cardíaca.                                                       Os solventes quando inalados cronicamente podem levar a lesões da medula óssea, dos rins, do fígado e dos nervos periféricos que controlam os nossos músculos.                                                       A dependência naqueles que abusam cronicamente de solventes é comum, sendo os componentes psíquicos da dependência os mais evidentes, tais como: desejo de usar, perda de outros interesses que não seja o de usar solvente.                              A síndrome de abstinência, embora de pouca intensidade, está presente na interrupção abrupta do uso dessas drogas, aparecendo ansiedade, agitação, tremores, câimbras nas pernas e insônia.               A tolerância pode ocorrer, embora não tão dramática quanto outras drogas.

 

 

TABACO

 

O que é ?

                                                                                                   O tabaco é uma planta cujo nome científico é Nicotiana tabacum, da qual é extraída uma substância chamada nicotina.             A fumaça do cigarro contém um número muito grande de substâncias tóxicas ao organismo. Dentre as principais, citamos a nicotina, o monóxido de carbono e o alcatrão.

 

 

 

 

Quais são seus efeitos?

 

Quando o fumante dá uma tragada, a nicotina é absorvida pelos pulmões, chegando ao cérebro geralmente em 9 segundos.                   Os principais efeitos da nicotina no Sistema Nervoso Central são: elevação leve no humor (estimulação) e diminuição do apetite.          A nicotina é considerada um estimulante leve, apesar de um grande número de fumantes relatarem que se sentem relaxados quando fumam.                                                                                      Essa sensação de relaxamento é provocada pela diminuição do tônus muscular.                                                                                           Essa substância, quando usada ao longo do tempo, pode provocar o desenvolvimento de tolerância, ou seja, a pessoa tende a consumir um número cada vez maior de cigarros para sentir os mesmos efeitos que originalmente eram produzidos por doses menores.                                                                                             Alguns fumantes, quando suspendem repentinamente o consumo de cigarros, podem sentir fissura (desejo incontrolável por cigarro), irritabilidade, agitação, prisão de ventre, dificuldade de concentração, sudorese, tontura, insônia e dor de cabeça.                      Esses sintomas caracterizam a síndrome de abstinência, desaparecendo dentro de uma ou duas semanas.                                     A tolerância e a síndrome de abstinência são alguns dos sinais que caracterizam o quadro de dependência provocado pelo uso de tabaco.              

A nicotina produz um pequeno aumento no batimento cardíaco, na pressão arterial, na freqüência respiratória e na atividade motora.          Quando uma pessoa fuma um cigarro, a nicotina é imediatamente distribuída pelos tecidos.                                        No sistema digestivo provoca queda da contração do estômago, dificultando a digestão.                                                Há um aumento da vasoconstricção e na força das contrações cardíacas.

Devido ao número muito grande de substâncias tóxicas que contém, o uso intenso e constante de cigarros aumenta a probabilidade da ocorrência de algumas doenças como por exemplo a pneumonia, câncer (pulmão, laringe, faringe, esôfago, boca, estômago, entre outros), infarto de miocárdio; bronquite crônica; infisema pulmonar; derrame cerebral; úlcera digestiva; etc.                     Entre outros efeitos tóxicos provocados pela nicotina, podemos destacar ainda náusea, dores abdominais, diarréia, vômitos, cefaléia, tontura, bradicardia e fraqueza.

 

 

 

Tabaco e gravidez

 

 

- Quando a mãe fuma durante a gravidez "o feto também fuma", recebendo as substâncias tóxicas do cigarro através da placenta.                                                                                             A nicotina provoca aumento do batimento cardíaco no feto, redução do peso do recém-nascido, menor estatura, além de alterações neurológicas importantes. O risco de, abortamento espontâneo, entre outras complicações durante a gravidez é maior nas gestantes que fumam. Durante a amamentação, as substâncias tóxicas do cigarro são transmitidas para o bebê também através do leite materno.

 

Tabagismo passivo

                                                                                                   - Os fumantes não são os únicos expostos à fumaça do cigarro pois os não-fumantes também são agredidos por ela, tornando-se fumantes passivos.                                                                         Os poluentes do cigarro dispersam-se pelo ambiente, fazendo com que os não-fumantes próximos ou distantes dos fumantes, inalem também as substâncias tóxicas.                                          Estudos comprovam que filhos de pais fumantes apresentam uma incidência 3 vezes maior de infecções respiratórias do que filhos de pais não fumantes.

 

ACETONA

 

Propriedades Físicas

                                                                    

A  acetona é um líquido incolor, de odor suave e    penetrante, muito volátil e inflamável.                                                                                       É totalmente miscível com grande número de produtos, nomeadamente a água, os álcoois metílico e etílico, o éter sulfúrico e o clorofórmio.                                                                                         É também um excelente solvente de muitos produtos orgânicos e minerais.

 

 

 

Propriedades químicas:

 

Não sendo facilmente oxídavel, a acetona não é  atacada pelo ácido nítrico concentrado, à temperatura normal.                                 Em compensação, agentes de oxidação potentes como o ácido crómico e o permanganato de potássio em meio alcalino decompõem-na em ácido acético e ácido fórmico.                                        Em determinadas condições a acetona condensa-se muito rapidamente isolada ou combinada com grande número de produtos químicos.

 

Aplicações

- Como solvente nas indústrias de tintas e vernizes ; Como agente de extração ;No fabrico de gases comprimidos;Em síntese orgânica; Vias de penetração
;Inalação; Contato direto; Ingestão.

 

 

 

 

Riscos

 

A  acetona é um líquido muito inflamável.
          Em contato com o ar, os seus vapores podem formar misturas explosivas nos limites de 2,5 a 12,8% em volum Preconizam-se como agentes de extinção, o pó, as espumas especiais e o anidrido carbónico.         
                  Os vapores de acetona são irritantes para as mucosas oculares e respiratórias, originando sintomas tais como tosse, espirros e lacrimação; podem também manifestar-se perturbações nervosas (vertigens, cefaleias e sonolência) e digestivas (náuseas e vómitos).
                  Em contato frequente com a pele, a acetona pode provocar dermatóses, secundárias à destruição do revestimento cutâneo. O valor limite de concentação dos vapores de acetona no ar foi fixado pelos higienistas americanos, em 1973, em 1000 p.p.m. , ou seja 2400 mg/m3.

 

 

 

                  Medidas de prevenção

 

                  Não sendo a acetona considerada como solvente muito tóxico na indústria, os seus principais riscos  relacionam-se com o perigo de incêndio e de explosão.


                  prevenção:


                  - Os recipientes contendo acetona deverão armazenar-se em locais bem ventilados e ao abrigo de qualquer fonte de calor e de ignição, bem como produtos oxidantes; o pavimento será incombustível impermeável, formando uma cuvete estanque de retenção, a fim de que, em caso de derrame, o líquido não possa espalhar-se.
                 - Será proibido fumar. Nos locais onde se manipula a acetona, para além dos cuidados acima referidos, deverão tomar-se as seguintes medidas:
                 - Ventilação geral e aspiração dos vapores junto à fonte de emissão;
                 - Retenção nos locais de manipulação apenas das quantidades necessárias à laboração diária;
                 - Proibição do emprego de ar ou oxigenio comprimido para a trasfega ou circulação do produto;
Conservação dos desperdícios e papéis impregnados de solvente em recipientes metálicos fechados e estanques;
                    - Controlo periódico da atmosfera;
                 - Pôr a disposição do pessoal equipamento de proteção como sejam luvas, óculos e eventualmente dispositivos para vias respiratórias

 

 

 

 

 

Primeiros socorros


                    Em caso de projeções oculares ou cutâneas lavar imediatamente e abundantemente com água corrente.
                 Se ocorrer inalação importante, retirar a  , adicionar, se necessário, o processo de reanimação e prevenir o médico.
                  Em caso de ingestão acidental, se a pessoa está consciente e não apresenta perturbações nevosas, fazê-la vomitar; prevenir o médico.