Toxicologia

I - INTRODUÇÃO:

Em um sentido geral pode-se dizer que a toxidade de uma substância é sua capacidade para causar uma lesão em um organismo vivo. Uma substância muito tóxica causará danos a um organismo mesmo administrada em quantidades muito pequenas, uma substância de baixa toxicidade só produzirá efeito quando a quantidade for muito grande.
Toxicologia é a ciência que estuda tudo aquilo relativo a origem, natureza, propriedades, identificação, mecanismo de acumulação e qualidades de qualquer substância tóxica. Como toda ciência multidisciplinar, compromete a outras ciências, fundamentalmente a medicina, a farmacologia e a química.
A toxicologia tem origem remota, já que o homem desde a pré-história estava interessado na aplicação de venenos. A notícia mais antiga data do século XVII a.C. no Papiro de EBERS, posteriormente em todas as épocas há uma preocupação no tratamento de intoxicados.
Um dos motivos que impulsionou o desenvolvimento da toxicologia, foi a necessidade de dispor de pessoas com o suficiente conhecimento para poder determinar a existência, ou não, de envenenamento, em casos judiciais. Este foi o começo da toxicologia judicial.
Posteriormente, o desenvolvimento industrial pois o homem em contato com uma infinidade de novas substâncias, que não em poucos casos trouxe resultados nocivos a seus organismos.
Este feito motivou o desenvolvimento da toxicologia Social, em cujo âmbito se enquadraria a Toxicologia Industrial.

II – VIAS DE ENTRADA

O homem frente a um meio natural está protegido eficazmente por meio da pele que o cobre totalmente. A pele é considerada como um verdadeiro órgão, e como tal, tem funções especificas, uma delas é a produzir compostos que anulam a ação de agressivos químicos e microbianos. Nas aberturas naturais do corpo, a pele troca de aspecto e recebe o nome de mucosa. A propriedade da pele nas mencionadas aberturas, são caminhos de entrada de agressivos.
Assim pois, os tóxicos industriais, tem quatro vias fundamentais de entradas:
o pele
o nariz – sistema respiratório
o boca - sistema digestivo
o parenteral- lesão de pele
A pele perde sua continuidade nos olhos, que também se pode considerar uma via de penetração dos tóxicos.
Penetração pela pele
A pele se compõe de duas partes: epiderme e derme, a primeira está situada na superfície e a derme nas camada mais profunda.
Na pele se distinguem três classes de órgãos: pêlos, glândulas e corpúsculos sensitivos. As glândulas podem ser: sebáceas, sudoríparas e mamarias.
As glândulas sebáceas impregnam a pele formando uma película lipídica que proporcionará flexibilidade e proteção.
As glândulas sudoríparas, segregam suor, em função excretora e refrigerante.
Um tóxico frente a uma pele, pode atuar das seguintes formas:
1° Reação direta: por exemplo produtos cáusticos.
2°Penetração: lesão mecânica, dissolução em alguns do meios líquidos superficiais, filtração pelo poros, canais, etc.
Levando em conta a composição química da pele, em torno de 70% de água e a natureza altamente hidrófila dos produtos cáusticos: ácidos, bases, etc., a ação desses se localiza lesando em forma de queimaduras e proporcionando a entrada de outros tóxicos.
A lesão mecânica em casos de ulcerações, se mostra uma via de entrada eficaz para por em contato o tóxico com corrente sangüínea via parenteral).
A segregação das glândulas proporciona uma película superficial que é uma emulsão de lipídios e água, contendo ácidos e sais dissolvidos. Esta capa, que proporciona uma excelente proteção é também o veículo de entrada para os tóxicos.
Na fase lipídica da emulsão, se dissolvem praticamente todos os solventes industriais. A maior ou menor dificuldade de penetração estará relacionada com o número de átomos das cadeias, uma vez que os de cadeia curta, muito voláteis, se evaporam e os de cadeia longa permanecem na zona lipíca porque sua viscosidade não permitirá a penetração.
Na fase aquosa, no qual se encontra dissolvidos os sais e ácidos, será propicia a dissolução de compostos iônicos e voláteis solúveis em água. Também é possível a reação de ácido de meio aquoso com óxidos ou hidróxidos metálicos formando sais.
Os metais e suas combinações tem dificuldade para penetrar na pele, uma vez que esta atua como barreira eficaz, exceto compostos de tálio e derivados de chumbo.
Penetração por via respiratória
É a via mais importante da toxicologia industrial, uma vez ser necessário a inalação de ar para o funcionamento normal do organismo, e o contaminante que o acompanha penetra facilmente , possibilitando o contato do tóxico com zonas muito vascularizadas, onde irá se realizar os intercâmbios sangue-ar, nos alvéolos pulmonares.

Penetração por via digestiva
A proteção no sistema respiratório proporcionada pelos tecidos ciliados frente a partículas, fazia que estas se transferissem para o sistema digestivo.
Na digestão, os ácidos biliares contribuem para desagregar a matéria particulada e a solubilidade dos compostos metálicos, facilitará a absorção posterior do tóxico.

III – TOXICOCINETICA

Para se dá uma intoxicação sistemática é necessário um meio de transporte do tóxico, este meio normalmente é o sangue. Uma vez que o tóxico se introduz no fluído sangüíneo, este circulará alcançado a zona em que exerce sua ação. Posteriormente se depositará ou se eliminará, transformando-se mediante reações metabólicas.
Podemos considerar seqüencialmente o movimento do tóxico no interior do organismo (cinética) da seguinte forma: absorção, distribuição, localização, acumulação e eliminação.
Absorção
A absorção consiste no caminho percorrido pelo tóxico no sistema circulatório, e atravessará algum tipo de membrana biológica.
Absorção pela pele
A absorção será favorável para os compostos lipossolúveis, no caso os solvente, sendo quase nula para os compostos metálicos.
Absorção por via digestiva
Neste caso, os compostos lipossolúveis se absorvidos facilmente e os ionizados estarão influenciando pela troca de pH do trato digestivo. Os estados de ionização das moléculas variam em função do PH e, como conseqüência, sua maior ou menor facilidade para a absorção. No estômago e no intestino delgado, existem "portadores" especializados para a absorção de íons metálicos.
Absorção por via respiratória
Os gases e vapores lipossolúveis chegam aos alvéolos e se diluem com o ar presente; a absorção acontecerá por difusão e dependerá da concentração do tóxico nos alvéolos, o coeficiente de difusão através da membrana alveolar e o coeficiente de partição entre ar e o sangue.
Distribuição, localização e acumulação
Os tóxicos já incorporados no sangue, segue a corrente circulatória e recorre todos os órgão do corpo, aproximadamente uma vez por minuto.
O sangue se compõe de dois elementos: as células, chamadas glóbulos sangüíneos, e o líquido intercelular plasma sangüíneo.
A quantidade de tóxico que circulará pelo sangue dependerá:
a. A facilidade de absorção da via de entrada;
b. Velocidade do fluído sangüíneo.
c. Coeficiente de solubilidade do tóxico no sangue, ou a existência de transportadores adequados do tóxico.
d. Equilíbrio com os depósitos de acumulação e de
Uma vez no sangue, os solventes se distribuem aos diferentes órgãos.
Os órgãos normalmente se encontram muito vascularizados e a velocidade de entrada do tóxico, depende da velocidade relativa do sangue nos vasos capilares e a afinidade que tenham com os tóxicos.
Eliminação dos tóxicos
No mecanismo de eliminação renal se invertem as características dos fenômenos de absorção e eliminação. Neste caso os compostos lipossolúveis não tem facilidade para a eliminação, devendo unir com outros compostos que atuam de transportadores e, ao contrario, os compostos iônicos encontram facilidade para eliminação
A eliminação renal mediante a urina é o melhor dos sistemas de eliminação.
Existem outras vias de eliminação, como a pulmonar. O ar aspirado se eliminam tóxicos gasosos voláteis, como solventes.
Também existe eliminação por meio da bílis, suor, saliva, leite materno, etc.

IV – TRANSFOMAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO

Quando um tóxico se absorve no organismo, normalmente se origina uma série de reações, tendendo a diminuir seus efeitos e facilitar sua eliminação. Estas reações podem trocar a composição do tóxico, ou por fenômenos de conjugação modificar suas propriedades. O tóxico modificado se denomina metabólico.
Nem sempre as reações são favoráveis, e pode acorrer, na potencialização das características do tóxico.
Também pode ocorrer que o tóxico se elimine sem Ter sofrido nenhuma transformação.
Em todo caso, esses tipo de reações tem um papel fundamental das enzimas. As enzimas aumentam a velocidade de reação, sendo dos tipos de biocalalizados mais importante de que dispõe os organismos.
Estas transformações se concretizam fundamentalmente em: oxidação, reduções, hidrólise, etc.

V – AÇÃO DOS TÓXICOS

Os tóxicos quando ingressam no organismo são capazes de produzir lesões ou alterações de tipo estrutural ou funcional nas células.
As lesões estruturais consistem na destruição total ou parcial da arquitetura celular. Seguindo a magnitude do dano estas podem consistir em: necroses e causticações da célula produzidas por ácidos, bases e gases corrosivos, o deterioramento da membrana celular ou a destruição de elementos subcelulares com efeito também graves.
As alterações funcionais se concretizam: modificando a permeabilidade da membrana, inibindo o exaltando a ação enzimática, ou afetando o DNA e o RNA.
Os tóxicos que atuam diretamente nas vias de penetração se denominam tóxicos locais, e geralmente são de caráter irritadiço ou cáustico, logicamente afetam a pele, vias respiratórias e olhos.
Os tóxicos que seguem a rota toxicinética e concretizam sua ação no órgãos diferenciados das via de entradas, se denominam tóxicos sistêmicos.
Os tóxicos sistêmicos normalmente tem uma ação seletiva em órgãos determinados.
A classificação dos tóxicos em função de sua ação fisiológica:
- Tóxicos irritantes
o Tóxicos neumoconioticos
o Tóxicos que atuam sobre a pele
o Tóxicos alérgicos
o Tóxicos asfixiantes
o Tóxicos anestésicos
o Tóxicos que alteram o fígado
o Tóxicos que produzem alterações os rins
o Agente neurotóxicos
o Tóxicos que atuam no sistema hematológico
o Agente cancerígenos

VI –FATORES QUE INTERFEREM NA TOXICIDADE

Fatores que dependem o meio ambiente: pressão atmosférica, temperatura, atividade
Fatores que depende do indivíduo: sexo, idade, enfermidades
Fatores da própria intoxicação: via de absorção, concentração, coincidência com outros tóxicos (efeitos aditivos e efeitos potenciadores)
Ciclo biológico: ciclo circordiano

VIII – BIBLIOGRAFIA

http://mozenclever.vilabol.uol.com.br/Pesquisas/toxicologia.htm

Alunos(a): Emerson, Iêda, Guilherme, Paulo e Raony
Série : 1º Turma: C