Os adolescentes procuram satisfazer suas curiosidades de diversas maneiras.
Buscam informações na mídia, com os pais, com os colegas,
com alguns professores. Alugam fitas de videocassete para sessões em
grupo, passam por baixo das carteiras escolares revistas ditas "pornográficas",
discutem sobre a personagem da novela ser ou não hermafrodita e polemizam
se a colega de classe poderia ter evitado o abortamento. A situaçao sobre
estupro e a prisão de um pugilista famoso, o assédio sexual que
funcionárias sofrem nos locais de trabalho e a prostituição
infantil incentivada pelo turismo sexual no Brasil são alguns dos assuntos
que aguçam a curiosidade dos jovens.
Todos os olhares, cheios de indagações, dirigem-se para o educador,
como se falassem: é certo ou errado, é normal ou anormal? E a
resposta simplista esperada não virá, nem o educador precisará
obrigar-se a disfarçar neutralidade, pois o adolescente perceberá
nas entrelinhas de seu discurso ou através da comunicação
não-verbal qual é a sua postura perante os temas em pauta.
Mas o espaço para debate estará aberto, com a possibilidade de
se divagar pela sexualidade, desde a ciência sexual até a arte
erótica. E lembrando sempre a existência de diferentes posturas
e interpretações sobre a questão.
É importante que o facilitador tenha boa interação com
o grupo e que apresente facilidade e disponibilidade afetiva para trabalhar
com adolescentes dentro do contexto da sexualidade.
DINÂMICA: EXPRESSANDO A SEXUALIDADE
Objetivo:
Discutir com os adolescentes as manifestações da sexualidade.
O que você irá precisar:
Sala ampla e confortável, cartolinas, folhas de papel, canetas coloridas,
revistas e jornais atuais, tesouras e cola.
Tempo: 30 minutos.
O que você faz:
Trabalho individual:
1 - Pedir para os adolescentes pensarem em algo que tenham visto, ouvido, falado
ou sentido sobre sexualidade.
2 - Solicitar que guardem para eles esses pensamentos. Não é necessário
escrever.
Trabalho em grupo:
1 - Formar grupos de 5 adolescentes e solicitar que conversem sobre di-ferentes
situações em que a sexualidade é manifestada pelas pessoas
e no ambiente social.
2 - Entregar revistas, jornais, folhas de papel, canetas, tesouras e cola aos
grupos.
3 - Solicitar que os grupos montem um painel com as figuras, os anúncios
e textos que estejam relacionados com a sexualidade.
4 - Após a elaboração do painel, pedir para cada grupo
eleger um repre-sentante para explicar como foi o processo de discussão
e de montagem do painel.
5 - Cada coordenador de grupo coloca seu painel em uma parede da sala e explica
para o grupão o seu real significado.
6 - Após as apresentações dos coordenadores, abrir um debate
com todos os participantes.
7 - O facilitador poderá fazer uma síntese dos tópicos
apresentados e incentivar a reflexão sobre essas manifestações
da sexualidade em diferentes culturas.
Pontos para discussão:
a) Por que as pessoas confundem sexualidade com sexo?
b) De que maneiras a sexualidade pode ser expressada?
c) Que sentimentos podem estar envolvidos na expressão da sexualidade?
d) O que se entende por sexualidade, sensualidade, erotismo e porno-grafia?
Resultados esperados:
Ter esclarecido as concepções do grupo sobre sexualidade e suas
diferentes formas de expressão.
DINÂMICA: EXPRESSANDO A SEXUALIDADE
Objetivo:
Discutir com os adolescentes as manifestações da sexualidade.
O que você irá precisar:
Sala ampla e confortável, cartolinas, folhas de papel, canetas coloridas,
revistas e jornais atuais, tesouras e cola.
Tempo: 30 minutos.
O que você faz:
Trabalho individual:
1 - Pedir para os adolescentes pensarem em algo que tenham visto, ouvido, falado
ou sentido sobre sexualidade.
2 - Solicitar que guardem para eles esses pensamentos. Não é necessário
escrever.
Trabalho em grupo:
1 - Formar grupos de 5 adolescentes e solicitar que conversem sobre di-ferentes
situações em que a sexualidade é manifestada pelas pessoas
e no ambiente social.
2 - Entregar revistas, jornais, folhas de papel, canetas, tesouras e cola aos
grupos.
3 - Solicitar que os grupos montem um painel com as figuras, os anúncios
e textos que estejam relacionados com a sexualidade.
4 - Após a elaboração do painel, pedir para cada grupo
eleger um repre-sentante para explicar como foi o processo de discussão
e de montagem do painel.
5 - Cada coordenador de grupo coloca seu painel em uma parede da sala e explica
para o grupão o seu real significado.
6 - Após as apresentações dos coordenadores, abrir um debate
com todos os participantes.
7 - O facilitador poderá fazer uma síntese dos tópicos
apresentados e incentivar a reflexão sobre essas manifestações
da sexualidade em diferentes culturas.
Pontos para discussão:
a) Por que as pessoas confundem sexualidade com sexo?
b) De que maneiras a sexualidade pode ser expressada?
c) Que sentimentos podem estar envolvidos na expressão da sexualidade?
d) O que se entende por sexualidade, sensualidade, erotismo e porno-grafia?
Resultados esperados:
Ter esclarecido as concepções do grupo sobre sexualidade e suas
diferentes formas de expressão.
SEXUALIDADE
Abordagem da sexualidade masculina e feminina. Disfunções sexuais,
dúvidas, textos, sexualidade do adolescente.
DISFUNÇÃO SEXUAL:Uma Disfunção Sexual caracteriza-se
por uma perturbação nos processos que caracterizam o ciclo de
resposta sexual ou por dor associada com o intercurso sexual. O ciclo de resposta
sexual pode ser dividido nas seguintes fases:
1. Desejo: Esta fase consiste de fantasias acerca da atividade sexual e desejo
de ter atividade sexual.
2. Excitação: Esta fase consiste de um sentimento subjetivo de
prazer sexual e alterações fisiológicas concomitantes.
As principais alterações no homem consistem de tumescência
e ereção peniana. As principais alterações na mulher
consistem de vasocongestão pélvica, lubrificação
e expansão vaginal e turgescência da genitália externa.
3. Orgasmo: Esta fase consiste de um clímax do prazer sexual, com liberação
da tensão sexual e contração rítmica dos músculos
do períneo e órgãos reprodutores. No homem, existe uma
sensação de inevitabilidade ejaculatória, seguida de ejaculação
de sêmen. Na mulher, ocorrem contrações (nem sempre experimentados
subjetivamente como tais) da parede do terço inferior da vagina. Em ambos
os gêneros, o esfíncter anal contrai-se ritmicamente.
4. Resolução: Esta fase consiste de uma sensação
de relaxamento muscular e bem-estar geral. Durante esta fase, os homens são
fisiologicamente refratários a outra ereção e orgasmo por
um período variável de tempo. Em contrapartida, as mulheres podem
ser capazes de responder a uma estimulação adicional quase que
imediatamente.
Os transtornos da resposta sexual podem ocorrer em uma ou mais dessas fases.
Sempre que mais de uma Disfunção Sexual estiver presente, todas
são registradas. Os conjuntos de critérios não fazem qualquer
tentativa de especificar uma freqüência mínima ou faixa de
contextos, atividades ou tipos de encontros sexuais nos quais a disfunção
deve ocorrer. Este julgamento deve ser feito pelo clínico, levando em
consideração fatores tais como a idade e experiência do
indivíduo, freqüência e cronicidade do sintoma, sofrimento
subjetivo e efeito sobre outras áreas do funcionamento. As palavras "persistente
ou recorrente" nos critérios de diagnóstico indicam a necessidade
deste julgamento clínico. Se a estimulação sexual é
inadequada em foco, intensidade ou duração, não é
feito o diagnóstico de Disfunção Sexual envolvendo excitação
ou orgasmo.
A disfunção erétil é a incapacidade de se obter
ou manter uma ereção adequada para a prática da relação
sexual. Não deve ser confundida com a falta ou diminuição
no "apetite sexual ", nem como dificuldade em ejacular ou em atingir
o orgasmo.
As causas da DE(Disfunção Eréctil) podem ser vasculares,neurológicas,hormonais
ou uma assiciação entre elas.São inúmeras as patologias
que podem estar relacionadas a DE,bem como procedimentos cirúrgicos e
traumas.
DOENÇAS SISTÊMICAS
.Diabetes Mellitus
.Hipertensão Arterial
.Doença Vascular Periférica
.Infarto do miocardio
.Esclerordemia
.Insuficiência Hepática
.Insuficiência Renal Crônica
.Hemocromatose
CAUSAS HEMATOLÓGICAS
.Anemia Falciforma
.Leucemias
CAUSAS PSIQUIATRAS
.Depressão
.Ansiedade de performance
CAUSAS NEUROLÓGICAS
.Epilepsia
.Acidente Vascular Cerebral
.Esclerose Múltipla
.Síndrome de Guillan-Barré
.Doença de Alzheimer
.Doença de Parkson
CAUSAS PENIANAS
.Doença de Peyronie
.Priapismo
.Epispádias
CAUSAS INFECCIOSAS
.Brucelose
.Tuberculose
.AIDS
.Tripanosomiase
CAUSAS RESPIRATÓRIAS
.Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
CIRURGIA E TRAUMAS
.Trauma ou cirurgia crânio-encefálica
.Lesão da medula espinhal
.Cirurgias retroperitoneais
.Anastomose aorto-ilíaca
.Proctocolectomia
.Trauma pélvico
.Radioterapia pélvica
.Fratura de corpos cavernosos
.Prostatectomia
CAUSAS ENDÓCRINAS
.Hiperprolactinemia
.Hipogonadismo
.Hiper ou Hipotireoidismo
.Dislipidemias
.Obesidade
CAUSAS NUTRICIONAIS
.Má nutrição proteica
.Deficiência de Zinco
TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO ERÉTIL
Aconselhamento Profissional
.Cirurgias Vasculares
.Terapia Oral
.Tratamento Hormonal
.Injeções de uso intra-cavernoso
.Supositório intra-uretral
.Aparelho de vácuo
.Prótese peniana
.Terapia combinada
CONHECENDO A SEXUALIDADE INFANTIL
As descobertas de Freud sobre a sexualidade infantil, provocaram grande espanto
na sexualidade conservadora do final do século XIX, visto que até
esta época a criança era vista como um símbolo de pureza,
um ser assexuado.
Ao longo dos tempos, a sociedade vem , pouco a pouco, se familiarizando e compreendendo
as diferentes formas de expressão da sexualidade infantil. Sexualidade
esta que evolui, segundo Freud, de acordo com etapas de desenvolvimento que
ele denominou de fase oral, anal, fálica, latência e genital.
Embora as características de cada uma destas fases estejam amplamente
difundidas nos meios de comunicação, de tal forma que os pais
possam reconhecer as manifestações desta sexualidade em seus filhos,
persiste ainda muito equívocos na forma como eles lidam com esta questão.
É comum encontrarmos pais que se espantam ao se defrontarem com seus
filhos se masturbando, ou que explicam com meias verdades as clássicas
perguntas infantis sobre a origem do bebês.
A sexualidade na criança nasce masculina - feminina, macho ou fêmea,
futuramente que será homem ou mulher. Entra fatores culturais para modelar.
Durante a infância ocorre desenvolvimento de jogos corporais onde as crianças
vão se descobrindo e amadurecendo.
A sexualidade é reconhecida como um instinto com o qual as pessoas nascem
e que se expressa de formas distintas de acordo com as fases do desenvolvimento
que são:
• Fase Oral
• Fase Anal
• Fase Fálica
• Período de Latência
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL SEGUNDO FREUD
Fase Oral
• Período: de 0 a 1 ano aproximadamente.
• Características principais: a região do corpo que proporciona
maior prazer a criança e a boca. É pela boca que a criança
entra em contato com o mundo, é por esta razão que a criança
pequena tende a levar tudo o que pega à boca. O principal objeto de desejo
nesta fase é o seio da mãe, que além de alimentar proporciona
satisfação ao bebê.
• Fase Anal
• Período: 2 a 4 anos aproximadamente
Características: Neste período a criança passa a adquirir
o controle dos esfíncteres a zona de maior satisfação é
a região do anus.
• Ambivalência (impulsos contraditórios)
• A criança descobre que pode controlar as fezes que sai de seu
interior, oferecendo-o à mãe ora como um presente, ora como algo
agressivo.
• É nesta etapa que a criança começa a ter noção
de higiene.
• Fases de birras.
• Fase Fálica
• Período: de 4 a 6 anos aproximadamente.
• Características: Nesta etapa do desenvolvimento a atenção
da criança volta-se para a região genital.
• Inicialmente a criança imagina que tanto os meninos quanto as
meninas possuem um pênis. Ao serem defrontadas com as diferenças
anatômicas entre os sexos, as crianças criam as chamadas "teorias
sexuais infantis", imaginando que as meninas não tem pênis
porque este órgão lhe foi arrancado (complexo de castração).
É neste momento que a menina tem medo de perder o seu pênis.
• Neste período surge também o complexo de Édipo,
no qual o menino passa a apresentar uma atração pela mãe
e se rivalizar com o pai, e na menina ocorre o inverso.
• Fase de Latência
• Período: de 6 a 11 anos aproximadamente.
• Características: este período tem por característica
principal um deslocamento da libido da sexualidade para atividades socialmente
aceitas, ou seja, a criança passa a gastar sua energia em atividades
sociais e escolares.
Fase Genital
• Período: a partir de 11 anos.
• Características: neste período, que tem início
com a adolescência, há uma retomada dos impulsos sexuais, o adolescente
passa a buscar, em pessoas fora de seu grupo familiar, um objeto de amor.
A adolescência é um período de mudanças no qual o
jovem tem que elaborar a perda da identidade infantil e dos pais da infância
para que pouco a pouco possa assumir uma identidade adulta.
Sexualidade e Maturidade
Roberto Lúcio Vieira de Souza*
A energia sexual é, certamente, depois da energia vital, o instrumento
mais importante para o crescimento do espírito imortal.
A questão da sexualidade vem sendo, cada vez mais, alvo da atenção
da mídia em geral. Vez por outra deparamos com reportagens de capa e
programas noticiosos, dos grandes meios de comunicação, envolvendo
o assunto.
A grandes mudanças sofridas pela sociedade, em especial, após a década de sessenta, levando o sexo a tema liberado e de interesse geral, fizeram com que os questionamentos fossem apresentados, desafiando tabus e preconceitos, provocando comportamentos que saíram do campo da repressão para o da libertinagem.
Sendo força imprescindível para a vida, foi transformado em arma de disputa entre homens e mulheres, recurso para venda de todo o tipo de produto, objeto vulgar de prazer, sendo afastado do seu verdadeiro estado: instrumento de crescimento do espírito, possibilitando o exercício do amor.
A sociedade, no entanto, em sua maioria, vinculada aos prazeres imediatistas da vida, não consegue extrapolar desses aspectos para alçar parâmetros transcendentes do ser.
Dessa forma, toda a abordagem do tema volta-se para os aspectos superficiais da sexualidade, ficando a criatura sem compreender o que seja verdadeiramente essa força e os requisitos para bem utilizá-la.
Assim, quando o tema envolve a vivência sexual na maturidade, o que encontramos geralmente são orientações sobre o condicionamento corporal, as técnicas de embelezamento artificial, a reposição hormonal e as grandes novidades da farmacologia, estimulando a capacidade da criatura para o relcionamento sexual.
Sabemos que todas essas questões são de importância relativa para uma vida sexual ativa, mas daí a elevá-las ao patamar onde têm sido colocadas, é empobrecer o homem e a sua sexualidade. é desvalorizar o processo natural de maturação do ser, creditando ao estado de adolescência e juventude a situação de condição saudável da vida. Por causa desse condicionamento mental atual, vemos criaturas em corpos amadurecidos agindo como verdadeiros adolescentes em suas atitudes e relacionamentos, chegando a verdadeiras posturas de ridículo.
Se beleza, sensualidade, jovialidade e equilibrio hormonal fossem realmente requisitos ímpares para a felicidade na vivência sexual, não teríamos tantos desajustes nos relacionamentos dos casais mais jovens (muitos deles, de uma beleza e sensualidade "invejável").
Esses elementos podem proporcionar atrações, desejos e paixões exuberantes, no entanto, se a criatura permanecer presa somente a eles, estará fadada a ver diminuído, paulatinamente, o seu interesse sexual pelo outro. O fato dar-se-á não pela falta de importância de tais fatores, mas pelo empobrecimento da vivência resumida a esses aspectos, deixando de ampliar-se aos demais ângulos da vida do espírito, que não é só um ser biológico.
Vivemos numa sociedade na qual a aparência é vista como um valor inigualável. O ter prepondera ao ser e a aparência à essência. Diante dessa crença o homem hodierno só acredita naquilo que vê, colocando as qualidades do corpo como recursos para uma vida sexual saudável. Esquece-se que, em realidade, ele é um espírito (crença, para muitos, descartável), que tem uma vida moral, mental, emocional e afetiva, a qual não pode ser abandonada.
Apesar de falar da necessidade de se voltar para uma vida natural, foge ao envelhecimento, tentando mascará-lo com os mais diferentes meios. A mudança fisionômica no idoso e as suas mudanças orgânicas são entendidas como deficiências ou estados doentios, os quais precisam ser combatidos ou tratados. Luta arduamente para fugir dessa situação, sofrendo profundamente, sem questionar o porquê desse processo natural, no estágio evolutivo, no qual estamos inseridos. Busca anciosamente academias e consultórios, ocupa-se interminavelmente com o seu corpo, deixando-se abandonado em sua realidade espiritual e psicossocial, tornando-se vítima da frustração e da depressão.
Associado a essa busca neurótica da juventude eternizada, a criatura acredita que uma vivência sexual saudável deva manter os padrões inerentes daquele período da vida, esquecendo das atribulações e percalços da adolescência e juventude, também nesse campo.
Todo esse conjunto de atitudes e crenças só serão passíveis de mudanças quando o espírito for educado e orientado sobre o que seja realmente a energia sexual e os objetivos da sexualidade.
Para isso, é importante que o grupo de indivíduos possuidores desses conhecimentos disponham-se a orientar e auxiliar os demais. Sem adquirir as bases do que seja a energia sexual e dos seus objetivos para o espírito, a criatura estará fadada a permanecer numa relação superficial com o outro, vendo-se periodicamente insatisfeito em seus relacionamentos, crendo que a mudança siatemática de parceiros sexuais proporcionar-lhe-á o tão esperado estado de "orgasmo constante".
A energia sexual e, certamente, depois da energia vital, o instrumento mais importante doado pelo Criador à criatura para o seu crescimento, como espírito imortal. Essa energia, como também a vital, no entanto, manifesta-se em estágios diferentes, dependendo da busca e da condição espiritual da individualidade. Seu grande objetivo é o exercício do Amor, em sua expressão maior, quando o espírito assume sua condição de co-criador, auxiliando o pai na realização e sustentação da vida, nos seus mais diversos aspectos.
A abordagem escolhida pela mídia é apenas um dos seus ângulos, o da sensualidade e da genitalidade, onde o objetivo maior prende-se à reprodução da espécie. Nesse campo, os interesses realmente vinculam-se primariamente aos aspectos corporais, que determinam as necessidades da espécie no seu processo de perpetuação: seres geneticamente mais belos, fortes e saudáveis, capazes de sobreviver às intempéries da vida. No entanto, na atualidade, a grande preocupação é o prazer momentâneo do orgasmo, sem nenhuma vinculação com a responsabilidade de procriar e cuidar da prole. Isso empobrece o ser, que intimamente se vê como um objeto de manipulação sexual, que ao se sentir repentinamente abandonado ou usado, torna-se frio, interesseiro e frustrado quanto aos seus e aos sentimentos dos outros.
Existe, entretanto, outros aspectos dessa vivência sexual. Um deles é da afetividade, onde as criaturas passam a comungar e compartilhar seus sentimentos, embasados num exercício de respeito e fidelidade, buscando associar-se para sustentar-se mutuamente, como também àqueles que venham participar dessa relação. Os prazeres já não se limitam aos corporais, oa "carinhos afetivos" ampliam as possibilidades de ambos em todos os setores da realização, alimentando-os e convidando-os para permanecerem juntos e compartilharem essas alegrias com outras criaturas, também caras aos seus corações.
Certamente o envelhecimento orgânico, a mudança das condições na vivência da sexualidade genital e as transformações na aparência física são convites da própria natureza para esse salto de qualidade no relacionamento entre os casais. Não que eles deixe de ocorrer se ambos continuarem a cuidar de seus corpos, buscando manter a aparência e a saúde física; mas se isso tornar-se primazia, então, estaremos diante da derrocada de um relacionamento.
Esse aspecto afetivo da relação, talvez seja o grande desafio da humanidade no momento atual. Ele é capaz de manter os relacionamentos, valorizar os indivíduos participantes e abrir-se para receber outras criaturas e sustentá-las afetivamente, de forma adequada. E será, no futuro, a base para que o espírito possa experienciar novos ângulos dessa sexualidade em campos transcendentes da vida espiritual, voltado para toda a Humanidade.
Tudo isso estará acontecendo à medida que nós, os espiritualistas, que já conhecemos a realidade da essência do ser, das vidas sucessivas e da evolução, ensinarmos todo esse arsenal de conhecimento e os vivermos em plenitude, para que o nosso exemplo seja a verdadeira arma para a mudança de paradigmas no campo da sexualidade.
A realidade dessa proposta fará com que o homem passe a privilegiar a sua essência, a experimentar relacionamentos mais satisfatórios, reduzindo a bagagem de elementos que deturpam sua organização física, fazendo-se naturalmente mais saudável e feliz. Já dizia Jesus, há quase dois mil anos: "buscai o reino do céu e a sua justiça e todas as outras coisas vos serão acrescentadas."
O espírito, em sua real maturidade, cuida daquilo que lhe é essencial, premia a qualidade dos seus relacionamentos e trabalha, em todos os sentidos, para que a felicidade seja uma realidade em sua vida, na dos outros e no Universo.
A SEXUALIDADE NA MEIA-IDADE:
Pode se manter uma vida sexual ativa durante toda a vida? Como a sociedade reage
ante a paixão dos quarentões e cinqüentões, às
suas românticas ilusões e seus novos projetos amorosos?
Ainda hoje, apesar da chuva de informações, tem gente que pensa
que a sexualidade acaba com a menopausa e alguns preconceituosos condenam a
sexualidade das pessoas maiores, presos aos modelos televisivos de juventude
e beleza. Logo agora , que tanto a mulher como o homem tem a oportunidade e
o tempo de encontrar com calma e sem cobranças a satisfação
sexual tão desejada ?
O ato sexual é complexo, intervém nele o corpo, a mente, os sentimentos,
os preconceitos, os modelos sociais, etc. Podemos conservar a capacidade sexual
por toda a vida, se o estado de saúde assim o permite. Mas é necessário
destacar que essa sexualidade não será igual, pelo contrário
ela muda com o passo do tempo. Talvez a mudança maior seja da quantidade
para a qualidade.
O encontro amoroso se torna mais duradouro, com mais tempo para as carícias,
mais centrado no prazer de dar e receber, sem tanta urgência de penetração,
sem obsessão pela ereção, o prazer da masturbação,
os vídeos, os aparelhos, em fim, a imaginação.
Agora que os filhos saíram da casa, que não existem preocupações
laborais ou econômicas, o casal deve encontrar um novo modelo de fazer
sexo. Velhos símbolos eróticos (calcinha minúscula, baby
doll, etc.) serão substituídos pela confiança do parceiro
que conhece e ama também o lado interior desse corpo que há tanto
anos dorme ao seu lado.
Cada um sabe do que gosta e como, embora possam existir ainda preconceitos e
tabus, que estará na hora de deixa-os de lado porque todo vale para atingir
o orgasmo.
O tempo passa e o corpo muda, como já mudou na puberdade com aquela invasão
de hormônios, agora se produzem também algumas mudanças
e também os hormônios são os responsáveis.
No homem podemos falar de uma "andropausa" ou climatério masculino,
as ereções se tornam mas lentas, precisando de mais estímulos
para conseguí-las e o tempo entre uma e outra é mais prolongado,
a ejaculação também se modifica em sua força e volume,
em geral, o desejo sexual pode ter uma diminuição. Quando o homem
reconhece estas mudanças e convive bem com elas, sabendo se desprender
de velhas exigências, do medo de falhar, da preocupação
com a performance e outros preconceitos arcaicos, sem dúvida continuará
curtindo os prazeres do sexo.
A mulher pode se angustiar com a demora de ereção do companheiro,
pode pensar que já não o excita como antes, pode se sentir insegura,
as vezes até evita jogos prévios por vergonha de mostrar seu corpo
que mudou e não se encaixa nos padrões de beleza da revista Playboy.
Antigamente se pensava que com a menopausa acabava a vida sexual da mulher.
As mudanças fisiológicas tais como dor no coito por causa da diminuição
ou perda da lubrificação vaginal, adelgaçamento das paredes
da vagina e diminuição da sensibilidade do clitóris (o
grande órgão excitável do aparelho genital feminino), hoje
em dia tem solução com dezenas de produtos especiais. Além
desses produtos, vale prolongar os jogos preliminares ao coito e experimentar
posições mais cômodas durante a penetração.
As vezes, por causa da dor na relações sexuais ( e a falta de
informação) a mulher se afasta do sexo e pode parecer que já
não tem desejo sexual. Embora o comportamento sexual dependa basicamente
de aspectos psicológicos e culturais, os hormônios influenciam,
principalmente a testosterona . Ela é a responsável por manter
o desejo sexual tanto em homens como em mulheres, e esse hormônio continua
estável na menopausa.
Pesquisas nos Estados Unidos demonstraram que a testosterona é a responsável
pela sensibilidade erótica do clitóris e dos seios femininos.
Por tanto, como o desejo sexual aumenta com a satisfação, a estrutura
vaginal se mantém com a prática, aquelas mulheres que tem uma
vida sexual prazerosa conservam melhor a mucosa e os músculos vaginais.
Como vemos, aqueles velhos fantasmas da menopausa, se devem mais a repressões
e proibições herdadas, medos aprendidos e mudanças físicas.
Conhecendo-os, se aceitam sem dificuldades as mudanças de um corpo que
continua sendo erótico: desejante e desejável.
Preconceitos e desinformação podem ser os únicos inimigos
desta nova geração de meia-idade, for ever young.
ANA MARIA HEINSIUS - Psicóloga ( formada pela Univ. de Buenos Aires)
CRP 05-21383. Mestre em Educação (UFRJ). Professora de Psicologia
do Desenvolvimento. Dinamizadora de grupos de Terceira Idade e de Orientação
Vocacional.
Virgindade e Sexualidade nos novos tempos.
Em plena virada do século ainda conseguimos nos surpreender com alguns
absurdos no nosso cotidiano.
A virgindade é um desses absurdos, chegando a ser um contraste até
bastante irônico. O que antes era visto como um verdadeiro motivo de orgulho
e respeito para as mulheres, atualmente é encarado com um certo receio,
medo.
Talvez por medo dos comentários, ninguém quer ser motivo de chacota,
gozações em meio aos amigos, principalmente as jovens que inicia
a sexualidade cedo só para agrada aos seus parceiros para mostra que
são pessoas experientes e não se dão conta que com isso
estão perdendo a sua verdadeira identidade e valores, pois afinal de
contas o sexo não move o mundo, estamos encarando isso com tanto desamor,
hoje se fazem sexo por fazer. Isso deveria ser feito por amor, desejo, por prazer
e o que podemos nota é que esses sentimentos vão se perdendo e
quando percebemos não significo nada.
No caso das mulheres, por exemplo, se hoje uma garota chega aos 24 anos e não
tinha iniciado a sua vida sexual os homens já passam a vê-la com
outros olhos e em muitos dos casos ela é passada por mentirosa, ou ridícula
já no caso dos homens tem a cobrança dos pais, colegas e principalmente
das parceiras, pois as mulheres por sua vez não querem se envolver com
homens inexperientes.
E com toda essas duvidas e receios os jovens iniciais a sua sexualidade precocemente
e é muito comum se ver garotas de 13, 14 anos grávidas.
Com um assunto tão extenso nada melhor do que deixa que vocês mesmo
pensem a respeito e reflita sobre está frase:
- virgindade “ORGULHO OU VERGONHA”
Entendendo a importância da sexualidade
durante a gravidez, o casal pode enfrentar cada vez
mais unido e fortalecido, as mudanças que ocorrerão
a partir de agora no próprio núcleo familiar.
A gravidez para o casal é um período de adaptações físicas, emocionais e também sexuais. É importante ressaltar que não só a mulher passa por mudanças nesta fase, mas o homem também .
O crescimento abdominal, a sensibilidade mamária, náuseas, vômitos e a maior lubrificação entre outros, são alterações orgânicas que as mulheres sofrem durante a gestação e que podem influir na vida sexual do casal por gerarem desconforto.
Os homens não tem alterações orgânicas, mas como as mulheres, podem ser afetados por questões emocionais como ansiedade em relação ao parto, a criação do filho e a responsabilidade de ser pai. A mulher pode não se sentir atraente, feminina, diminuindo com isto sua auto-estima. Pode ser conflitante estar num momento divino e ao mesmo tempo não estar gostando de si. Torna-se necessário que homem e mulher estejam atentos a seus sentimentos e procurem orientação para melhor entendimento destes.
Pai e mãe devem acompanhar juntos todos os momentos, sendo um apoio e a segurança do outro, garantindo a aproximação e a continuação da sexualidade.
Novas posições, novos toques, novas sensações podem ser descobertas e apreciadas pelo casal em busca de intimidade.
Além disso, uma gravidez indesejável, uma má relação entre o casal, medo de machucar o bebê (fato não possível), podem propiciar um distanciamento gerando falta ou precariedade da vida sexual.
Na verdade, nada impede que a vida sexual continue como era anteriormente a esta fase. O que o casal precisa é se adaptar a este novo momento de suas vidas. Isto não quer dizer que a vida sexual do casal sempre piore na gravidez. Pode também melhorar quando a gravidez é desejável e o casal está preparado, gerando aproximação e entendimento entre eles.
Na verdade, os fatores que podem levar o casal a uma diminuição na qualidade sexual nesta fase são: a má informação e a má orientação.
É importante ressaltar que nos referimos a gestação normal, isto é, sem riscos para o feto e para a mãe. Neste caso a análise citada deve ser reavaliada.
A SEXUALIDADE NAS PESSOAS ESPECIAIS
Ser feliz é direito de todo ser humano. Os deficientes mentais, mesmo
tendo um desenvolvimento intelectual aquém da idade cronológica,
também podem e devem possuir esse direito. Uma das formas de manifestação
da felicidade é o exercício da sexualidade. Amar é uma
das maneiras do indivíduo ser feliz por se sentir ligado a alguém.
Embora a sociedade procure inibir as atividades sexuais entre os deficientes
mentais, estas devem ser, se não incentivadas, pelo menos direcionadas
de modo que não venham se transformar em fonte de angústia e preocupação
para os que os cercam e, por que não dizer, para os que as praticam.
A sexualidade dos deficientes mentais está intimamente relacionada ao
seu grau de deficiência. Os deficientes leves, por exemplo, são
capazes de amar, de gostar da companhia de outra pessoa, de exercer sua sexualidade
de modo semelhante a dos adultos, ressalvando as limitações próprias
de sua deficiência. Amam como duas pessoas de doze ou treze anos, com
a mesma paixão e o mesmo grau de companheirismo que muitas vezes temos
dificuldade de encontrar na sociedade dita normal. Os deficientes moderados,
cujo grau de maturidade mental é de uma pessoa de seis a sete anos, apresentam
um comportamento sexual compatível ao de uma criança dessa idade.
Têm curiosidade pelo próprio corpo ou pelo de outras pessoas, geralmente
do mesmo grau de desenvolvimento intelectual. Os deficientes severos, com idade
mental de uma criança de dois anos, conseguem exercer hábitos
elementares de alimentação, higiene e vestimenta e também
a sexualidade compatível com essa idade. A masturbação
é uma atividade bastante comum nessas pessoas, buscando satisfação
no próprio corpo. Apesar dessas manifestações sexuais,
não conseguem ter um relacionamento sexual propriamente dito.
Nosso grande erro é julgar a sexualidade dos deficientes mentais pelos
nossos próprios parâmetros e, principalmente, transmitir ou incutir
nessas pessoas especiais nossos próprios preconceitos e tabus quanto
à sexualidade . Os pais e os educadores, responsáveis pela sua
educação, devem se despir desses preconceitos, deixando que o
conhecimento e a compreensão a respeito de suas características
sejam o norteador da orientação.
Um aspecto de significativa importância dessa educação sexual
é estabelecer os limites do corpo, seja do educador ou deles próprios.
Ensinar que existem limites é saber educar adequadamente; isso não
significa que todos os contatos e gestos afetivos são condenáveis.
É fundamental ensinar que existem áreas corporais públicas
e privadas, mostrando ser inadequado o exercício de atividades corporais
ditas privadas em ambientes públicos. A masturbação, e
até a própria exploração corporal, embora não
condenáveis são algumas dessas atividades privadas. O exercício
da sexualidade, de modo geral, está preso às regras sociais e
é permitido e aceito apenas para pessoas ditas normais, adultas, heterossexuais,
casadas, que querem ter filhos e possam sustentar uma família. Como,
na maioria das vezes, os deficientes mentais não se encaixam em alguns
desses parâmetros, fica o cruel preconceito de que o exercício
da sexualidade entre eles deve ser inibido; são proibidos de desejarem
e serem desejados, de amarem e serem amados e, até mesmo, de terem filhos.
É bem verdade que é fundamental e necessária uma monitoração
por pessoas dispostas a lhes assegurar o apoio necessário. Reconhecemos
que no Brasil essa responsabilidade fica quase que exclusivamente sob a tutela
da família, que infelizmente nem sempre está em condições
de dar esse apoio.
Educar o deficiente é educar a família e a sociedade, dando o
parâmetro da igualdade de direito à felicidade. Os educadores e
os métodos educacionais direcionados às famílias desses
indivíduos devem estar voltados para desenvolver seu potencial e realizar
sua integração social. Em função disso, os pais
devem ser orientados adequada e precocemente a respeito do desenvolvimento sexual
de seus filhos, evitando que interfiram erroneamente de maneira negativa. Esse
proceder com certeza levará a uma melhor qualidade de vida para o deficiente
mental como para sua própria família. Nessa educação
a família é insubstituível. Contudo a parceria família-escola
é que reforça o pleno desenvolvimento das habilidades e potencialidades,
fazendo com que o deficiente compreenda as alterações que estão
ocorrendo em seu corpo, as manifestações fisiológicas e
os inexplicáveis anseios e desejos. Os principais códigos que
regem o comportamento sexual devem ser ensinados para que eles possam conviver
socialmente de forma adequada. As escolas também devem direcionar as
informações sobre prevenção das doenças sexualmente
transmissíveis, bem como de uma gestação não desejada.
Um ginecologista é de extrema importância auxiliando a escolher,
se for o caso, métodos anticoncepcionais seguros e adequados ao grau
de compreensão do deficiente ou da família, a qual deve monitorar
seu uso. Pais e educadores nunca devem esquecer os preceitos básicos
da educação sexual para essas pessoas especiais: colocar limites
quando a situação exigir, pois compreender não é
compactuar com a atividade sexual; ter clareza na colocação dos
limites, utilizando linguagem compreensiva, com vocabulário adequado;
responder sempre, direta e objetivamente.
O deficiente mental não precisa de piedade, mas de compreensão
de sua condição e, principalmente, de esclarecimento convincente
para adequar seu comportamento.
VALORIZAÇÃO
O Amor está em saber salientar os pontos comuns e aceitar as diferenças.
Dr. Thyrson Fraga Moreira, ginecologista, obstetra e terapeuta sexual
Eliana Martins de Freitas, psicóloga e terapeuta sexual
O que é Sexualidade?
Existem muitas formas de definir o que é sexualidade, por isso escolhemos
aqui a maneira mais fácil de ser entendida por todos:
Sexualidade é essa necessidade de receber e expressar afeto e contato,
que todas as pessoas têm e que traz sensações prazerosas
e gostosas para cada um. Assim, sexualidade não é apenas sexo,
é o toque, o abraço, o gesto, a palavra que transmite prazer entre
pessoas e que temos desde antes de nascer, na barriga da mãe, quando
bebês e durante toda a vida. Conforme vamos crescendo, descobrimos também
o prazer provocado pelo contato sexual, através do estímulo que
fazemos em nós mesmos ou com outras pessoas. Essa forma de exprimir a
sexualidade vai se juntar às outras maneiras de contato que já
vinhamos vivendo desde bebês, gerando a sexualidade adulta.
O que é sexualidade ?
Enéas Martim Canhadas
O que podemos entender por sexualidade?
Podemos, de uma maneira um tanto simplificada, entender a sexualidade quando
estamos falando e pensando sobre as nossas sensações, sentimentos
e emoções envolvendo a energia sexual. Para falar de energia sexual
podemos nos referir à libido, se quisermos ser um pouco técnicos
ou psicólogos no assunto. Libido vem do latim e quer dizer “desejo
violento ou luxúria” Mas no sentido psicanalítico –
a psicanálise foi criada por Freud – temos a energia motriz dos
instintos de vida, portanto da conduta ativa e criadora do homem. Assim nos
explica de forma bem acessível o dicionário Aurélio. Ou
podemos falar de energias perispirituais enquanto força criadora presente
em todos nós, espíritos em evolução passando por
este plano. É claro que poderíamos apresentar outras definições,
quer de tendências religiosas ou como explicação teórica
e técnica sobre o assunto.
Quando estamos falando de sexualidade, não estamos falando de sexo?
É claro que sim. No entanto esses dois temas podem nos levar a destinos
muito diferentes. Quando falamos ou tratamos de sexualidade estaremos pensando
nas energias que são canalizadas no nosso corpo dessa maneira, isto é,
na forma de sexualidade. Estaremos portanto falando, de nossos desejos, de nossas
sensações prazerosas, de nossa compreensão sobre a maneira
como sentimos e lidamos com as questões que envolvem essas energias.
Estamos falando, por exemplo, de como nos relacionamos sexualmente, de como
controlamos os nossos impulsos relativos ao sexo, de como podemos expressar
a nossa sexualidade publicamente ou intimamente, de como estas manifestações
alteram e interferem nas nossas vidas, de como sentimos tais energias nos nossos
corpos e de como essa energia pode ser usada bem ou mau, construtiva ou de maneira
desastrosa.
Já quando estamos falando do sexo, já estamos falando da prática
do sexo exclusivamente. Aí então, falamos de sexo bom ou ruim,
de sexo moralmente aprovado ou desaprovado, estamos falando da prática
sexual simplesmente ainda que não tenha finalidades mais elevadas, falamos
de sexo seguro, de sexo arriscado, de sexo depravado ou patológico e
assim por diante.
Podemos entender a pornografia e outras tendências como fazendo parte
da sexualidade?
Sim. Exatamente porque, a partir das definições que adotamos,
fazem parte dos sentimentos libidinosos (ver libido) dos seres humanos e também
são energias perispirituais. Embora a pornografia represente a prática
do sexo moralmente reprovado, e do ponto de vista do psiquismo um sexo pervertido
em muitos casos, são manifestações doentes da sexualidade
que todos os seres humanos possuem. É como falar de agressividade, mas
na forma manifesta de violência ou, por outro lado, de passividade.
A prática sexual entre pessoas do mesmo sexo, pode ser encarada como
uma manifestação normal da sexualidade?
Você consideraria uma pessoa de personalidade orgulhosa ou arrogante,
uma personalidade anormal ou doente? De outro modo, você trataria o teu
filho que é muito egoísta, que não reparte o seu lanche
da escola com ninguém, um filho anormal? Certamente que não. Você
dirá que seu filho tem algumas distorções de comportamento
e que precisa aprender a ser mais altruísta. Ou da pessoa orgulhosa,
você dirá que deverá superar o seu orgulho e mostrar-se
mais reconhecida de que todos temos qualidades e defeitos e que ela não
é tão melhor do que os demais mortais, não é mesmo?
Vejamos de outra forma. André Luiz, em “No Mundo Maior” no
capítulo 11 chamado “Sexo” diz: “Erro lamentável
é supor que só a perfeita normalidade sexual, consoante as respeitáveis
convenções humanas, possa servir de templo às manifestações
afetivas. O campo do amor é infinito em sua essência e manifestação.”
Insta fugir às aberrações e aos excessos; contudo, é
imperioso reconhecer que todos os seres nasceram no Universo para amar e serem
amados.”
Do ponto de vista do comportamento, portanto da Psicologia, o problema não
se localiza exatamente no fato de ser ou não normal essa prática.
O que observamos nos consultórios é que as pessoas, honesta e
sinceramente, não sabem explicar porque existe dentro de si, o sentimento
de afeto, paixão e amor por uma outra pessoa do mesmo sexo. Assim como
você não saberá dizer porque sente prazer e atração
pelo sexo oposto. Apenas irá dizer que acha isso normal. Acontece que,
para as pessoas que sentem diferente também localizam dentro de si um
sentimento normal, pois desde que se lembram, em outros casos, a partir de um
momento qualquer, passaram a experimentar tais sentimentos.
Do ponto de vista da experiência evolutiva do espírito, não
podemos deixar de pensar que se, evoluímos pelas mais diversas experiências
que nos propusemos a viver neste plano, porque não certas pessoas também
estarem passando por tais sentimentos como questões ainda importantes
para serem vividas, compreendidas e superadas. E vejam bem, não estou
dizendo aqui que superar é deixar de sentir-se atraído pelo sexo
oposto, pois se assim fosse teria que dizer também que nascer mulher
ou homem também seria uma experiência de superação
dessa condição. Não é isso que nos ensina a doutrina
Espírita, mas sim que temos de nascer como homens e mulheres como parte
do amadurecimento do nosso espírito e para assim, evoluírmos no
sentido dos espíritos iluminados que um dia, não serão
mais regidos pelas energias sexuais divididas em masculinas e femininas.
Como podemos compreender o sexo antes do casamento? A doutrina Espírita
dá suporte a esta prática?
Não se pode dizer que a doutrina Espírita dá suporte a
esta ou àquela prática. No livro “Vida e Sexo” psicografado
por Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, no capítulo que trata
do “Compromisso Afetivo” encontramos: “Toda vez que determinada
pessoa convide outra à comunhão sexual ou aceita de alguém
um apelo neste sentido, em bases de afinidade e confiança, estabelece-se
entre ambas um circuito de forças, pelo qual a dupla se alimenta psiquicamente
de energias espirituais, em regime de reciprocidade.” É importante
observar com que sabedoria e respeito ao livre arbítrio essas orientações
nos são dadas. Adverte ainda o mesmo espírito que tais experiências,
quando um dos parceiros lesa o outro na sustentação do equilíbrio
emotivo, provoca a “ruptura no sistema de permuta das cargas magnéticas”
e caso o parceiro que se sente prejudicado “não possua conhecimentos
superiores na autodefensiva” pode entrar em pânico ou até
mesmo chegar à delinqüência. Diante dessas afirmações
podemos aprender que as questões fundamentais sobre o sexo antes do casamento
não residem nas questões do certo e do errado ou se podem ou não
fazer isto ou aquilo. Espíritos em evolução que somos,
e sabedores de que possuímos o livre arbítrio, os problemas são
de outra ordem e grandeza, como nos ensina ainda Emmanuel “quem estude
os conflitos de sexo, na atualidade da Terra, admitindo a civilização
em decadência, tão só examinando os absurdos que se praticam
em nome do amor, ainda não entendeu que os problemas do equilíbrio
emotivo são, até agora, de todos os tempos, na vida planetária.”
Lembremos ainda o Livro dos Espíritos, no capítulo IV do livro
Terceiro quanto ao “Casamento e Celibato” que a “união
livre e fortuita dos sexos pertence ao estado de natureza” com isso nos
alertando para um estágio de evolução ainda muito mais
próximo do nosso estado anímico de que da nossa meta de seres
da luz. O que nos é importante pensar e ter em mente é que somos
Espíritos evolucionários e não cabe alguém ou algum
código de ética ficar dizendo, ponto por ponto, o que devemos
e o que não devemos fazer. A doutrina Espírita, sábia na
sua maneira de amparar os nossos atos através das leis naturais que codificou,
tem o mérito de mostrar através de quais mecanismos se faz tal
evolução. No entanto, se desse suporte a uma ou outra prática,
estaria tirando dos seres humanos a liberdade da evolução com
todas as suas implicações. E finalmente, não existem experiências
que devam ser recomendadas como mais eficientes para a evolução
de quem quer que seja. A evolução é um processo, não
um método para apressar os passos dos seres errantes que somos, caminhantes
em marcha perene pelas sendas da eternidade.
A expressão da sexualidade é uma expressão de amor?
Na manifestação do amor, certamente encontramos a sexualidade.
No entanto não podemos dizer que na sexualidade está presente
o amor. “O sexo e o cérebro não são músculos,
nem podem ser. Disso decorrem várias conseqüências importantes,
das quais esta não é a menor: não amamos o que queremos,
mas o que desejamos...” Quando André Comte Sponville faz tal afirmação
está falando dessa junção inevitável: o amor ao
sexo. Estamos falando, pois, do amor da carne. Estamos falando do amor que deseja
o outro e que, geralmente, pensa que o possui. Mas será isto amor? O
poeta Rilke tem algo precioso a nos ensinar sobre isso: “a volúpia
carnal é uma experiência dos sentidos, análoga ao simples
olhar ou à simples sensação com que um belo fruto enche
a língua. É uma grande experiência sem fim que nos é
dada; um conhecimento do mundo. (...) O mal não está em que nós
a aceitemos; o mal consiste em quase todos abusarem dessa experiência...”
Por essa forma de provar o sabor, caímos no risco de consumir o outro
como consumimos a fruta apetitosa. Essa maneira de gostar torna-se nem um pouco
virtuosa, não podendo ser aplicada a ninguém. O amor antes preserva.
A sexualidade como expressão de amor está ligada, de forma irreversível,
ao poder e a posse. Mais do que isso, o amor validado pela sexualidade, acaba
se tornando uma espécie de afeto geográfico. Eu gosto tanto mais
do outro quanto mais eu possuo do outro. Por isso, expressões como “ela
será minha para sempre”, “ele é o meu homem”
querem dizer isso mesmo enquanto pensam que tal coisa pode acontecer. Será
muito triste o dia que descobrirem que nunca possuíram nada.
Existe o amor? Ou vivemos apenas paixões que confundimos com um suposto
e imaginário sentimento de amar? São diferentes?
Do grego nós temos que existem três maneiras de amar: a carência
(erôs) que abrasileiramos por “eros” mais ligado a idéia
do amor sensual; o regozijo (philia) que é a alegria pela boa nova anunciada
pelo Cristo que nos torna capazes até mesmo de amar os nossos inimigos.
É a alegria pela amizade e pelas possibilidades de amarmos a todos; a
caridade (agapé) que podemos entender como a forma mais completa do amor.
E com tal respeito e verdade amarmos tanto e de tal modo que nem percebemos
que o nosso semelhante sofre e por isso precisa receber a nossa ajuda. Não
podemos ajudar só os que sofrem, isto é, a nossa evolução
ainda vai nos levar ao dia em que tenhamos a caridade como manifestação
espontânea e que não necessite de causa ou motivo para ser manifesta.
Enquanto estamos falando da idéia de amor associado a manifestações
da sexualidade, estamos falando das paixões que, enganosamente, chamamos
de amor. A paixão, enquanto amor, não existe. E o amor enquanto
o fogo da paixão não pode ser chamado ou considerado como tal.
No entanto, a sexualidade presta aí um grande serviço. Ela é
um fogo que pode purificar os apaixonados e transformar os sentimentos, um dia,
em amor. Difícil será encontrar no amor ao outro, misturado com
a volúpia do sexo o amor que tanto se propaga. Provavelmente tais sentimentos
não passam das frases que ouvimos a torto e a direito nas novelas. “Eu
te amo” transformou-se numa frase de efeito, que teve validade apenas,
para a cena mais emocionante do capítulo da noite passada, ou que servirá
para depositarmos no personagem central do filme a nossa emotividade carente
e que anseia por um imaginário ou desejado amor de verdade. Isso acontece
porque, no íntimo, todos nós almejamos, um dia, encontrar o amor.
De alguém por nós.
As manifestações da sexualidade no meu corpo explicam quando estou
apaixonado(a) ou amando?
Não explicam mas anunciam. Acredito que por tudo que falamos, não
tenha ficado uma noção limitante ou proibitiva da sexualidade.
Antes, procuramos chamar a atenção quando, pelas proibições
que temos dentro de nós através de uma educação
ou moralismos falsos que nos fizeram temer a sensualidade e sentirmo-nos envergonhados
frente a beleza, complicamos e colocamos obstáculos na nossa evolução
para a compreensão das verdadeiras emoções dentro de nós.
Voltamos a Emmanuel: “em nenhum caso, ser-nos-á lícito subestimar
a importância da energia sexual que, na essência, verte da Criação
Divina para a constituição e sustentação de todas
as criaturas. Com ela e por ela é que todas as civilizações
da Terra se levantaram, legando ao homem preciosa herança na viagem para
a sublimação definitiva, entendendo-se, porém, que criatura
alguma, no plano da razão, se utilizará dela, nas relações
com outra criatura, sem conseqüências felizes ou infelizes, construtivas
ou destrutivas, conforme a orientação que se lhe dê”.
Referências Bibliográficas:
• Comte-Sponville, André, Pequeno Tratado das Grandes Virtudes,
Edit. Martins Fontes, São Paulo, 1999.
• Kardec, Allan, Livro dos Espíritos, FEESP, São Paulo.
• Rilke, Rainer Maria, Cartas a Um Jovem Poeta, Edit. Globo, Porto Alegre,
1980.
• Xavier, Francisco Cândido, ditado pelo espírito Emmanuel,
Vida e Sexo, FEB, Rio de Janeiro.
• _____________________, ditado pelo espírito André Luiz,
No Mundo Maior, FEB, Rio de Janeiro.
Anotações sobre o termo Ciúme e suas implicações
• CIÚME = sentimento de carência afetiva, desejo de posse,
em relação a alguém ou a alguma coisa. Do latim: zelumen,
de zêlus, cio, zelo.
• Zelo = cuidado, desvelo ardente , zelus: transliteração
do grego zêlos (objeto de emulação) zelador, zelante, zelar:
ter zelo por, ter ciúmes de, cioso/zelote: que finge ter zelos. Dom latim
zelotes derivado do grego: inveja (por amor)
• cio = período de desejo sexual intenso dos animais. Do latim
zêlus – ardor, ciúmes; cioso: ciumento, cuidadoso. Dicionário
Etimológico Nova Fronteira.
• Ciúme: sentimento doloroso que as exigências de um amor
inquieto, o desejo de posse da pessoa amada, a suspeita ou a certeza de sua
infelicidade, fazem nascer em alguém; zelos. Emulação,
competição; rivalidade. Despeito invejoso, inveja. Receio de perder
alguém, alguma coisa; cuidado, zelo. Novo Dicionário Aurélio.
• Em espanhol: celo = zelo: impulso íntimo que promove boas obras;
amor extremo à glória de Deus e ao bem das almas; por extensão:
cuidado com o bem de outras coisas ou pessoas; cio: manifestação
de apetite sexual nos animais nas épocas de reprodução;
esmero, suspeita, inquietação e receio, ciúmes, zelos.
Dicionário Espanhol-Português, Porto Editora.
(Revista Literária Espírita DELFOS, Ano I nº 2)
A Escola e a Sexualidade (GLTTB)
por Roberto Warken
Primeiro e Segundo Graus
Eu afirmo que, com raríssimas exceções, o corpo docente
de muitas escolas não está devidamente preparado para lidar com
a temática - Educação Sexual -, ao menos no que está
prescrito em forma paradigmática, de modelo, nos chamados Parâmetros
Curriculares Nacionais - PCN.
Os PCN descrevem a disciplina de Educação Sexual (que lá
é denominado por Orientação Sexual, com o qual este autor
não concorda) numa perspectiva transversal, o que impele a que todas
as demais disciplinas ditas fixas, como matemática, português,
história, etc. tenham que contê-la, de alguma forma. Assim, teríamos,
por exemplo, textos na disciplina de português, que poderiam ser pesquisados
pelos alunos e alunas, que contivessem temáticas ou algum substrato ligado
a sexualidade para que, em sala de aula, a/o professora/r demonstrasse como
historicamente "as palavras" são constituídas de teor
erótico, sexual; na sua métrica, na poética, descrições,
narrações, etc.
Na geografia teríamos, no que se refere a geografia política,
por exemplo, a etno-geografia, que trataria de aspectos regionais e culturais
da sexualidade constituídas na relação que as pessoas têm
com o ethos, com o espaço biodiverso em que elas estão inseridas.
A partir daí, por exemplo, a professora de história poderia juntar
estas duas informações e mostrar como a sexualidade distingue-se
no que diz respeito a questão tempo-espaço-simbologia, códigos
sociais e, como isso se deu no encontro de pessoas pertencentes a diversos grupos.
Como os códigos de conduta sexuais passaram de geração
a geração, de cultura a cultura, apenas para refletir com os/as
alunos/as.
Nas ciências, no caso da biologia, por exemplo, a sexualidade ainda restrita
a terminologias que remetem a função reprodutiva dos órgãos
genitais. Aparelho reprodutivo masculino, aparelho reprodutivo feminino, são
expressões ainda muito encontradas em livros didáticos, por exemplo.
E, na verdade, estes são aparelhos sexuais que, além de se prestarem
a reprodução, podem se prestar ao prazer, ao desejo. Mas, o prazer,
assim como o desejo, não são tratados na biologia. Porque?
De que forma se pode tratar sobre sexualidade no universo da ciência matemática,
da física, da química? Um bom experimento matemático em
relação a sexualidade ou ao sexo é, por exemplo, trabalhar
com as formas poligonais do corpo; a física poderia tratar de como o
corpo humano sofre com a gravidade terrestre e a química, com as reações
que se produzem no organismo humano quando um adolescente tem sua corrente sanguínea
inundada por hormônios sexuais.
O corpo docente, sob uma direção eficaz, poderá sempre
produzir um plano político pedagógico para a escola que não
somente trate da sexualidade sob os aspectos primários, como a morfofisiológica
humana, os desejos e as atrações sexuais. Mas, há os aspectos
éticos e morais que devem fazer parte da grade curricular. Assim, por
exemplo, não se pode falar de sexualidade sem que se tenha em mente que
este aspecto está diretamente ligado a outros como o respeito a diversidade
sexual, a diversidade de desejos sexuais, a diversidade de orientações
sexuais, cidadania, a diversidade de expressões do afeto, apenas para
citar alguns pontos. Como, de acordo com o conjunto de valores morais, incluímos
e excluímos as pessoas, as enquadramos, comportamentalizamos, definimos,
esquadrinhamos, etc. Mas, tudo isso tem a ver com a estrutura social onde está
incluída esta escola, que tipo de currículos e bibliografias construímos
e com que propósitos: de manter o que está hegemonicamente estabelecido
ou, numa direção que permita a reflexão, a pesquisa, o
encontro de novas respostas para as mesmas questões?
Como são as brincadeiras na escola? Até onde estas brincadeiras
não estão carregadas de sexualidade,ou sensualidade? Como é
a arquitetura da escola, dos banheiros da escola, ...Como são dispostas
as carteiras em sala de aula? Qual é o nível de relação
de poder que se estabelece entre as diversas hierarquias: direção,
colegiado, administrativos e serviços gerais? Que relações
as secretarias estabelecem com essas escolas, sejam elas municipais, estaduais
ou particulares?
Até onde a escola é o espaço propiciador para a reflexão
emancipadora e libertadora da alienação ou, apenas um aparelho
de repetir as mesmas coisas?
Deve a escola lidar sobre a sexualidade, ou não?
Devem os responsáveis relegar a escola o ensino sobre sexualidade, ou
não?
Se os (as) responsáveis sabem que são limitados (as) quanto ao
ensino sobre sexualidade e não esperam nada da escola, esperam que seus
filhos e filhas aprendam aonde? Na rua?
E, como as escolas vão dar esta formação aos alunos e alunas
se professores e professoras têm sérias dificuldades em abordar
estes temas em sala de aula seja por total desinformação, seja
porque ela ou ele próprio não sabe lidar com sua própria
sexualidade; seja porque têm medo das reações de censura
dos (as) responsáveis quanto aos conteúdos? Como esta escola deverá
lidar com alunos (as),professores (as), pessoal administrativo que seja gays,
lésbicas, travestis, transgêneros ou bissexuais?
Universidades, Faculdades e Congêneres
Em nossa sociedade formamos pessoas com as mais diversas especializações,
ou seja, especialistas em fragmentos do conjunto de atividades de nossa sociedade.
E, há especialistas em fragmentos de fragmentos dos fragmentos, em quase
todas as áreas do conhecimento. São tantas as subpartições
do conhecimento quanto as dúvidas sobre sexualidade. Isto porque não
nos damos conta de que somos em grande maioria, seres sexuais, seres sexualizados.
As pessoas confundem muito sexo com sexualidade. Principalmente, confundem o
lugar delas. Então eu vou lhes dizer onde elas se encontram: o sexo fica
entre as pernas; a sexualidade, entre as orelhas.
Levamos nossas cabeças e o que temos no meio de nossas pernas às
universidades, e para todas as partes do globo terrestre, quer onde estejamos,
o sexo e a sexualidade estarão lá conosco. Por isso eu lhes pergunto:
porque as universidades insistem em evitar a sexualidade? Porque o Ministério
da Educação pensou que devemos tratar sobre sexualidade somente
na formação pré-acadêmica? Porque não temos
uma Educação Sexual na academia? Porque as especialidades acadêmicas
não incluem as sexualidades já que todo o seu corpo discente e
docente é constituído de pessoas devidamente sexuais?
Se os(as) profissionais que saem das universidades são dessexualizados(as)
e vão trabalhar na formação de crianças e adolescentes,
o sistema hegemônico se retroalimenta e forma novos imbecis sexuais. Se
estes (estas) profissionais vão para instituições ou empresas,
certamente não deixarão de ser imbecis sexuais, e suas vidas sexuais
serão muito difíceis.
Portanto, eis a questão: se grande parte da felicidade das pessoas está
intimamente relacionada com a forma com a qual ela se relaciona com a sua sexualidade
e com a das demais pessoas; se sabemos que grande parte do sofrimento humano
advém de nossa ignorância, dos impedimentos relacionados ao exercício
pleno de nosso desejo afetivo-erótico-sexual, então porque evitamos
isto?
Porque temos tanto receio em aceitar a diversidade sexual humana?
Porque condena-se as crianças em suas incursões sexuais exploratórias?
Porque condena-se gays, lésbicas, travestis, transgêneros e bissexuais
enquadrando-os(as) como "anormais", "de comportamentos anti-naturais"
e depois os (as) colocamos num regime de apartheid, de segregação,
os (as) marcamos socialmente, estigmatizamos e (os) as crucificamos num ato
paradoxal de formação judáico-cristã?