Abiogênese e Biogênese
A teoria da abiogênese ou
da geração espontânea foi largamente aceita até o século passado, quando Spallanzani e depois Pasteur realizaram vários experimentos
para refutá-la.
Pasteur colocou caldo de
cultura em frascos com gargalo recurvado que, deixados em repouso durante
meses, não desenvolviam microorganismos, inclinando tais frascos e fazendo o
caldo atingir a curva do gargalo, ele demonstrou o desenvolvimento dos
micróbios ali retidos e provou que seres vivos provinham de outros
preexistentes (biogênese).
Condições da Terra primitiva
No final do século XIX
vários cientistas consideravam a possibilidade de os primeiros seres vivos
terem evoluído de certos compostos orgânicos formados nos mares primitivos, sob
certas condições favoráveis como:
- água líquida acumulada
nas depressões da superfície terrestre.
- Presença dos elementos
carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, principalmente nos gases metano (CH4), amônia(NH3), água (H2O)
e hidrogênio (H2), componentes da atmosfera
primitiva;
- Energia para as reações
químicas sob forma de radiação ultravioleta, radiação cósmica, descarga
elétricas, etc.
Oparin, cientista russo, propôs, no
início deste século, uma teoria de origem da vida segundo a qual compostos
simples de carbono teriam formado moléculas mais complexas que formaram
agregados gelatinosos (coacervados), evoluindo para protocélulas.
Proteínas e outras
moléculas orgânicas existentes nos mares primitivos formariam coacervados que seriam capazes de incorporar novos materiais,
tornando-se mais complexos. Um fator importante foi a
capacidade desses agregados catalizarem reações
químicas no seu interior, tornando possível controlar a produção e o gasto de
energia. Outro acontecimento importante foi o aparecimento dos ácidos nucléicos
que permitiram a reprodução dos coacervados e o
controle da sua organização molecular.
Na década de 1950, Stanley
Miller, simulando condições da atmosfera primitiva, conseguiu demonstrar a
formação de compostos orgânicos (aminoácidos, aldeídos, uréia, etc.),
utilizando um aparelho no qual circulavam metano,
amônia, vapor de água e hidrogênio, submetidos a descargas elétricas.
Primeiros seres vivos
Admite-se que tenham sido
heterótrofos, surgidos há cerca de 3 bilhões de anos,
e que utilizariam compostos orgânicos acumulados nos mares primitivos, a
energia seria conseguida através de processos anaeróbios, pois não havia
oxigênio livre na atmosfera com a multiplicação dos heterótrofos, o alimento
começou a escassear e, há cerca de 2 bilhões de anos, surgiram os autótrofos,
capazes de produzir o próprio alimento a partir de energia luminosa, água e gás
carbônico. Esses autótrofos fotossintetizadores
(clorofilados), além de se auto-alimentarem, serviam de alimento para os
heterótrofos e produziam oxigênio, que começou a acumular-se na atmosfera,
permitindo o aparecimento dos primeiros organismos aeróbios, esses organismos
primitivos teriam sido procariontes, tendo os eucariontes surgido há
aproximadamente 1,2 bilhões de anos
Lamarckismo
Lamarck (século XIX)
refutava as idéias criacionistas e fixistas da época, afirmando que todas as espécies, inclusive
o homem, descendiam de spécies diferentes,
preexistentes. Ele acreditava que características adquiridas pelo uso
ou deuso de órgãos seriam transmitidas aos
descendentes, produzindo mudanças ao longo do tempo. O exemplo clássico
é a explicação para o desenvolvimento do pescoço das girafas, segundo
a qual, o esforço dos animais para alcançar os brotos no alto das árvores
produziria um alongamento do pescoço, transmitido aos descendentes. |
Darwinismo
Numa viagem de 5 anos ao redor do mundo (meados do século XIX), Darwin
observou, nas ilhas Galápos, que os jabutis gigantes daquelas
ilhas e certos pássaros (fringilídeos) diferiam de uma ilha a outra. Ele supôs
que os fatores alimento e espaço controlariam o tamanho das populações,
sobrevivendo apenas os mais aptos, num processo de seleção natural. Assim, a variabilidade dos organismos de uma população e a seleção natural
explicariam a evolução dos sere vivos. A
explicação darwinista para o tamanho do pescoço das girafas era que as
populações do passado teriam indivíduos de pescoço de vários tamanhos, e os
mais aptos deixariam descendentes, ou seja, os de pescoços maiores.
Atualmente são conhecidas as causas da variabilidade nas
populações e os mecanismos de transmissão hereditária. A moderna teoria
da evolução considera como fatores evolutivos as
mutações, a recombinação genética, as migrações. O tamanho das populações, o
isolamento reprodutivo e a seleção natural.
Adaptação
Processo pelo qual os
organismos se tornam aptos a sobreviver sob determinadas condições ambientais;
resulta das mutações e da seleção natural. Trabalhos realizados com bactérias
sensíveis à estreptomicina mostraram que bactérias mutantes, resistentes,
apareceram ao acaso e sobreviviam quando submetidas ao antibiótico.
Um processo adaptativo
muito conhecido é o do mimetismo, que permite aos organismos escaparem de seus
predadores. Por exemplo, certos insetos que imitam folhas, espinhos ou ramos
secos ou têm coloração idêntica à do substrato em que vivem, conseguem escapar
mais facilmente de seus predadores. Um exemplo clássico de mimetismo é o das
mariposas das áreas industrializadas da Inglaterra. Antes da industrialização,
as mariposas escuras eram as preferidas dos predadores, por serem mais visíveis
contra os troncos claros. Entretanto, com a fuligem das fábricas, os troncos
escureceram e as borboletas claras tornaram-se alvos mais fáceis para os
pássaros.
Os processos adaptativos
podem ser convergentes ou divergentes. Apresentam adaptação convergente
organismos de origens diferentes que têm semelhanças de forma ou de
comportamento, como acontece com o tubarão e o golfinho (forma hidrodinâmica). A adaptação divergente pode aparecer em
populações inicialmente homogêneas, submetidas a diferentes pressões seletivas,
como ocorre, por exemplo, com os bicos dos fringilídeos, adaptados ao tipo de
alimentação.
Especiação
Processo pelo qual uma
população inicialmente homogênea pode formar novos grupos que não mais se
cruzam, constituindo novas espécies. Esse processo é determinado pelo
isolamento reprodutivo causado por barreiras geográficas (rios, montanhas,
florestas, lagos, etc.), ou reprodutivas (diferenças de comportamento na época
do acasalamento, inviabilidade dos descendentes, etc.) que impedem os
cruzamentos. Os grupos separados da população original podem acumular
diferenças adaptativas e originar novas espécies.
- OS SERES VIVOS -
A origem da vida
O planeta
Terra formou-se há cerca de 4,6 bilhões de anos. Sua aparência inicial era
completamente diferente da aparência que tem hoje. Não havia nele qualquer
tipo de ser vivo.
Supõe-se hoje, através do estudo de
fósseis, que os primeiros seres vivos surgiram provavelmente há cerca de 3,5
bilhões de anos.
Ao longo dos tempos, várias
hipóteses foram elaboradas na tentativa de responder como os planetas
apareceram - como a hipótese da geração espontânea, a hipótese extraterrestre
entre outras.
A
hipótese da geração espontânea
Até o século XIX, imaginava-se que
os seres vivos poderiam surgir não só a partir da reprodução de seres
preexistentes, mas também a partir de matéria sem vida, de uma forma
espontânea. Essa idéia, proposta há mais de 2.000 anos por Aristóteles,
filósofo grego, é conhecida como geração espontânea.
Segundo aqueles que acreditavam na
geração espontânea, determinados objetos poderiam conter um “princípio ativo”,
isto é, uma espécie de “força” capaz de transformá-los em seres vivos.
Através da geração espontânea,
explicava-se, por exemplo, o aparecimento de vermes no intestino humano, como a
lombriga, ou o surgimento de ”vermes” no lixo ou na carne em putrefação.
Logicamente, quem assim pensava
desconhecia o ciclo de vida de uma lombriga ou uma de mosca. Hoje, sabe-se que
as lombrigas surgem no intestino humano a partir da ingestão de água e de
alimentos contaminados por ovos fecundados de lombrigas preexistentes. Sabe-se
também que os “vermes” que podem aparecer no lixo e na
carne em decomposição são, na verdade, larvas de moscas que se desenvolvem a
partir de ovos depositados nesses materiais por moscas fecundadas.
A hipótese extraterrestre
Svante Arrhenius
(1859-1927), um físico e químico sueco, supunha que, em épocas passadas,
poeiras espaciais e meteoritos caíram em nosso planeta trazendo certos tipos de
microrganismos, provavelmente semelhantes a bactérias. Esses microrganismos,
então, foram se reproduzindo, dando origem à vida na Terra.
A hipótese de Oparin
Até chegar à forma que tem hoje, com seu relevo, rios, oceanos, campos,
desertos e seres vivos, a Terra passou por diversas transformações.
Quando se formou admite-se, o planeta era tão quente que era impossível a vida desenvolver nele. O surgimento da vida só se tornou
possível com algumas mudanças ocorridas, por exemplo, no clima e na composição
dos gases atmosféricos.
Atmosfera primitiva |
Atmosfera atual |
Hidrogênio (H2) |
Nitrogênio (N2) |
Metano (CH4) |
Oxigênio (02) |
Amônia (NH3) |
Gás carbônico (CO2) |
Vapores de água |
Vapores de água |
|
Gases nobres |
Os vapores de água foram um dos componentes mais importantes da atmosfera
primitiva. Admite-se que eles resultaram da grande atividade dos vulcões.
Esses vapores de água foram se acumulando na atmosfera durante séculos.
Nas altas camadas da atmosfera, os vapores de água, na forma de densas nuvens,
resfriavam-se e, condensando-se, começaram a cair como chuva. Era o início do
ciclo da água, que ocorre até hoje (evaporação => condensação => chuva).
Como a superfície da Terra era quentíssima, a água evaporava-se quase
imediatamente, voltando a formar nuvens. Por milhões de anos, imagina-se, houve
essa seqüência de chuvas e evaporação antes que os oceanos fossem formados.
Somente quando a superfície da Terra se resfriou muito, começou a haver acumulo
de água líquida em regiões mais baixas, formando lagos, mares e oceanos.
Foi nos oceanos primitivos que a vida deve ter se originado. Pelo menos é o que
até agora os cientistas têm aceito como hipótese mais
provável. Um deles, o bioquímico russo de nome Aleksandr
Ivanovitch Oparin
(1894-1980), procurou explicar a formação do primeiro ser vivo a partir de
moléculas orgânicas complexas.
Das moléculas orgânicas aos coacervados
Oparin acreditava que as moléculas orgânicas foram
produzidas a partir de reações ocorridas entre os gases existentes na atmosfera
primitiva. Essas reações teriam sido provocadas pela energia do
raios ultravioletas do Sol e pelas descargas elétricas dos raios
durantes as tempestades, então muito freqüentes.
Entre as diversas moléculas orgânicas supostamente produzidas a partir de gases
primitivos, destacam-se os aminoácidos. Os aminoácidos formados devem ter
combinado entre si dando origem a outras substâncias mais complexas, chamados
proteínas. Ao longo de milhões de anos, as proteínas foram se acumulando nos
mares primitivos e se juntando em minúsculos aglomerados, que Oparin chamou de coacervados.
Dos coacervados às células
A ciência atual admite que muitas substâncias presentes nos mares primitivos
foram lentamente se juntando aos coacervados,
tornando-os cada vez mais complexos. Admite também que no interior dos coacervados ocorreram muitas reações entre substâncias
inexistentes, até que, depois de milhões de anos, surgiram os ácidos nucléicos.
Os ácidos nucléicos organizam o material genético de uma célula e comanda suas
atividades diversas, inclusive a reprodução. Assim, com o surgimento dessas
moléculas muito especiais, os coacervados puderam se
transformar em seres unicelulares.
Os primeiros seres vivos da Terra, eram unicelulares,
heterotróficos e alimentavam-se de substâncias existentes nos oceanos.
Com o passar do tempo, o número desses seres primitivos aumentou muito. Os
alimentos existentes no oceanos foram lentamente
se tornando insuficiente para todos. Mas milhões de anos depois, após muitas
modificações acorridas no material genético, alguns desses seres tornaram-se
capazes de produzir clorofila e fazer fotossíntese. Surgiram, então os primeiros
seres autotróficos, que produziam o alimento necessário para manter a vida
na Terra.
Foi a partir desses dois tipos de seres que se desenvolveu a vida na Terra.
Eles foram se diferenciando cada vez mais e lentamente originando todos os
seres vivos que conhecemos hoje, inclusive o homem.
Nome: Brayan
Turma: 1º N