ORIGEM DOS SERES VIVOS

Centro de ensino médio Setor Leste
Alunos:Hygor Gomes, Dylan Lopes, Hugo Lumazzini, Bruno, André Alves e Iannick Guimarães.
Série:1º H

Introdução

A história natural enfoca onde os organismos estão e o que fazem em seus respectivos ambientes, incluindo interações com outros organismos; a matéria prima da história natural é a ecologia descritiva e a etologia, ou seja, informações detalhadas da biologia do organismo em condições naturais.

Embora geralmente relegada a um segundo plano, informações básicas de história natural são fundamentais em diversas áreas, entre elas ecologia, biologia evolutiva e conservação. Por outro lado, a obtenção de informações (mesmo básicas) de história natural e comportamento geralmente depende do encontro freqüente de animais na natureza e de estudos detalhados em cativeiro, causas principais da escassez destas informações na literatura, especialmente para serpentes tropicais.

Evolução das espécies
A primeira teoria sobre a evolução das espécies é elaborada pelo naturalista francês Lamarck em 1809 (ano em que nasce Charles Darwin). A capacidade dos seres vivos de mudar e evoluir já havia sido observada e registrada por muitos estudiosos, mas é apenas com Lamarck que surge a primeira hipótese sistematizada.
Adaptação ao meio
Lamarck diz que os seres vivos evoluem "sem saltos ou cataclismos" de forma "lenta e segura". Para se adaptar melhor ao meio, os seres vivos se modificam a cada geração. A girafa, por exemplo, teria desenvolvido um pescoço comprido para se alimentar das folhas de árvores muito altas. Os órgãos que são menos usados atrofiam, de geração em geração, e desaparecem.

CARACTERES ADQUIRIDOS – Para Lamarck, as características que um animal adquire durante sua vida podem ser transmitidas hereditariamente. Um animal que perde parte de sua cauda, por exemplo, pode ter filhos com a cauda curta.

LAMARCK (1744-1829) – Jean Baptiste Pierre Antoine de Monet, cavaleiro de Lamarck, aos 24 anos abandona a carreira militar para se dedicar à medicina e à botânica. Em 1778, publica Flora francesa, que faz grande sucesso. Exerce grande influência na fundação do Museu Nacional de História Natural, em Paris. É o fundador da biologia como ramo específico da ciência, em 1802. Em 1809, publica o livro Fisiologia zoológica, expondo pela primeira vez sua teoria da evolução. A obra encontra oposição nos meios conservadores, e Lamarck cai no ostracismo. Viúvo por quatro vezes, morre cego e na miséria.

Seleção natural
Teoria descrita pelo naturalista Charles Darwin para explicar como as espécies animais e vegetais evoluem. Diz que o meio ambiente seleciona os seres mais aptos. Em geral, só estes conseguem se reproduzir e os menos dotados são eliminados. Assim, só as diferenças que facilitam a sobrevivência são transmitidas à geração seguinte. Ao longo das gerações, essas características firmam-se e geram uma nova espécie.
Darwin não consegue distinguir as variações hereditárias das não hereditárias. Alguns anos depois, Mendel desvenda os fenômenos hereditários e os compatibiliza com o princípio da seleção natural. O modelo da origem das espécies de Darwin mantém-se válido em suas linhas gerais, porém o caráter diferenciador decisivo cabe às mutações das células reprodutivas e não das somáticas (que constituem o corpo).

CHARLES ROBERT DARWIN (1809-1882) nasce em Shrewsbury, Inglaterra. Aos 16 anos entra na faculdade de medicina e interessa-se, particularmente, por história natural. Logo abandona os estudos e é mandado pelo pai para Cambridge, onde estuda teologia. Sua amizade com cientistas conceituados o leva a ser convidado a participar, como naturalista, de uma volta ao mundo no navio Beagle, promovida em 1831 pela marinha inglesa. A expedição tinha o objetivo de aperfeiçoar e completar dados cartográficos. Esta peregrinação de cerca de cinco anos contribui para fundamentar sua teoria da evolução. Em 1859 publica A origem das espécies. Em 1871 publica A descendência do homem. Os livros abrem polêmica principalmente com a Igreja, pois a evolução orgânica nega a história da criação descrita no livro do Gênesis. Darwin também enfrenta o protesto de conservadores que recusavam admitir que a espécie humana tivesse ascendentes animais.

Mendelismo
Conjunto de estudos sobre a transmissão de características hereditárias proposto pelo monge Johann Gregor Mendel em 1864 e que compõe a base da genética. Mendel estuda por mais de dez anos como as características são transmitidas de geração a geração. Muitos cientistas e agricultores já haviam realizado cruzamento entre espécies. Mas é Mendel quem faz a experimentação mais sistemática. Pesquisa a reprodução de 22 variedades de ervilha. Descobre que certas características dominam e outras ficam "ocultas" (recessivas). Constrói o primeiro modelo matemático-estatísco da transmissão de caracteres hereditários.

MENDEL (1822-1884), Johann Gregor Mendel, austríaco de origem tcheca ingressa cedo em um monastério agostiniano e é ordenado padre em 1847. Afasta-se da vida monástica para estudar física e ciências naturais em Viena. Em 1856, volta ao convento, desta vez para lecionar. Até 1866 utiliza os jardins da instituição para fazer suas experiências sobre os fenômenos da hereditariedade. Seu trabalho, apresentado em 1865, obtém pouca repercussão. O pouco caso faz Mendel encerrar sua atividade científica ao ser nomeado abade do convento. Só em 1900 os trabalhos de Mendel são recuperados e passam a ser considerados uma etapa decisiva no estudo da hereditariedade.

CÉLULA – É a menor unidade estrutural básica do ser vivo. É descoberta em 1667 pelo inglês Robert Hooke, que observa uma célula de cortiça (tecido vegetal morto) usando o microscópio. A partir daí, as técnicas de observação microscópicas avançam em função de novas técnicas e aparelhos mais possantes. O uso de corantes, por exemplo, permite a identificação do núcleo celular e dos cromossomos, suportes materiais do gene (unidade genética que determina as características de um indivíduo). Pouco depois, comprova-se que todas as células de um mesmo organismo têm o mesmo número de cromossomos. Este número é característico de cada espécie animal ou vegetal e responsável pela transmissão dos caracteres hereditários. O corpo humano tem cerca de 100 trilhões de células.

DNA – O ácido desoxirribonucléico (DNA) é originalmente estudado apenas do ponto de vista bioquímico. A grande conquista do século acontece em 1953, quando o americano James Watson e o inglês Francis Crick descobrem a estrutura da molécula de DNA, onde se situa o gene, o patrimônio genético. Seu formato é descrito como uma estrutura em dupla hélice, como uma escada em caracol, onde os degraus correspondem às bases nitrogenadas, moléculas que apresentam uma estrutura com átomos de carbono e nitrogênio. As bases (adenina, timina, guanina e citosina) podem ser combinadas entre si, em grupos de três. Cada uma dessas combinações determina o código para um aminoácido. Os aminoácidos irão se juntar e formar as proteínas dos seres vivos.

IDENTIFICAÇÃO GENÉTICA – Na década de 60 cientistas iniciam a tradução do código genético, com o objetivo de determinar a seqüência linear das quatro diferentes bases nitrogenadas que constituem o DNA e as combinações que sintetizam as proteínas. Assim, é possível sistematizar uma identificação genética tendo como base amostras de sangue, cabelo, saliva, pele ou sêmen. Hoje, estudos mostram que o DNA é mais particular que as impressões digitais. Esse tipo de identificação é aceito pela Justiça como prova de paternidade e identidade.

Classificação dos seres vivos
Até a metade do século XX, os seres vivos são classificados em apenas duas categorias: reino animal e reino vegetal. Com o progresso da biologia, a classificação se amplia para incluir organismos primitivos que não têm características específicas só de animais ou de vegetais. A partir da década de 60, o critério internacionalmente aceito divide os organismos em cinco reinos:
MONERAS – Seres unicelulares (formados por uma única célula) procariontes (células sem núcleo organizado). O material hereditário é constituído por ácido nucléico no citoplasma. São as bactérias e as cianófitas (algas azuis), antes consideradas vegetais primitivos.
PROTISTAS – Seres unicelulares eucariontes (que possuem núcleo individualizado). Seu material genético está organizado nos cromossomos, dentro do núcleo. Representados por protozoários, como a ameba, o tripanossomo (causador do mal de Chagas) o plasmódio (agente da malária), que até a metade do século XX eram considerados animais primitivos.
FUNGOS – Seres eucariontes uni e pluricelulares como as leveduras, o mofo e os cogumelos. Já foram classificados como vegetais, mas sua membrana possui quitina, molécula típica dos insetos e que não se encontra entre as plantas. São heterótrofos (não produzem seu próprio alimento), por não possuírem clorofila.
PLANTAS – São os vegetais, desde as algas verdes até as plantas superiores. Caracterizam-se por ter as células revestidas por uma membrana de celulose e por serem autótrofas (sintetizam seu próprio alimento pela fotossíntese). Existem cerca de 400 mil espécies de vegetais classificados.
ANIMAIS – São organismos multicelulares e heterótrofos (não produzem seu próprio alimento). Englobam desde as esponjas marinhas até o homem, cujo nome científico é Homo sapiens.

Origem da Vida
A primeira teoria criteriosa sobre a origem da vida surge na Grécia Antiga, com Aristóteles, que formula a hipótese de geração espontânea. Até então, predominavam as explicações religiosas e místicas. A doutrina de Aristóteles domina os meios científicos por quase 2 mil anos. Só em 1864 que Pasteur prova que a vida surge sempre a partir de outra forma de vida semelhante e não de matéria inorgânica.
Geração espontânea
Segundo o princípio da geração espontânea ou abiogênese formulado por Aristóteles, alguns seres vivos se desenvolvem a partir da matéria inorgânica em contato com um princípio vital, ou "princípio ativo". A vida surgiria sempre que as condições do meio fossem favoráveis. Mosquitos e sapos, por exemplo, brotariam nos pântanos. De matérias em putrefação, apareceriam larvas.

EXPERIÊNCIA DE REDI – Em 1668 Francesco Redi (1624-1694) começa a testar empiricamente a hipótese da geração espontânea. Coloca pedaços de carne em dois frascos abertos. Cobre um deles com uma fina camada de gaze. Observa que os dois frascos são rodeados por moscas, mas elas só podem pousar no pedaço de carne descoberto. Depois de alguns dias, os dois pedaços apodrecem, mas surgem larvas apenas no frasco aberto. Redi conclui que as larvas surgem de ovos colocados pelas moscas. Prova assim que a vida não surge espontaneamente em qualquer circunstância. Apesar da contribuição de Redi, a abiogênese ainda irá prevalecer por mais um século.

Epigênese
Descrita em 1759 pelo embriologista alemão Kaspar Friedrich Wolff (1733-1794). Ao estudar o desenvolvimento de embriões em ovos de galinha conclui que um novo ser forma-se gradualmente a partir de uma massa de matéria viva, sem estrutura pré-formada.

Biogênese
Em 1864 o químico e biologista francês Louis Pasteur (1822-1895) realiza uma série de experiências com os frascos com "pescoço de cisne" e demonstra que não existe no ar ou nos alimentos qualquer "princípio ativo" capaz de gerar vida espontaneamente. Abre caminho para a biogênese, segundo a qual a vida se origina de outro ser vivo preexistente

Origem da vida na Terra
Até hoje não existe uma resposta científica definitiva sobre a origem da vida no planeta. A primeira idéia foi a de que a vida teria vindo do espaço, fruto de uma "semente" de outro planeta. Hoje a hipótese mais difundida é a da origem terrestre. A vida surge há cerca de 3,5 bilhões de anos quando o planeta tem uma composição e atmosfera bem diferentes das atuais. As primeiras formas surgem em uma espécie de caldo de cultura resultante de complexas reações químicas e de radiação cósmica.

Quimiossíntese
É a hipótese de que as primeiras formas de vida na Terra estão condicionadas à existência prévia de compostos orgânicos (proteínas, carboidratos, lipídios e ácidos nucléicos). A energia necessária para a síntese destes complexos seria fornecida pelas radiações ultravioleta e cósmica. Em 1936 Alexander Oparin propõe que a partir de gases da atmosfera primitiva formam-se os primeiros compostos orgânicos que evoluem naturalmente até originarem os primeiros seres vivos.

Teoria dos coacervados
Anos depois, Oparin diz que as moléculas protéicas existentes na água se agregam na forma de coacervados (complexos de proteína). Essas estruturas, apesar de não serem vivas, têm propriedades osmóticas e podem se unir, formando outro coacervado mais complexo. Da evolução destes coacervados, surgem as primeiras formas de vida.

Sistemas de classificação
Na Antigüidade, os chineses e hindus descobrem que podem modificar plantas para obter remédios. Os babilônios identificam substâncias medicinais e estudam a estrutura dos animais que são sacrificados aos deuses.

Classificação aristotélica
A obra do filósofo grego Aristóteles é considerada a maior referência sobre os fenômenos biológicos na Grécia Clássica. Classifica os animais em duas categorias: inferiores e superiores. Os superiores (aves, peixes, mamíferos) são os que nascem de seus semelhantes. São dotados de matéria, forma, movimento, sensibilidade e potencialidade receptiva. O homem é colocado no vértice da pirâmide porque é inteligente e perfeito. Os animais inferiores (insetos, crustáceos, moluscos) surgem por geração espontânea. O grau de perfeição de cada animal, diz Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), está ligado à quantidade de calor que ele possui.

Classificação védica
Em relação aos animais, a literatura védica classifica mais de 260 mamíferos, pássaros, répteis, peixes e insetos. No século V d.C., Prasastapata estabelece o critério de classificação dos animais segundo o tipo de reprodução (sexuada e não).

Classificações árabes
Os árabes estudam detalhadamente os animais domesticados, base da vida das tribos nômades. Os mutazilita, teólogos islâmicos, procuram mostrar como o mundo animal dá provas da sabedoria de Deus. Classificam cerca de 350 animais segundo o modo de se movimentar. No século XIII, Al Kawini faz uma nova classificação segundo os meios de defesa de cada animal. Um século depois, Kamal al-Din al-Farisi escreve O grande livro sobre a vida dos animais, o mais importante trabalho mulçulmano de zoologia.

Classificação binária
É o sistema de classificação desenvolvido no século XVIII pelo naturalista sueco Carl von Linné, mais conhecido como Lineu. Usa como critério órgãos e estruturas morfológicas comuns e estruturas reprodutivas de animais e plantas. É um sistema simples que substitui as longas denominações de espécies, às vezes com dezenas de nomes, que vigoravam na Europa até então. Lineu é o principal nome entre os sistematas, naturalistas que no século XVII procuram estabelecer critérios mais objetivos para classificação de animais e plantas e lançam as bases da biologia moderna.

NOMENCLATURA BINÁRIA– Lineu propõe a classificação dos seres vivos por dois nomes em latim. Um nome para o gênero ou característica geral e outro para a espécie. O cão, por exemplo, recebe o nome genérico de Canis, a espécie lobo é chamada de Canis lupus e o cão doméstico, Canis familiaris. Seu sistema de identificação é apresentado nos livros Systema naturae (1735) e Genera plantarum (1737). Lineu classifica 5.897 espécies e suas descrições ainda hoje servem de referência.

LINEU (1707-1778), ou Carl von Linné, é considerado o fundador da história natural moderna. Nasce em Ráshult, Suécia. O nome original de sua família era Ingermarsson, mas seu pai muda para Linné em homenagem a árvore tília (lind). Do pai, Lineu teria herdado o interesse pela botânica. Estuda medicina e depois se especializa em história natural. Além do sistema binário de classificação, Lineu é autor dos termos fauna, flora e mamíferos, entre outros.

Especializações
As principais áreas de estudo da biologia são:
ANATOMIA: estrutura dos organismos.
BIOFÍSICA: fenômenos físicos em termos biológicos.
BIOLOGIA GERAL: ciclo vital dos organismos.
BIOQUÍMICA: química dos seres vivos.
BOTÂNICA ou FITOLOGIA: plantas.
ECOLOGIA: relações entre os seres vivos com o ambiente em que vivem.
FARMACOLOGIA: efeitos das substâncias químicas que afetam os seres vivos.
FISIOLOGIA: funcionamento dos seres vivos.
GENÉTICA: mecanismos da hereditariedade.
IMUNOLOGIA: processos internos de defesa do organismo.
MICROBIOLOGIA: micróbios ou microrganismos.
MORFOLOGIA: estruturas biológicas dos seres vivos.
PARASITOLOGIA: parasitas e parasitoses.
ZOOLOGIA: animais.


Conclusão

Chega-se assim, à etapa crítica de transformar a biologia humana em uma ciência exata. É claro, que com a definição do genoma inteiro, ainda não se saberá tudo sobre o ser humano. Entretanto sabe-se que é tudo, onde estão os limites do universo de complexidade e variabilidade humana.
A seqüência do genoma humano será a base de uma evolução na medicina. Em 10 anos, novas drogas para tratar doenças humanas baseadas no conhecimento exato de suas base moleculares e na estrutura das proteínas alteradas, irão ser descobertas e curar doenças hoje incuráveis. Em 50 anos, seremos capazes de entender com precisão a base do envelhecimento humano e como reduzir sua velocidade, assim começando a aumentar a expectativa de vida humana
Sem dúvida, quem mais se aproveitará do seqüenciamento do genoma ainda não nasceu, mas nas próximas décadas todos nós sentiremos os efeitos desta conquista.


Bibliografia

www.google.com.br
www.altavista.com.b
www.bussolaescolar.com.br
HULL, David L. Filosofia da ciência biológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1975, c1974.
HOLLIDAY,Robin. A ciência do progresso humano. Belo Horizonte: USP, 1983.
MAYR, Ernst. O desenvolvimento do pensamento biológico: diversidade, evolução e herança.