Centro de Ensino Médio Setor Leste
Brasília, 17 de março de 2005.
Prof. João Couto
Alunos:
Nome: Victor Hugo Lobo Duarte - 35
Nome: Jurani Felício Leal Júnior - 15
Nome: João - 14
Turma: 1A
A HISTOLOGIA
A histologia nasceu com os primeiros estudiosos que se utilizaram do microscópio:
R. Hook, MalPighi, Graw, Ham, Fontana e outros, muito antes que Meyer (1819)
desse esse nome à ciência que descreve os tecidos animais e vegetais.
A noção de "tecido" foi, contudo, introduzida por Xavier
Bichat sem que este anatomista se tivesse utilizado do microscópio.
A anatomia estuda os tecidos, isto é, as agregações de
células que têm a mesma forma e a mesma função.
Os ossos e os músculos, por exemplo, são formados de tantas células
análogas que, no seu conjunto, constituem o tecido ósseo e o tecido
muscular. No organismo distinguem-se diversos tecidos que têm finalidades
diversas:
-tecidos epiteliais, que têm função protetora (pele) ou
secretora (glândulas);
-tecidos conjuntivos, que têm por função sustentar o corpo;
a estes pertencem o tecido ósseo, o tecido cartilaginoso e os tecidos
sem uma forma própria que mantêm unidas entre si as diversas partes
de um órgão, constituindo-lhe o arcabouço;
-tecido muscular (músculos);
-tecido nervoso (cérebro, medula espinhal, nervos).
Uma particular especialização da histologia é a citologia,
considerada a ciência das células. Estuda ela a célula em
si, a qual constitui, em definitivo, a base das ciências biológicas,
porque a célula é o elemento fundamental de todos os seres vivos.
Citologia e histologia não estudam somente a estrutura da célula
e dos tecidos, mas também as relações entre a estrutura
e a função, e, portanto, se integram com a fisiologia, com a física
e com a química.
A PREPARAÇÃO DE LÂMINAS HISTOLÓGICAS: FIXAÇÃO
E COLORAÇÃO
A maior parte dos tecidos não pode ser observada in vivo. Devido a esse
fato, eles devem ser submetidos a processos de fixação para que
suas estruturas morfológicas mantenham-se preservadas. Vários
processos degenerativos de autólise celular ocorrem logo após
a morte dos tecidos. Seu conjunto recebe o nome de degeneração
post-mortem. Para evitar essa autólise que inicia após a morte
dos tecidos e a própria digestão do material por bactérias
decompositoras, devem-se empregar substâncias que, ao se ligar aos principais
componentes estruturais do tecido (geralmente proteínas), mantenham a
estrutura do material a ser estudado. Esse processo de preservação
dos componentes estruturais dos tecidos denomina-se fixação. As
substâncias que executam o processo de fixação são
chamadas fixadores. O mecanismo de ação dos fixadores é
pouco conhecido e todos possuem vantagens e desvantagens. Os cientistas desenvolveram
misturas empíricas de fixadores para compensar suas principais desvantagens.
Os principais fixadores são: formol, líquido de Bouin, líquido
de Helly, aldeído glutárico e tetróxido de ósmio.
Para que os componentes do tecido possam ser visualizados, a luz deve atravessá-los,
dirigindo-se aos olhos do observador. Isto limita a espessura dos cortes a poucos
micrometros. A fim de que os tecidos suportem o processo de corte, devem ser
impregnado com parafina ou resinas epóxi (caso o corte seja mais delgado,
utilizado em microscopia eletrônica). Esse processo chama-se impregnação.
Antes da impregnação, a peça deve passar pelos processos
de desidratação e diafanização.
Os processos histoquímicos de coloração permitem a observação
dos componentes dos tecidos devido ao contraste que produzem ao ligarem-se distintamente
a eles.
Princípios da histoquímica: o princípio básico da
histoquímica é a localização de determinados compostos
químicos a partir de técnicas de preparação. A observação
da presença destes compostos nas células pode auxiliar muito na
determinação das características celulares.
Para que os métodos histoquímicos obtenham sucesso, são
necessários alguns requisitos básicos: o produto da reação
histoquímica deve ser insolúvel e não-difusível,
para que a determinação de sua localização seja
precisa. Também é importante que o método utilizado seja
específico para a substância ou grupo químico que está
sendo analisado, para que não ocorram conclusões equivocadas.
Substâncias basófilas e acidófilas - HE: a principal técnica
de coloração de tecidos para o estudo de Histologia básica
é a técnica HE (Hematoxilina-Eosina). Através dessa técnica,
podemos diferenciar porções basófilas e acidófilas
do tecido estudado. A hematoxilina é basófila, ou seja, tem afinidade
por substânicas básicas. Sendo assim, ela costuma corar os núcleos
e o Retículo Endoplasmático Rugoso, locais onde há grande
quantidade de proteínas (básicas pelo seu grupamento amina). A
eosina é acidófila, tendo afinidade pelo citoplasma, fibras colágenas
e outras substâncias ácidas das células.
Localização de lipídios: Para a localização
de lipídios, são utilizados corantes que possuem alto grau de
dissolução em gorduras. Os corantes misturados com uma solução
alcoólica saturada pela qual possuem baixo grau de dissociação
são colocados em contato com o tecido e então se transferem da
solução alcoólica para os lipídios. Os principais
exemplos de corantes específicos para lipídios são o Sudan
IV e o Sudan Negro.
Localização de ácidos nucléicos: A localização
dos ácido nucléicos baseia-se no método de Feulgen. Neste
método, o DNA reage com uma solução de ácido clorídrico,
que retira as bases púricas e forma grupamentos aldeídos na desoxirribose.
Então, é adicionado o reativo de Schiff (fucsina básica
descorada pelo anidrido sulfuroso) que se combina com os radicais aldeídos
para formar um composto insolúvel e vermelho. Esse método possui
uma proporcionalidade entre a intensidade da coloração e o teor
de DNA, de modo que zonas mais coradas possuem maior teor de DNA.
Para mais informações sobre o reativo de Schiff, ver a técnica
de coloração PAS, neste mesmo texto.
O RNA pode ser identificado porque possui alta basofilia (afinidade com corantes
básicos). Porém, como em determinados tecidos existem outras substâncias
de natureza basófila, é necessário um procedimento adicional,
caso se deseje localizar apenas o RNA: devem-se preparar duas lâminas,
uma contendo a enzima ribonuclease e outra sem esta enzima. Esta enzima digerirá
o RNA presente na lâmina. Então, coram-se as duas lâminas
com um corante basófilo. Fazendo-se a substração das duas
imagens, perceber-se-ão os locais onde previamente havia RNA.
Localização de polissacarídeos: A presença de polissacarídeos
pode ser determinada pela técnica do PAS (Periodic Acid-Schiff). O ácido
periódico oxida os grupamentos 1-2 glicol, produzindo aldeídos.
Estes aldeídos reagirão com a fucsina descorada, chamada de reativo
de Schiff, dando um composto de adição, violeta e insolúvel.
Através dessa técnica é possível visualizar polissacarídeos
simples ou associados a proteínas, sendo muito utilizada nas lâminas
de fígado (acúmulos de glicogênio), estômago (camada
de revestimento de mucopolissacarídeos, modernamente chamados de glicosaminoglicanas),
cartilagem hialina (glicosaminoglicanas pertencentes às proteoglicanas
da matriz).
Certas substâncias têm a capacidade de alterar a cor original do
corante pelo qual foram coradas. Chamamos isso de metacromasia.
O TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO
O tecido epitelial tem diversas funções no organismo, tais como
revestimento, absorção, secreção, etc. As células
geralmente são justapostas permitindo a existência de pouco material
intercelular. Entre o tecido epitelial e o tecido conjuntivo sobre o qual se
assenta, existe uma camada chamada membrana basal. Esta é constituída
principalmente de colágeno IV, que forma a lâmina basal, e fibras
reticulares, que, penetrando no tecido conjuntivo subjacente, competam a membrana
basal.
Obs.: a membrana basal pode ser observada no rim corado pela técnica
Ayoma, na lâmina 07 - RIM E FÍGADO PAS.
O tecido epitelial de revestimento está dividido da seguinte forma:
• Quanto ao formato da célula: divide-se em tecido epitelial pavimentoso,
cúbico e prismático. As células do epitélio pavimentoso
são achatadas e têm forma poligonal. As do epitélio prismático
(ou colunar, ou cilíndrico) são altas, com forma de prismas e
as células cúbicas têm formato cúbico.
• Quanto ao número de camadas: quando todas as células do
epitélio se prendem à membrana basal, o epitélio é
dito simples. Quando apenas algumas células se prendem a ela, o epitélio
é dito estratificado, pois as demais vão se sobrepondo umas às
outras, formando vários estratos. Normalmente, as células do epitélio
estratificado prismático atingem a mesma altura, assim como os seus núcleos
também costumam ter a mesma posição dentro da célula,
formando, ao microscópio, uma linha contínua ao longo do epitélio.
Existe também o epitélio pseudo-estratificado, no qual todas as
células se prendem à membrana basal, mas não atingem a
mesma altura, dando a impressão, ao microscópio, de ser estratificado.
Os núcleos das células também não atingem a mesma
altura e, portanto, não formam uma linha contínua, como acontece
no epitélio estratificado.
Combinando as duas classificações, obtemos uma grande variedade
de epitélios:
• O epitélio simples prismático é encontrado em quase
todo o tubo digestivo, revestindo o estômago, o piloro, o duodeno, o jejuno,
o íleo (intestino delgado) e o intestino grosso. Além desses órgãos,
também reveste a vesícula biliar. No epitélio de revestimento
do intestino e da traquéia (que é pseudo-estratificado), existem
células especializadas na produção e secreção
de glicoproteínas, que ficam aderidas ao epitélio. Estas células
são chamadas células caliciformes, pois possuem a forma de cálice,
ou de bulbo. As células caliciformes localizam-se entre as células
prismáticas do epitélio. Seus núcleos localizam-se na parte
basal da célula, que é bem estreita, como a rosca de uma lâmpada.
O resto da célula é quase todo preenchido por vesículas
de secreção, formando a parte larga da célula, como o bulbo
de uma lâmpada. Outra formação típica do epitélio
intestinal são as glândulas de Lieberkühn, que são
invaginações revestidas de células prismáticas,
classificadas como epitélio glandular exócrino tubular simples
(ver texto As Glândulas: Tecido Epitelial Glandular - Glândulas
Exócrinas).
• O epitélio simples cúbico é encontrado nos túbulos
contorcidos do rim e na parede dos folículos da tireóide.
• O epitélio simples pavimentoso também é encontrado
no rim, revestindo a Cápsula de Bowman. Além disso, aparece revestindo
os vasos (endotélio). É possível encontrar endotélio
de vênulas e arteríolas em diversas lâminas, junto ao tecido
conjuntivo frouxo comum, e nos sinusóides do fígado.
• O epitélio pavimentoso estratificado pode ter ou não uma
camada mais superficial de queratina. Quando ocorre na pele, há queratina.
Já o esôfago é o exemplo típico de órgão
revestido por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado.
Este tipo de epitélio também pode ser observado nas lâminas
de língua e de couro cabeludo.
• Existe ainda um outro tipo de epitélio estratificado, o epitélio
estratificado de transição. Nesse epitélio, as células
mais superficiais não têm forma bem definidas. São ditas
globulosas e têm principalmente a função de proteção.
Ocorrem em partes do sistema urinário, como a bexiga e o ureter.
• O epitélio pseudo-estratificado é geralmente revestido
por algum tipo de cílio. No epidídimo, aparecem os estereocílios,
que são cílios bem delgados, mais facilmente visíveis na
lâmina de coloração HE. Já nas vias respiratórias
(traquéia e brônquios), aparece um epitélio pseudo-estratificado
com cílios bastante desenvolvidos, que têm a função
de remoção de partículas estranhas vindas junto com o ar.
No fumante, estes cílios podem parar de funcionar e o epitélio
pode se transformar em estratificado pavimentoso. Esse processo se chama de
metaplasia.
AS GLÂNDULAS: TECIDO EPITELIAL GLANDULAR
Os epitélios glandulares, formadores das glândulas, são
células especializadas na secreção de produtos que geralmente
ficam armazenados em grânulos citoplasmáticos, cuja composição
é variável. Existem diversas formas de classificação
dos epitélios de secreção, que levam em consideração
inúmeros aspectos, como, por exemplo, a quantidade de células,
a morfologia do epitélio e o modo como os produtos de secreção
são eliminados.
De acordo com a presença ou não de ductos excretores, os epitélios
glandulares podem ser classificados em:
• Glândulas exócrinas: possuem ductos que conduzem a secreção
à superfície epitelial livre.
• Glândulas endócrinas: o produto de secreção
é lançado no meio extracelular e transportado pelo sangue.
GLÂNDULAS EXÓCRINAS
As glândulas exócrinas possuem diversas formas de classificação.
Citaremos aqui algumas delas.
Classificação quanto à ramificação do ducto:
• Glândulas simples: possuem apenas um ducto secretor não
ramificado. Ex.: glândulas de Lieberkühn, encontradas no duodeno,
no jejuno, no íleo e no intestino grosso; glândulas sudoríparas,
encontradas na pele.
• Glândulas compostas: possuem um sistema de ductos ramificados
que permite a conexão de várias unidades secretoras com um ducto.
Ex.: glândula mamária e glândulas de Brunner, encontradas
no duodeno.
Classificação quanto à forma de unidade secretora:
• Glândulas tubulares: a unidade secretora possui a forma de um
ducto. Ex.: glândulas de Lieberkühn, encontradas no duodeno, no jejuno,
no íleo e no intestino grosso; glândulas sudoríparas, encontradas
na pele; glândulas fúndicas, encontradas no estômago; glândulas
esofágicas, encontradas no esôfago; glândulas cárdicas,
no estômago e no esôfago.
• Glândulas acinares ou alveolares: a unidade secretora possui um
aspecto mais arredondado. Apesar de modernamente os dois termos designarem o
mesmo tipo de glândula, por uma questão de tradição
o epitélio exócrino do pâncreas é exclusivamente
denominado epitélio exócrino acinar. Ex.: glândulas sebáceas,
encontradas na pele e ácinos serosos do pâncreas.
• Glândulas tubuloalveolares: são glândulas que possuem
os dois tipos de unidades secretoras, tubulares e alveolares. Ex.: glândula
mamária e glândula submandibular.
Classificação quanto ao tipo de substância secretada:
• Glândulas mucosas: produzem uma secreção viscosa
e escorregadia, que não se cora pelo HE. Ex.: glândula sublingual,
que é mista, predominantemente mucosa.
• Glândulas serosas: produzem uma secreção aquosa
e límpida que se cora em vermelho pelo HE. Ex.: ácinos serosos
do pâncreas, glândula parótida e glândula submandibular
(esta última, mista, de células acinares predominantemente serosas).
• Glândulas mistas: secretam os dois tipos de secreção
mencionados acima, pois possuem os dois tipos de ácinos (mucoso e seroso)
ou porque possuem um terceiro tipo, que contém componente mucoso e componente
seroso (capacete de Gianuzzi). Ex.: fígado, glândula submandibular
(com preomínio de ácinos serosos) e glândula sublingual
(com predomínio de ácinos mucosos).
Classificação quanto ao modo como a substância é
liberada:
• Glândulas merócrinas: o produto de secreção
é liberado através da membrana por intermédio de vacúolos,
sem a perda do citoplasma. Ex.: ácinos serosos do pâncreas e células
caliciformes, encontradas em todo o intestino e na traquéia.
• Glândulas holócrinas: a célula secretora morre e
torna-se o próprio produto de secreção da glândula.
O citoplasma inteiro é convertido em secreção. Ex.: glândulas
sebáceas.
• Glândulas apócrinas: o conceito de secreção
apócrina foi desenvolvido quando o recurso do microscópio eletrônico
ainda não estava disponível. Achava-se que determinadas glândulas
perdiam parte do seu citoplasma durante a secreção. Estas glândulas
seriam denominadas apócrinas. Contudo, o ME provou que esta perda de
citoplasma é mínima. A conclusão é que estas glândulas
apócrinas seriam realmente glândulas merócrinas. Entretanto,
em muitos livros aquele conceito ainda pode ser encontrado. Ex.: glândulas
sudoríparas de certas partes do corpo.
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS
• Glândulas cordonais: as células dispõem-se em cordões
maciços anastomóticos separados por capilares sangüíneos.
Não há armazenamento de secreção. Ex.: paratireóide,
hipófise, ilhotas de Langerhans do pâncreas.
• Glândulas vesiculares: as células agrupam-se formando vesículas,
que armazenam os produtos secretados antes de eles atingirem a corrente sangüínea.
Ex.: tireóide.
O TECIDO CONJUNTIVO
O tecido conjuntivo propriamente dito se apresenta de muitas formas, as quais
são caracterizadas pelos tipos de células que as compõe.
Tais células podem ser:
• Fibroblastos
• Fibrócitos
• Macrófagos
• Células Adventiciais
• Linfócitos
• Plasmócitos
• Mastócitos
• Células Adiposas
O fibroblasto é a célula mais abundante no tecido conjuntivo.
É principal célula formadora das fibras e da substância
fundamental amorfa. Geralmente, apresenta-se alongada e com algumas expansões
citoplasmáticas, que se estendem para fora da célula. O citoplasma
é basófilo devido à intensa atividade de síntese
protéica desta célula. Os fibroblastos podem ser bem observados
na lâmina 95 - TENDÃO.
O fibrócito é, na verdade, um fibroblasto adulto, que já
não tem uma produção protéica tão grande
como tem o fibroblasto. Geralmente, é fusiforme e tem citoplasma acidófilo,
devido à diminuição da produção protéica.
Também se encontra cercado de fibras colágenas produzidas por
ele mesmo e pelas células vizinhas.
O macrófago é uma célula originada dos monócitos,
que são células do sangue. Sua principal função
está relacionada à fagocitose e pinocitose de elemetos estranhos
ao organismo e de células mortas. Possui morfologia muito variada, podendo
ser fixo, chamado de histiócito (lâmina 11) ou móvel, movendo-se
por emissão de pseudópodos. Outra forma de macrófago fixo
são as células de Kupffer, encontradas no fígado (lâmina
46).
A célula adventicial é responsável pela regeneração
de partes do tecido conjuntivo. Assim como a célula mesenquimatosa indiferenciada
(lâmina 100), ela possui o poder de gerar qualquer outra célula
do tecido conjuntivo. Geralmente, encontram-se em volta dos vasos e possuem
cromatina condensada.
Os linfócitos são células do sangue presentes no tecido
conjuntivo e estão diretamente relacionados ao sistema imunológico.
Podem ser de dois tipos:
• Linfócitos tipo B (Bursa de Fabrícius): diferenciam-se
em plasmócitos e células-memória.
• Linfócitos tipo T (Timo): diferenciam-se em células regeitadoras
de enxerto e células-memória.
Quando o macrófago fagocita uma substância estranha ao organismo,
produz interleucina, que promove a proliferação de linfócitos
T4 e T5. Estes, por sua vez, liberam um outro tipo de interleucina que induz
o linfocito B a se transormar em plasmócito, que produzirá anticorpos.
Esse mecanismo é chamado de Imunidade Humoral. Os linfócitos T
produzem também uma substância chamada interferon, uma proteína
produzida pelas células quando estas são agredidas por vírus.
O interferon age de modo a impedir a multiplicação do vírus
dentro da célula. Além disso, também diminui a reprodução
celular, sendo utilizado no tratamento do câncer.
Os plasmócitos são células originadas dos linfócitos
tipo B. Têm o citoplasma basófilo, devido à intensa síntese
protéica. Os plasmócitos produzem anticorpos, também chamados
de imunoglobulinas, que são formados a partir de estímulos produzidos
por moléculas estranhas ao organismo. Os plasmócitos também
podem atacar uma célula estranha diretamente, membrana contra membrana,
utilizando uma proteína chamada perfurina, que destrói vírus,
bactérias, células cancerosas e células de órgãos
transplantados. Este tipo de defesa chama-se Imunidade Celular.
Os mastócitos (lâmina 10) são células globulosas,
com citoplasma repleto de grânulos basófilos contendo diversas
substâncias que atuam no desencadeamento do processo inflamatório.
Os mastócitos, em pessoas alérgicas, podem conter IgE's (anticorpos)
para vários antígenos que já tenham entrado em contato
com o organismo. Quando um antígeno entra em contato com o organismo
pela primeira vez, os plasmócitos podem produzir um IgE específico
contra aquela sustância. O IgE aloja-se então na membrana do mastócito.
No segundo contato com o organismo, o antígeno reage com o IgE da membrana
do mastócito, provocando a sua ruptura e, conseqüentemente, a liberação
de histamina e outras substâncias contidas nos mastócitos responsáveis
pelo processo alérgico. Esse mesmo processo pode gerar um choque anafilático,
muitas vezes fatal.
As células adiposas contêm enzimas para a síntese de triglicerídios,
que são a principal reserva energética do organismo. Os triglicerídios
acumulam-se dentro da célula no interior de uma única cavidade.
Por isso, o tecido adiposo é dito unilocular. O tecido adiposo pode ser
encontrado em muitos lugares no organismo, geralmente abaixo da hipoderme.
O TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO
É dividido em tecido conjuntivo frouxo comum e tecido conjuntivo denso.
O tecido conjuntivo frouxo comum tem, basicamente, a função de
preenchimento e apoio para diversas estruturas. Caracteriza-se por conter todas
as estruturas (células) básicas do tecido conjuntivo e por ser
pouco resistente à tração. Seus compnentes principais são
os fibroblastos e os macrófagos. Fibras colágenas também
são abundantes.
O tecido conjuntivo denso é rico em fibras colágenas. É
dividido em tecido conjuntivo denso modelado e não modelado. No tecido
conjuntivo modelado, os feixes de fibras colágenas estão arranjados
numa direção definida, o que confere ao tecido bastante resistência
em trações numa única direção. O exemplo
clássico de tecido conjuntivo denso modelado é o que ocorre nos
tendões (lâmina 95 - TENDÃO HE).
No tecido conjuntivo denso não modelado os feixes de fibras colágenas
não estão orientados em uma direção definida, o
que confere ao tecido bastante resistência a trações feitas
em todas as direções. O tecido conjuntivo denso não modelado
é encontrado na derme.
AS FIBRAS
As fibras são constituintes do tecido conjuntivo responsáveis,
em grande parte, pelas diferentes características dos diferentes tipos
de tecido conjuntivo.
Existem três tipos de fibras: as fibras colágenas, as fibras elásticas
e as fibras reticulares.
FIBRAS COLÁGENAS
O colágeno é a proteína formadora das fibras colágenas.
Essa é uma escleroproteína constituída de duas moléculas
de tropocolágeno, que se alinham para formar a fibrila de colágeno.
Várias fibrilas unidas formam uma fibra colágena e várias
fibras formam um feixe de fibras colágenas.
Existem vários tipos de colágenos, dos quais quatro são
os mais importantes. São eles:
• Colágeno tipo 1: o colágeno tipo 1 é o mais comum,
aparece nos tendões (lâmina 95), na cartilagem fibrosa (lâmina
15), no tecido conjuntivo frouxo comum, no tecido conjuntivo denso (onde é
predominante sobre os outros tipos), sempre formando fibras e feixes.
• Colágeno tipo 2: produzido por condrócitos, aparece na
cartilagem hialina (lâmina 14) e na cartilagem elástica (lâmina
12). Não produz feixes.
• Colágeno tipo 3: constitui as fibras reticulares.
• Colágeno tipo 4: o colágeno tipo 4 aparece na lâmina
basal, um dos componentes da membrana basal dos epitélios (ver início
do texto O Tecido Epitelial de Revestimento).
FIBRAS ELÁSTICAS
As fibras elásticas são formadas por uma proteína chamada
elastina. Elas costumam ocorrer em lugares como o pavilhão auditivo,
o conduto auditivo externo, a trompa de Eustáquio, a epiglote, a cartilagem
cuneiforme da laringe e nas artérias elásticas. Normalmente têm
uma coloração amarelada.
A elastina se caracteriza por formar fibras mais finas que aquelas formadas
pelo colágeno. Essas fibras cedem bastante à tração,
mas retornam à forma original quando é cessada a força.
Essa propriedade é responsável pela manutenção da
pressão sangüínea nos períodos de diástole
do ventrículo esquerdo, ou seja, quando o sangue não está
saindo do coração.
As fibras elásticas não se coram bem com HE, sendo preciso recorrer
a outros métodos, como a Fucsina-Resorcina e a orceína.
FIBRAS RETICULARES
As fibras reticulares são formadas de colágeno tipo 3. Assim como
as elásticas, as fibras reticulares não se coram bem com HE. Para
a sua visualização utilizamos a técnica DRH (Del Rio Hortega),
que as cora de preto ou castanho-escuro.