Centro de Ensino Médio Setor Leste
Brasília, 17 de março de 2005.
Prof. João Couto

A HISTOLOGIA

Alunos:
Nome: Victor Hugo Lobo Duarte - 35
Nome: Jurani Felício Leal Júnior - 15
Nome: João - 14
Turma: 1A

A HISTOLOGIA
A histologia nasceu com os primeiros estudiosos que se utilizaram do microscópio: R. Hook, MalPighi, Graw, Ham, Fontana e outros, muito antes que Meyer (1819) desse esse nome à ciência que descreve os tecidos animais e vegetais.
A noção de "tecido" foi, contudo, introduzida por Xavier Bichat sem que este anatomista se tivesse utilizado do microscópio.
A anatomia estuda os tecidos, isto é, as agregações de células que têm a mesma forma e a mesma função.
Os ossos e os músculos, por exemplo, são formados de tantas células análogas que, no seu conjunto, constituem o tecido ósseo e o tecido muscular. No organismo distinguem-se diversos tecidos que têm finalidades diversas:
-tecidos epiteliais, que têm função protetora (pele) ou secretora (glândulas);
-tecidos conjuntivos, que têm por função sustentar o corpo; a estes pertencem o tecido ósseo, o tecido cartilaginoso e os tecidos sem uma forma própria que mantêm unidas entre si as diversas partes de um órgão, constituindo-lhe o arcabouço;
-tecido muscular (músculos);
-tecido nervoso (cérebro, medula espinhal, nervos).
Uma particular especialização da histologia é a citologia, considerada a ciência das células. Estuda ela a célula em si, a qual constitui, em definitivo, a base das ciências biológicas, porque a célula é o elemento fundamental de todos os seres vivos.
Citologia e histologia não estudam somente a estrutura da célula e dos tecidos, mas também as relações entre a estrutura e a função, e, portanto, se integram com a fisiologia, com a física e com a química.


A PREPARAÇÃO DE LÂMINAS HISTOLÓGICAS: FIXAÇÃO E COLORAÇÃO
A maior parte dos tecidos não pode ser observada in vivo. Devido a esse fato, eles devem ser submetidos a processos de fixação para que suas estruturas morfológicas mantenham-se preservadas. Vários processos degenerativos de autólise celular ocorrem logo após a morte dos tecidos. Seu conjunto recebe o nome de degeneração post-mortem. Para evitar essa autólise que inicia após a morte dos tecidos e a própria digestão do material por bactérias decompositoras, devem-se empregar substâncias que, ao se ligar aos principais componentes estruturais do tecido (geralmente proteínas), mantenham a estrutura do material a ser estudado. Esse processo de preservação dos componentes estruturais dos tecidos denomina-se fixação. As substâncias que executam o processo de fixação são chamadas fixadores. O mecanismo de ação dos fixadores é pouco conhecido e todos possuem vantagens e desvantagens. Os cientistas desenvolveram misturas empíricas de fixadores para compensar suas principais desvantagens. Os principais fixadores são: formol, líquido de Bouin, líquido de Helly, aldeído glutárico e tetróxido de ósmio.
Para que os componentes do tecido possam ser visualizados, a luz deve atravessá-los, dirigindo-se aos olhos do observador. Isto limita a espessura dos cortes a poucos micrometros. A fim de que os tecidos suportem o processo de corte, devem ser impregnado com parafina ou resinas epóxi (caso o corte seja mais delgado, utilizado em microscopia eletrônica). Esse processo chama-se impregnação. Antes da impregnação, a peça deve passar pelos processos de desidratação e diafanização.
Os processos histoquímicos de coloração permitem a observação dos componentes dos tecidos devido ao contraste que produzem ao ligarem-se distintamente a eles.
Princípios da histoquímica: o princípio básico da histoquímica é a localização de determinados compostos químicos a partir de técnicas de preparação. A observação da presença destes compostos nas células pode auxiliar muito na determinação das características celulares.
Para que os métodos histoquímicos obtenham sucesso, são necessários alguns requisitos básicos: o produto da reação histoquímica deve ser insolúvel e não-difusível, para que a determinação de sua localização seja precisa. Também é importante que o método utilizado seja específico para a substância ou grupo químico que está sendo analisado, para que não ocorram conclusões equivocadas.
Substâncias basófilas e acidófilas - HE: a principal técnica de coloração de tecidos para o estudo de Histologia básica é a técnica HE (Hematoxilina-Eosina). Através dessa técnica, podemos diferenciar porções basófilas e acidófilas do tecido estudado. A hematoxilina é basófila, ou seja, tem afinidade por substânicas básicas. Sendo assim, ela costuma corar os núcleos e o Retículo Endoplasmático Rugoso, locais onde há grande quantidade de proteínas (básicas pelo seu grupamento amina). A eosina é acidófila, tendo afinidade pelo citoplasma, fibras colágenas e outras substâncias ácidas das células.
Localização de lipídios: Para a localização de lipídios, são utilizados corantes que possuem alto grau de dissolução em gorduras. Os corantes misturados com uma solução alcoólica saturada pela qual possuem baixo grau de dissociação são colocados em contato com o tecido e então se transferem da solução alcoólica para os lipídios. Os principais exemplos de corantes específicos para lipídios são o Sudan IV e o Sudan Negro.
Localização de ácidos nucléicos: A localização dos ácido nucléicos baseia-se no método de Feulgen. Neste método, o DNA reage com uma solução de ácido clorídrico, que retira as bases púricas e forma grupamentos aldeídos na desoxirribose. Então, é adicionado o reativo de Schiff (fucsina básica descorada pelo anidrido sulfuroso) que se combina com os radicais aldeídos para formar um composto insolúvel e vermelho. Esse método possui uma proporcionalidade entre a intensidade da coloração e o teor de DNA, de modo que zonas mais coradas possuem maior teor de DNA.
Para mais informações sobre o reativo de Schiff, ver a técnica de coloração PAS, neste mesmo texto.
O RNA pode ser identificado porque possui alta basofilia (afinidade com corantes básicos). Porém, como em determinados tecidos existem outras substâncias de natureza basófila, é necessário um procedimento adicional, caso se deseje localizar apenas o RNA: devem-se preparar duas lâminas, uma contendo a enzima ribonuclease e outra sem esta enzima. Esta enzima digerirá o RNA presente na lâmina. Então, coram-se as duas lâminas com um corante basófilo. Fazendo-se a substração das duas imagens, perceber-se-ão os locais onde previamente havia RNA.
Localização de polissacarídeos: A presença de polissacarídeos pode ser determinada pela técnica do PAS (Periodic Acid-Schiff). O ácido periódico oxida os grupamentos 1-2 glicol, produzindo aldeídos. Estes aldeídos reagirão com a fucsina descorada, chamada de reativo de Schiff, dando um composto de adição, violeta e insolúvel. Através dessa técnica é possível visualizar polissacarídeos simples ou associados a proteínas, sendo muito utilizada nas lâminas de fígado (acúmulos de glicogênio), estômago (camada de revestimento de mucopolissacarídeos, modernamente chamados de glicosaminoglicanas), cartilagem hialina (glicosaminoglicanas pertencentes às proteoglicanas da matriz).
Certas substâncias têm a capacidade de alterar a cor original do corante pelo qual foram coradas. Chamamos isso de metacromasia.

O TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO
O tecido epitelial tem diversas funções no organismo, tais como revestimento, absorção, secreção, etc. As células geralmente são justapostas permitindo a existência de pouco material intercelular. Entre o tecido epitelial e o tecido conjuntivo sobre o qual se assenta, existe uma camada chamada membrana basal. Esta é constituída principalmente de colágeno IV, que forma a lâmina basal, e fibras reticulares, que, penetrando no tecido conjuntivo subjacente, competam a membrana basal.
Obs.: a membrana basal pode ser observada no rim corado pela técnica Ayoma, na lâmina 07 - RIM E FÍGADO PAS.
O tecido epitelial de revestimento está dividido da seguinte forma:
• Quanto ao formato da célula: divide-se em tecido epitelial pavimentoso, cúbico e prismático. As células do epitélio pavimentoso são achatadas e têm forma poligonal. As do epitélio prismático (ou colunar, ou cilíndrico) são altas, com forma de prismas e as células cúbicas têm formato cúbico.
• Quanto ao número de camadas: quando todas as células do epitélio se prendem à membrana basal, o epitélio é dito simples. Quando apenas algumas células se prendem a ela, o epitélio é dito estratificado, pois as demais vão se sobrepondo umas às outras, formando vários estratos. Normalmente, as células do epitélio estratificado prismático atingem a mesma altura, assim como os seus núcleos também costumam ter a mesma posição dentro da célula, formando, ao microscópio, uma linha contínua ao longo do epitélio. Existe também o epitélio pseudo-estratificado, no qual todas as células se prendem à membrana basal, mas não atingem a mesma altura, dando a impressão, ao microscópio, de ser estratificado. Os núcleos das células também não atingem a mesma altura e, portanto, não formam uma linha contínua, como acontece no epitélio estratificado.

Combinando as duas classificações, obtemos uma grande variedade de epitélios:

• O epitélio simples prismático é encontrado em quase todo o tubo digestivo, revestindo o estômago, o piloro, o duodeno, o jejuno, o íleo (intestino delgado) e o intestino grosso. Além desses órgãos, também reveste a vesícula biliar. No epitélio de revestimento do intestino e da traquéia (que é pseudo-estratificado), existem células especializadas na produção e secreção de glicoproteínas, que ficam aderidas ao epitélio. Estas células são chamadas células caliciformes, pois possuem a forma de cálice, ou de bulbo. As células caliciformes localizam-se entre as células prismáticas do epitélio. Seus núcleos localizam-se na parte basal da célula, que é bem estreita, como a rosca de uma lâmpada. O resto da célula é quase todo preenchido por vesículas de secreção, formando a parte larga da célula, como o bulbo de uma lâmpada. Outra formação típica do epitélio intestinal são as glândulas de Lieberkühn, que são invaginações revestidas de células prismáticas, classificadas como epitélio glandular exócrino tubular simples (ver texto As Glândulas: Tecido Epitelial Glandular - Glândulas Exócrinas).

• O epitélio simples cúbico é encontrado nos túbulos contorcidos do rim e na parede dos folículos da tireóide.

• O epitélio simples pavimentoso também é encontrado no rim, revestindo a Cápsula de Bowman. Além disso, aparece revestindo os vasos (endotélio). É possível encontrar endotélio de vênulas e arteríolas em diversas lâminas, junto ao tecido conjuntivo frouxo comum, e nos sinusóides do fígado.

• O epitélio pavimentoso estratificado pode ter ou não uma camada mais superficial de queratina. Quando ocorre na pele, há queratina. Já o esôfago é o exemplo típico de órgão revestido por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. Este tipo de epitélio também pode ser observado nas lâminas de língua e de couro cabeludo.

• Existe ainda um outro tipo de epitélio estratificado, o epitélio estratificado de transição. Nesse epitélio, as células mais superficiais não têm forma bem definidas. São ditas globulosas e têm principalmente a função de proteção. Ocorrem em partes do sistema urinário, como a bexiga e o ureter.

• O epitélio pseudo-estratificado é geralmente revestido por algum tipo de cílio. No epidídimo, aparecem os estereocílios, que são cílios bem delgados, mais facilmente visíveis na lâmina de coloração HE. Já nas vias respiratórias (traquéia e brônquios), aparece um epitélio pseudo-estratificado com cílios bastante desenvolvidos, que têm a função de remoção de partículas estranhas vindas junto com o ar. No fumante, estes cílios podem parar de funcionar e o epitélio pode se transformar em estratificado pavimentoso. Esse processo se chama de metaplasia.

AS GLÂNDULAS: TECIDO EPITELIAL GLANDULAR
Os epitélios glandulares, formadores das glândulas, são células especializadas na secreção de produtos que geralmente ficam armazenados em grânulos citoplasmáticos, cuja composição é variável. Existem diversas formas de classificação dos epitélios de secreção, que levam em consideração inúmeros aspectos, como, por exemplo, a quantidade de células, a morfologia do epitélio e o modo como os produtos de secreção são eliminados.
De acordo com a presença ou não de ductos excretores, os epitélios glandulares podem ser classificados em:
• Glândulas exócrinas: possuem ductos que conduzem a secreção à superfície epitelial livre.
• Glândulas endócrinas: o produto de secreção é lançado no meio extracelular e transportado pelo sangue.

GLÂNDULAS EXÓCRINAS
As glândulas exócrinas possuem diversas formas de classificação. Citaremos aqui algumas delas.

Classificação quanto à ramificação do ducto:

• Glândulas simples: possuem apenas um ducto secretor não ramificado. Ex.: glândulas de Lieberkühn, encontradas no duodeno, no jejuno, no íleo e no intestino grosso; glândulas sudoríparas, encontradas na pele.

• Glândulas compostas: possuem um sistema de ductos ramificados que permite a conexão de várias unidades secretoras com um ducto. Ex.: glândula mamária e glândulas de Brunner, encontradas no duodeno.

Classificação quanto à forma de unidade secretora:
• Glândulas tubulares: a unidade secretora possui a forma de um ducto. Ex.: glândulas de Lieberkühn, encontradas no duodeno, no jejuno, no íleo e no intestino grosso; glândulas sudoríparas, encontradas na pele; glândulas fúndicas, encontradas no estômago; glândulas esofágicas, encontradas no esôfago; glândulas cárdicas, no estômago e no esôfago.

• Glândulas acinares ou alveolares: a unidade secretora possui um aspecto mais arredondado. Apesar de modernamente os dois termos designarem o mesmo tipo de glândula, por uma questão de tradição o epitélio exócrino do pâncreas é exclusivamente denominado epitélio exócrino acinar. Ex.: glândulas sebáceas, encontradas na pele e ácinos serosos do pâncreas.

• Glândulas tubuloalveolares: são glândulas que possuem os dois tipos de unidades secretoras, tubulares e alveolares. Ex.: glândula mamária e glândula submandibular.

Classificação quanto ao tipo de substância secretada:
• Glândulas mucosas: produzem uma secreção viscosa e escorregadia, que não se cora pelo HE. Ex.: glândula sublingual, que é mista, predominantemente mucosa.

• Glândulas serosas: produzem uma secreção aquosa e límpida que se cora em vermelho pelo HE. Ex.: ácinos serosos do pâncreas, glândula parótida e glândula submandibular (esta última, mista, de células acinares predominantemente serosas).

• Glândulas mistas: secretam os dois tipos de secreção mencionados acima, pois possuem os dois tipos de ácinos (mucoso e seroso) ou porque possuem um terceiro tipo, que contém componente mucoso e componente seroso (capacete de Gianuzzi). Ex.: fígado, glândula submandibular (com preomínio de ácinos serosos) e glândula sublingual (com predomínio de ácinos mucosos).

Classificação quanto ao modo como a substância é liberada:
• Glândulas merócrinas: o produto de secreção é liberado através da membrana por intermédio de vacúolos, sem a perda do citoplasma. Ex.: ácinos serosos do pâncreas e células caliciformes, encontradas em todo o intestino e na traquéia.

• Glândulas holócrinas: a célula secretora morre e torna-se o próprio produto de secreção da glândula. O citoplasma inteiro é convertido em secreção. Ex.: glândulas sebáceas.

• Glândulas apócrinas: o conceito de secreção apócrina foi desenvolvido quando o recurso do microscópio eletrônico ainda não estava disponível. Achava-se que determinadas glândulas perdiam parte do seu citoplasma durante a secreção. Estas glândulas seriam denominadas apócrinas. Contudo, o ME provou que esta perda de citoplasma é mínima. A conclusão é que estas glândulas apócrinas seriam realmente glândulas merócrinas. Entretanto, em muitos livros aquele conceito ainda pode ser encontrado. Ex.: glândulas sudoríparas de certas partes do corpo.

GLÂNDULAS ENDÓCRINAS
• Glândulas cordonais: as células dispõem-se em cordões maciços anastomóticos separados por capilares sangüíneos. Não há armazenamento de secreção. Ex.: paratireóide, hipófise, ilhotas de Langerhans do pâncreas.

• Glândulas vesiculares: as células agrupam-se formando vesículas, que armazenam os produtos secretados antes de eles atingirem a corrente sangüínea. Ex.: tireóide.

O TECIDO CONJUNTIVO
O tecido conjuntivo propriamente dito se apresenta de muitas formas, as quais são caracterizadas pelos tipos de células que as compõe. Tais células podem ser:
• Fibroblastos
• Fibrócitos
• Macrófagos
• Células Adventiciais
• Linfócitos
• Plasmócitos
• Mastócitos
• Células Adiposas
O fibroblasto é a célula mais abundante no tecido conjuntivo. É principal célula formadora das fibras e da substância fundamental amorfa. Geralmente, apresenta-se alongada e com algumas expansões citoplasmáticas, que se estendem para fora da célula. O citoplasma é basófilo devido à intensa atividade de síntese protéica desta célula. Os fibroblastos podem ser bem observados na lâmina 95 - TENDÃO.
O fibrócito é, na verdade, um fibroblasto adulto, que já não tem uma produção protéica tão grande como tem o fibroblasto. Geralmente, é fusiforme e tem citoplasma acidófilo, devido à diminuição da produção protéica. Também se encontra cercado de fibras colágenas produzidas por ele mesmo e pelas células vizinhas.
O macrófago é uma célula originada dos monócitos, que são células do sangue. Sua principal função está relacionada à fagocitose e pinocitose de elemetos estranhos ao organismo e de células mortas. Possui morfologia muito variada, podendo ser fixo, chamado de histiócito (lâmina 11) ou móvel, movendo-se por emissão de pseudópodos. Outra forma de macrófago fixo são as células de Kupffer, encontradas no fígado (lâmina 46).

A célula adventicial é responsável pela regeneração de partes do tecido conjuntivo. Assim como a célula mesenquimatosa indiferenciada (lâmina 100), ela possui o poder de gerar qualquer outra célula do tecido conjuntivo. Geralmente, encontram-se em volta dos vasos e possuem cromatina condensada.

Os linfócitos são células do sangue presentes no tecido conjuntivo e estão diretamente relacionados ao sistema imunológico. Podem ser de dois tipos:
• Linfócitos tipo B (Bursa de Fabrícius): diferenciam-se em plasmócitos e células-memória.
• Linfócitos tipo T (Timo): diferenciam-se em células regeitadoras de enxerto e células-memória.
Quando o macrófago fagocita uma substância estranha ao organismo, produz interleucina, que promove a proliferação de linfócitos T4 e T5. Estes, por sua vez, liberam um outro tipo de interleucina que induz o linfocito B a se transormar em plasmócito, que produzirá anticorpos. Esse mecanismo é chamado de Imunidade Humoral. Os linfócitos T produzem também uma substância chamada interferon, uma proteína produzida pelas células quando estas são agredidas por vírus. O interferon age de modo a impedir a multiplicação do vírus dentro da célula. Além disso, também diminui a reprodução celular, sendo utilizado no tratamento do câncer.
Os plasmócitos são células originadas dos linfócitos tipo B. Têm o citoplasma basófilo, devido à intensa síntese protéica. Os plasmócitos produzem anticorpos, também chamados de imunoglobulinas, que são formados a partir de estímulos produzidos por moléculas estranhas ao organismo. Os plasmócitos também podem atacar uma célula estranha diretamente, membrana contra membrana, utilizando uma proteína chamada perfurina, que destrói vírus, bactérias, células cancerosas e células de órgãos transplantados. Este tipo de defesa chama-se Imunidade Celular.
Os mastócitos (lâmina 10) são células globulosas, com citoplasma repleto de grânulos basófilos contendo diversas substâncias que atuam no desencadeamento do processo inflamatório. Os mastócitos, em pessoas alérgicas, podem conter IgE's (anticorpos) para vários antígenos que já tenham entrado em contato com o organismo. Quando um antígeno entra em contato com o organismo pela primeira vez, os plasmócitos podem produzir um IgE específico contra aquela sustância. O IgE aloja-se então na membrana do mastócito. No segundo contato com o organismo, o antígeno reage com o IgE da membrana do mastócito, provocando a sua ruptura e, conseqüentemente, a liberação de histamina e outras substâncias contidas nos mastócitos responsáveis pelo processo alérgico. Esse mesmo processo pode gerar um choque anafilático, muitas vezes fatal.
As células adiposas contêm enzimas para a síntese de triglicerídios, que são a principal reserva energética do organismo. Os triglicerídios acumulam-se dentro da célula no interior de uma única cavidade. Por isso, o tecido adiposo é dito unilocular. O tecido adiposo pode ser encontrado em muitos lugares no organismo, geralmente abaixo da hipoderme.

O TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO
É dividido em tecido conjuntivo frouxo comum e tecido conjuntivo denso.
O tecido conjuntivo frouxo comum tem, basicamente, a função de preenchimento e apoio para diversas estruturas. Caracteriza-se por conter todas as estruturas (células) básicas do tecido conjuntivo e por ser pouco resistente à tração. Seus compnentes principais são os fibroblastos e os macrófagos. Fibras colágenas também são abundantes.
O tecido conjuntivo denso é rico em fibras colágenas. É dividido em tecido conjuntivo denso modelado e não modelado. No tecido conjuntivo modelado, os feixes de fibras colágenas estão arranjados numa direção definida, o que confere ao tecido bastante resistência em trações numa única direção. O exemplo clássico de tecido conjuntivo denso modelado é o que ocorre nos tendões (lâmina 95 - TENDÃO HE).
No tecido conjuntivo denso não modelado os feixes de fibras colágenas não estão orientados em uma direção definida, o que confere ao tecido bastante resistência a trações feitas em todas as direções. O tecido conjuntivo denso não modelado é encontrado na derme.

AS FIBRAS
As fibras são constituintes do tecido conjuntivo responsáveis, em grande parte, pelas diferentes características dos diferentes tipos de tecido conjuntivo.
Existem três tipos de fibras: as fibras colágenas, as fibras elásticas e as fibras reticulares.

FIBRAS COLÁGENAS
O colágeno é a proteína formadora das fibras colágenas. Essa é uma escleroproteína constituída de duas moléculas de tropocolágeno, que se alinham para formar a fibrila de colágeno. Várias fibrilas unidas formam uma fibra colágena e várias fibras formam um feixe de fibras colágenas.
Existem vários tipos de colágenos, dos quais quatro são os mais importantes. São eles:
• Colágeno tipo 1: o colágeno tipo 1 é o mais comum, aparece nos tendões (lâmina 95), na cartilagem fibrosa (lâmina 15), no tecido conjuntivo frouxo comum, no tecido conjuntivo denso (onde é predominante sobre os outros tipos), sempre formando fibras e feixes.
• Colágeno tipo 2: produzido por condrócitos, aparece na cartilagem hialina (lâmina 14) e na cartilagem elástica (lâmina 12). Não produz feixes.
• Colágeno tipo 3: constitui as fibras reticulares.
• Colágeno tipo 4: o colágeno tipo 4 aparece na lâmina basal, um dos componentes da membrana basal dos epitélios (ver início do texto O Tecido Epitelial de Revestimento).

FIBRAS ELÁSTICAS
As fibras elásticas são formadas por uma proteína chamada elastina. Elas costumam ocorrer em lugares como o pavilhão auditivo, o conduto auditivo externo, a trompa de Eustáquio, a epiglote, a cartilagem cuneiforme da laringe e nas artérias elásticas. Normalmente têm uma coloração amarelada.
A elastina se caracteriza por formar fibras mais finas que aquelas formadas pelo colágeno. Essas fibras cedem bastante à tração, mas retornam à forma original quando é cessada a força. Essa propriedade é responsável pela manutenção da pressão sangüínea nos períodos de diástole do ventrículo esquerdo, ou seja, quando o sangue não está saindo do coração.
As fibras elásticas não se coram bem com HE, sendo preciso recorrer a outros métodos, como a Fucsina-Resorcina e a orceína.

FIBRAS RETICULARES
As fibras reticulares são formadas de colágeno tipo 3. Assim como as elásticas, as fibras reticulares não se coram bem com HE. Para a sua visualização utilizamos a técnica DRH (Del Rio Hortega), que as cora de preto ou castanho-escuro.