HISTOLOGIA
Jéssica Lopes Matos - 1º ano

Tecido Muscular

Existem três tipos de tecido muscular: o tecido muscular estriado esquelético, o tecido muscular estriado cardíaco e o tecido muscular liso. Todos eles são bastante acidófilos, corando-se de vermelho com a técnica HE.
O tecido muscular estriado esquelético é constituído de fibrocélulas estriadas. Tais células caracterizam-se por serem bastante compridas e polinucleadas, com núcleos localizados sob o sarcolema (membrana plasmática de fibrocélulas musculares). Geralmente, estão cercadas de tecido conjuntivo, que une as fibras umas às outras e transmitem a força produzida pelos músculos aos ossos, ligamentos e outros órgãos executores de movimento. Em lâminas histológicas, os feixes de fibrocélulas podem aparecer cortados transverslamente ou longitudinalmente.

O tecido muscular estriado cardíaco, assim como o esquelético, apresenta fibrocélulas bastante compridas. Entretanto, elas são mono ou binucleadas, com núcleos localizados mais para o centro da célula. Também possuem discos intercalares, que são linhas de junção entre uma célula e outra, que aparecem mais coradas que as estrias tranversais. No tecido cardíaco, têm bastante importância as fibras de Purkinje, células respnsáveis pela distribuição do impulso elétrico que gera a contração muscular às as diversas fibrocélulas cardíacas.

O tecido muscular liso está presente nos vasos sangüíneos e nos órgãos viscerais, atuando no controle autônomo do organismo. A contração das fibrocélulas lisas é bem mais lenta que a das fibrocélulas estriadas. As fibrocélulas lisas podem sofrer hiperplasia, ou seja, elas ainda conservam o poder de reprodução, ao contrário das fibocélulas estriadas, que só podem sofrer hipertrofia. As células do músculo liso apresentam-se fusiformes e são mononucleadas.

Tecido Nervoso

 O tecido nervoso atua com uma estrutura sensível que ao ser estimulado conduz os impulsos nervosos de maneira rápida e, às vezes, por distâncias grandes.

Sistema nervoso central (SNC) e periférico (SNP)

O tecido nervoso pode se dividir em:

·        sistema nervoso central (SNC) – formado pelo encéfalo e pela medula espinhal;

·         sistema nervoso periférico (SNP) – formado pelos nervos e gânglios nervosos.

O sistema nervoso é constituído de neurônios (células nervosas) e de uma variedade de células de manutenção, sustentação e nutrição denominadas neuróglias.

Os neurônios

São células alongadas, dotadas de um corpo celular (ou pericário) e numerosos prolongamentos.

Os prolongamentos do neurônio podem ser de dois tipos:

·         dendritos – prolongamentos bastante ramificados que têm a função de captar estímulos;

·         axônio – prolongamento terminado em ramificações que delimitam pequenas dilatações, onde se abrigam os neurormônios (responsável pela transmissão do impulso nervoso). Em toda sua extensão, o axônio é envolvido pela bainha de Schwann. E em muito axônios, as células de Schwann determinam a formação da bainha de mielina (invólucro lipídico que atua como isolante térmico e facilita a transmissão do impulso nervoso. Entre uma célula de Schwann e outra existe uma região de descontinuidade da bainha de mielina, que acarreta a existência de uma constrição (estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier.

As fibras nervosas

São formadas pelos prolongamentos dos neurônios (dendritos ou axônios) e seus envoltórios. Cada fibra nervosa é envolvida por uma camada conjuntiva denominada endoneuro.

As fibras nervosas organizam-se em feixes. Cada feixe é envolvido por uma bainha conjuntiva denominada perineuro. Vários feixes agrupados paralelamente formam um nervo. O nervo também é envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo chamada epineuro.

Quando partem do encéfalo, os nervos são chamados de cranianos; quando partem da medula espinhal denominam-se raquidianos.

De acordo com a direção da transmissão do impulso nervoso, os nervos podem ser:

·         sensitivos – quando transmitem os impulsos nervosos dos órgão receptores até o sistema nervoso central;

·         motores – quando transmitem os impulsos nervosos do sistema nervoso central para os órgãos efetores

A condução do impulso nervoso

Quando, em repouso, o neurônio apresenta carga elétrica externa positiva e interna negativa. Diz-se, então, que o neurônio em repouso está polarizado.

Diante de um estímulo nervoso adequado a permeabilidade da membrana ao sódio aumenta, o que acarreta um fluxo desses íons para o interior do neurônio, determinando uma inversão da polaridade, o ambiente interno torna-se positivo e o ambiente externo torna-se negativo.

Num segundo momento, a membrana torna-se permeável ao potássio, que migra para o meio externo, possibilitando o retorno ao potencial primitivo de "repouso". Assim, a membrana torna-se novamente positiva no lado externo e negativa no lado interno.

A inversão de polaridade da membrana determina o surgimento de potencial de ação (alteração elétrica durante a passagem do impulso) que "alastra" ao longo do neurônio, de forma a gerar um impulso nervoso. À medida que o impulso nervoso se propaga, ocorrem sucessivas inversões de polaridade e sucessivos retornos ao potencial de "repouso".

As sinapses

São articulações terminais estabelecidas entre um neurônio e outro (interneurais) ou entre um neurônio e uma fibra muscular (neuromuscular) ou entre um neurônio e uma célula glandular (neuroglandulares).

Entre um neurônio e outro existe um microespaço, denominado sinapse, na qual um neurônio transmite o impulso nervoso para o outro através da ação de mediadores químicos ou neurormônios.

Atuação dos neurormônios

Os neurormônios estão contidos em microvisículas presentes na extremidade do axônio. Como os neurormônios, capazes de transmitir o impulso nervoso, acham-se presentes apenas nas extremidades dos axônios, conclui-se que o sentido de propagação do impulso ao longo do neurônio tem o seguinte trajeto:

Após a transmissão do impulso, a acetilcolina (liberada na sinapse) é decomposta pela ação da enzima colinesterase, impedindo a passagem contínua do impulso nervoso.

Afecções do sistema nervoso

O sistema nervoso é suscetível a infecções provocadas por uma grande variedade de bactérias, vírus e outros microorganismos (meningite, poliomielite e encefalite).

Em certas afecções, como a neuralgia, a enxaqueca ou a epilepsia, pode não haver nenhuma evidência de dano orgânico. Outra doença, a paralisia cerebral, está associada a uma lesão cerebral.