Os espermatozóides
são células muito ativas, com enorme capacidade de movimentação.
Seu citoplasma é reduzido e o núcleo é a parte mais volumosa.
Durante sua formação, os espermatozóides se especializam para função reprodutiva: perdem o citoplasma, reduzindo seu peso, e adquirem cauda, com a qual nadarão até o óvulo.
O óvulo é uma célula bem maior do que o espermatozóide, e não se movimenta ativamente. Sua especialização mais marcante é possuir, estocados no citoplasma, grânulos de substâncias nutritivas, os grãos de vitelo. A função dessas substâncias é assegurar a nutrição do embrião que se desenvolverá após a fecundação.
O processo de formação dos gametas é denominado, genericamente, gametogênese(genese, origem). A gametogênese masculina é a espermatogênese e a feminina é a ovulogênese (ou ainda ovogênese).
As gônias
e o período de multiplicação
As
células que irão originar gametas já estão predeterminadas,
desde o começo da vida de um embrião. Ainda nessa fase, células
germinativas primordias, diplóides, migram para a região das gônodas(testículo
ou ovário) em formação.
Nos machos, na região do futuro testículo, essas células originarão espermatogônias, enquanto nas fêmeas, na região do futuro ovário originarão ovogônias.
Espermatogônias e ovogônias vão se multiplicando por mitose, aumentando em número.
Nos machos, a multiplicação perdura ao longo de toda a vida, acentuando-se depois da maturidade sexual.
Nas fêmeas dos animais mamíferos, o período de multiplicação das ovogônias em geral restringe-se à vida embrionária ou à juventude.
Essa diferença de multiplicação das gônias explica por que o número de gametas produzidos é significativamente maior em machos do que em fêmeas.
Na espécie humana, por exemplo, a mulher libera apenas um óvulo por mês, aproximadamente entre os 12 e os 50 anos de sua vida. Já o homem elimina, a cada ato sexual, cerca de 350 mil espermatozóides. Em geral, a produção de gametas no homem inicia-se aos 14 e perdura até os 60 anos, ou mesmo além dessa idade.
Citos I e II, período de crescimento
e meiose
Nos machos, após a maturidade sexual
grupos de espermatogônias deixam de multiplicar e crescem um pouco, transformando-se
em espermatócitos primários (ou espermatócitos I ou de 1ª
ordem).
Nas fêmeas, as ovogônias crescem muito, podendo acumular enormes quantidades de vitelo. Elas passam a ser chamadas de ovócitos primários (ou ovócitos I ou de 1 ª ordem).
Em animais como as aves e os répteis, os ovócitos constituem as gemas dos ovos. Seu grande tamanho é devido ao acúmulo de vitelo.
Tanto os espermatócitos quanto os ovócitos duplicam os cromossomos e iniciam a meiose.
No caso masculino, a divisão I da meiose leva à formação de duas células de mesmo tamanho, os espermatócitos secundários (ou espermatócitos II ou de 2ª ordem).
As células formadas na divisão I prosseguem a meiose. Cada um dos espermatócitos II dá origem a duas células de mesmo tamanho, denominadas espermátides.
As espermátides, iniciarão um processo de especialização que as transformará em espermatozóides. Esse processo de transformação de espermátide em espermatozóide é chamado de espermiogênese.
No caso feminino, as células formadas na divisão I são muito diferentes entre si. Uma delas fica praticamente com todo o citoplasma (e vitelo), e é chamada de ovócito secundário (ou ovócito II ou de 2ª ordem).
A outra célula, apesar do núcleo normal, quase não tem citoplasma. Ela nada mais é do que um pequeno glóbulo aderido a um dos pólos do ovócito II, daí ser denominada glóbulo (ou corpúsculo) polar I.
A meiose feminina só prossegue depois da fecundção. Na espécie humana, por exemplo, a mulher liberta do ovário um ovócito II (que chamamos óvulo), com a meiose estacionada em metáfase II.
A penetração do espermatozóide estimula o ovócito II a prosseguir a meiose. A cariocinese ocorre normalmente, mas na citocinese o citoplasma divide-se desigualmente como na divisão anterior, produzindo uma célula grande e uma pequena. Por analogia ao processo masculino, poderíamos chamar a célula maior de ovótide e a menor de glóbulo polar II.
A
fecundação dos animais.
A fecundação, também chamada de fertilização, é o processo de união do espermatozóide com o óvulo.
Nos animais, a fecundação pode ocorrer no interior do corpo das fêmeas(fecundação interna) ou no meio externo (fecundação externa).
Entre os vertebrados, os répteis, as aves e os mamíferos têm fecundação interna. A introdução dos espermatozóides fecundantes no corpo da fêmea é realizada através da cópula, ou ato sexual.
Nos anfíbios e na maioria dos peixes a fecundação é externa.
Na maioria dos animais, a fecundação ocorre ainda antes de a gametogênese feminina ter acabado. O que chamamos popularmente de óvulo é , quase sempre, um ovócito secundário.
Em nossa espécie, o ovócito II liberado pelo ovário vive pouco mais de 24 horas. Se não for fecundado nesse intervalo, ele morre e degenera.
Experiências mostram que os óvulos produzem substâncias que atraem os espermatozóides. Quando um deles atinge o óvulo, são liberadas enzimas que dissolvem a membrana ovular. Como reação, forma-se imediatamente, em torno do citoplasma ovular, a membrana de fecundação, que irá impedir a penetração de outros espermatozóides.
Após a penetração do núcleo espermático, este passa a ser chamado de pronúcleo masculino, e encaminha-se ao encontro do núcleo feminino, agora chamado de pronúcleo feminino
Anfimixia
(ou cariogamia) e formação do zigoto
Ao
se encontrarem, os pronúcleos se fundem, formando um único núcloe
diplóide, muito apropriadamente chamado de núcleo de fecundação.
A união dos pronúcleos, o ponto alto da fecundação,
é denominada cariogamia (gamos, casamento, união) ou anfimixia (anfi,
dois: mixos, misturar).
Desse momento em diante, a célula dipóide oriunda da fecundação é denominada zigoto (ou ovo), e inicia imediatamente sua primeira mitose, rumo à formação do embrião.