1-     Animália

“O incrível mundo animal”

1.1-           Autores (2º M) – Setor Leste

·        Amanda

·        Daiane

·        Danielly

·        Danilo

·        Hilton

·        Lucas

·        Luis Flávio

 2 -  Objetivo

Conhecer melhor o reino que fazemos parte.

3 -  Material

Fotos tiradas do Zoológico de Brasília.

4 – Trabalho

Reino Animalia I: Esponjas e Cnidários

 1. Esponjas (Filo Porífero)

Os poríferos ou espongiários (esponjas) constituem-se nos animais menos evoluídos de todos. São multicelulares, mas suas células não formam tecidos bem definidos e muito menos se estruturam em órgãos. A sua constituição é muito simples. Por isso, muitos especialistas preferem distingui-lo dos outros grupos de animais, dividindo o reino Metazoa em dois sub-reinos: O Parazoa (onde se situam os poríferos) e o Eumetazoa (que engloba todos os demais filos).

Os poríferos (do latim porus, ‘poro’, ‘orifício’, e ferre, ‘que transporta’, ‘portador’) são todos de habitat aquático, predominantemente marinho, vivendo presos às rochas ou outros substratos do fundo do mar ou dos rios. Têm o corpo perfurado por grande número de poros, por onde entra a água (poros inalantes ou óstios) e um único poro grande exalante (o ósculo), pelo qual sai à água de percorrer a cavidade central do corpo.

Os poríferos não possuem sistemas (digestivo, respiratório, nervoso e reprodutor). Eles realizam a digestão intracelular. A respiração e a excreção se fazem por difusão direta entre a água circulante e as sua células.

O corpo de uma esponja apresenta um revestimento esterno de células achatadas — a epiderme —, um revestimento interno com células flageladas e providas de gola ou colarinho, chamadas coanócitos, e uma camada intermediária na qual se encontram células móveis que se deslocam intensamente por meio de pseudópodos — os amebócitos. No mesênquima, pode-se encontrar uma espécie de arcabouço ou silicosas e uma rede de uma proteína específica chamada espongina. Assim, distinguem-se esponjas rígidas (calcárias e silicosas) e esponjas macias (esponjas córneas). Estas últimas, muito usadas no banho, não possuem espículas e a sustentação do corpo é feita tão-somente pela rede de espongina. No mesênquima, além dos amebócitos encontram-se as células formadoras das espículas e células geradoras dos gametas (mas não há "gônadas" propriamente).

A água ambiental penetra na esponja pelos poros inalantes, percorre os canais do corpo e alcança uma grande cavidade central — o átrio ou espongiocele. Os coanócitos revestem o átrio e, em muitos casos, pequenas câmaras que ficam no trajeto dos canais. O agitar dos flagelos dessas células provoca um fluxo de circulação da água, puxando-a de fora para dentro do corpo. Os coanócitos, além disso, retêm as partículas alimentares trazidas pela água e as digerem em vacúolos digestivos. O alimento, total ou parcialmente digerido, é então entregue aos amebócitos do mesênquima, a fim de estes concluam a digestão ou simplesmente o distribuam para todas as outras células. O oxigênio é retido por difusão direta pelas células, da mesma forma como são expelidos os excretos. Estes últimos vão ao exterior arrastados pela água que sai pelo ósculo.

Os poríferos se dividem em três tipos: Áscon (do grego, ‘saco’, ‘odre’), Sícon (do grego sykon, ‘figo’) e Lêucon (do grego leukos, ‘branco’).

1.1. Áscon

A forma primitiva dos espongiários é a de um tubo ou vaso, fixado no substrato. Na extremidade apical aparece uma grande abertura — o ósculo — que serve para a saída da água que continuamente atravessa o corpo da esponja. A parede do corpo é provida de um grande número de poros (daí o nome de porífera), através dos quais penetram água e partículas alimentares.

Nos áscon, bem como nos outros dois tipos, não existem órgãos diferenciados, mas, distinguem-se diversos tipos celulares adaptados a determinadas funções. A parede do corpo é formada por duas camadas celulares. A camada mais externa é dermal, de origem ectodérmica, e a mais interna, denominada gastral, tem origem endodérmica. Entre as duas camadas celulares, há um mesênquima gelatinoso. A cavidade central do corpo é chamada átrio ou espongiocele. Nas duas camadas celulares e no mesênquima, encontramos os seguintes tipos celulares:

1.2. Sícon

Observada externamente, apresenta-se como uma urna alongada, fixada pela extremidade superior, circundado por uma coroa de espículas longas e afiliadas. A superfície do corpo possui numerosas elevações ou papilas, das quais saem pequenas espículas. Entre as papilas aparecem os poros.

Cortada longitudinalmente apresenta a parede do corpo espessa e com uma série de dobras, formando curtos canais horizontais. Distinguimos dois tipos de canais: inalantes e exalantes. Os primeiros abrem-se na superfície externa e terminam em fundo cego. Os canais exalantes são internos e desembocam no átrio.

A superfície externa e os canais inalantes são revestidos pela camada dermal, formada por pinacócitos, ficando os coanócitos limitados aos canais exalantes. O mesênquima gelatinoso é bem mais desenvolvido do que no áscon, contém amebócitos e espículas.

1.3. Lêucon

É o tipo mais evoluído, o átrio é reduzido, enquanto a parede do corpo é bastante desenvolvida e percorrida por um complicado sistema de canais e câmaras. Os coanócitos encontram-se revestindo câmaras esféricas, também denominadas câmaras vibráteis, interpostas num sistema de canais. Os canais partem dos poros e atingem as câmaras transportando água são denominadas inalantes ou aferentes. Das câmaras saem os canais exalantes ou eferentes que atingem o átrio.

Os coanócitos só aparecem nas câmaras vibráteis. Os pinacócitos revestem a superfície externa, o átrio e os diversos canais. No desenvolvimento do mesênquima encontramos amebócitos e espículas.

1.6. Reprodução

Assexuada: no brotamento formam-se pequenos brotos laterais que se desenvolvem em novos indivíduos, originando as formas coloniais. Na gemulação formam-se agregados de células amebóides indiferenciadas, envoltas por dura camada de espículas justapostas. As gêmulas constituem formas de resistencia, pois sobrevivem a condições desfavoráveis de seca e/ou frio. Merece destaque a grande capacidade de regeneração de partes danificadas da esponja.

Sexuada: os poríferos são hermafroditos, porém não possuem gônadas. Os gametas, que se formam a partir de amebócitos que sofrem meiose, são lançados no átrio, onde ocorre a fecundação. Cada indivíduo apresenta maturação de óvulos e espermatozóides em épocas diferentes, o que evita a autofecundação. O desenvolvimento é indireto: após a fecundação o zigoto se desenvolve em uma larva livre-natante — anfiblástula — que sai pelo ósculo, se fixa em um substrato e cresce, originando novo indivíduo.

2. Cnidários (Filo Coelenterata)

Etimologicamente, a palavra cnidária vem do grego (knidos, ‘urticante’). O mesmo ocorre com o vocábulo celenterado (do grego koilos, ‘oco’, e enteron, ‘intestino’).

Neste filo se enquadram os animais mais inferiores dentre os que já possuem tecidos bem definidos com alguma organização de sistemas. Eles possuem um esboço de sistema nervoso difuso (uma rede de células nervosas pelo corpo) e gônodas, isto é, órgãos produtores de gametas. Também possuem células epitélio-musculares de cuja contração resultam os movimentos rápidos do corpo.

A estrutura do corpo de um celenterado é formada por duas camadas de células: a epiderme (camada de revestimento externo) e a gastroderme (camada de revestimento interno). Entre as duas, situa-se a mesogléia, umas finas lâminas acelulares, gelatinosas, constituídas de substâncias segregadas pelas células das duas camadas citadas. Na epiderme, distinguem-se as células epitélio-musculares, as células intersticiais, as células sensitivas e os cnidoblastos. Estes últimos são células especializadas para a defesa, contendo uma pequena cápsula — o nematocisto — capaz de projetar um estilete canaliculado e injetar uma substância paralisante ou irritante na pele do animal que lhe toque na superfície.

Na mesogléia, logo abaixo da epiderme, localizam-se ramificações das células nervosas, que não se assemelham funcionalmente aos dendritos e axônios dos neurônios ou células nervosas desenvolvidas dos animais mais evoluídos. Essas células nervosas fazem contato direto com os prolongamentos das células sensitivas e com as fibras contráteis das células epitélio-musculares. Dessa forma, surge um mecanismo sensitivo-neuromotor: as células sensitivas recebem estímulos, as células nervosas conduzem os impulsos e as fibras contráteis reagem com a contração e os movimentos do corpo.

A gastroderme também possui diversos tipos de célula: células sensitivas, células flageladas, células intersticiais, células glandulares e células epitélio-digestivas. As células glandulares produzem enzimas digestivas que são lançadas na cavidade central ou cavidade gastrovascular, contribuindo para a digestão extracelular. Contudo, as células flageladas captam alimentos não digeridos ou parcialmente digeridos e os transferem às células epitélio-digestivas da gastroderme, em cujos vacúolos ocorre também à digestão intracelular.

Lembre-se de que os poríferos fazem somente digestão intracelular. Já os celenterados realizam digestão intracelular e extracelular. Os animais mais evoluídos fazem habitualmente só a digestão extracelular. Veja nisso uma evidência da Evolução.

Os celenterados ou cnidários podem ser vistos como pólipos ou como medusas. Estas últimas têm aspecto de cúpula transparente, são flutuantes e se deslocam mais facilmente. Os pólipos vivem preferentemente fixos às rochas e, salvo raras exceções, têm deslocamentos lentos. Muitas espécies de cnidários reproduzem-se por metagênese ou alternância de gerações, passando por uma fase sexuada de medusa e por uma fase assexuada de pólipo. Assim se reproduz a Aurelia aurita. Outros celenterados só se reproduzem sexuadamente. E outros, ainda, nunca passam pela fase de medusa, só existindo na forma de pólipos. Os corais e a anêmona-do-mar estão neste caso.

2.1. Classificação

O filo Coelenterata é dividido em três classes:

2.2. Reprodução

A maioria dos celenterados apresenta reprodução sexuada e assexuada, sendo grande número de espécies que apresenta alternância de gerações (metagênese). Nesse caso, a forma polipóide produz assexuadamente pequenas medusas que, após um período de desenvolvimento, produz gametas de cuja fusão resulta o zigoto.

A fecundação é externa na maioria dos celenterados, havendo espécies em que o encontro dos gametas ocorre dentro da cavidade gástrica. Nos casos em que o desenvolvimento é indireto (todas as espécies marinhas) o zigoto formado dá origem a uma larva ciliada (plânula). Após algum tempo a larva se fixa ao substrato dando origem a um novo organismo (pólipo).

Nas espécies que apresentam apenas forma de pólipo, esse se reproduz sexuadamente originando novos pólipos. Os espermatozóides são liberados na água, nadando ao encontro do óvulo. A fecundação e as primeiras divisões ocorrem com o zigoto ainda preso ao organismo materno. Como seqüência do processo, o embrião se destaca e transforma-se em um pólipo jovem que na maturidade repete o ciclo.

 

Reino Animália II : Platelmintos e Nematelmintos

 1. Platelmintos — Vermes Achatados (Filo Platyhelminthes)

Os platelmintos (do grego platy, ‘chato’, e helmins, ‘verme’) compreendem uma série de organismos inferiores considerados vermes, com a particularidade de terem o corpo achatado dorso-ventralmente. Assim são as planárias, as tênias ou solitárias e o esquistossomo (somente a fêmea deste último constitui exceção, já que é cilíndrica). Outros organismos considerados vermes, mas sem essa particularidade, são enquadrados em filos diversos deste.

Os platelmintos revelam grau mais elevado de evolução quando comparados com os poríferos e cnidários. Enquanto as esponjas e os celenterados são animais diblásticos ou diploblásticos (durante o desenvolvimento embrionário só formam dois folhetos: ectoderma e endoderma), os platelmintos já são animais triblásticos ou triploblásticos (formam três folhetos embrionários: ectoderma, mesoderma e endoderma). Todavia, os platelmintos ainda se mostram acelomados, pois os seus mesodermas não se organizam em duas camadas capazes de se separar. Dessa maneira, não surge o celoma ou cavidade geral do corpo, espaço que, na maioria dos animais, separa as vísceras da parede corporal. Esses vermes têm, portanto, o corpo "maciço".

Nos platelmintos, o espaço entre a parede do corpo e os órgãos são preenchidos por um parênquima de origem mesodérmica.

Outro aperfeiçoamento que os platelmintos revelam em relação aos celenterados é a simetria bilateral do corpo. Eles são animais bilatérios, isto é, um plano que passe pelo meio do seu corpo (longitudinalmente) divide-o em duas metades simétricas, sendo cada uma delas a imagem especular da outra.

Os animais de simetria radial não possuem uma "parte da frente" e uma "parte de trás", como sucede com os bilatérios. Nestes, a "parte da frente" acumula os órgãos sensoriais e passa a proceder como a região do corpo que vai à frente e "investiga" o ambiente, procurando alimentos ou percebendo de perigos. Na maioria das vezes, evidencia-se como cabeça. Ali também se alojam os centros nervosos do animal. À semelhança do que se observa com os veículos (você não vê nenhum que se desloque fazendo giros em torno do seu próprio eixo), o animal também encontraram mais sucesso evolutivo no deslocamento orientado sempre num mesmo sentido (para frente).

Quanto aos órgãos e sistemas, eles são mais desenvolvidos nos platelmintos do que nos celenterados. O sistema nervoso, por exemplo, já possui células nervosas conglomeradas, formando gânglios. Esses gânglios se alojam na parte anterior do corpo e se fundem, formando um rudimento de cérebro, a que chamamos gânglios cerebróides. Cada platelmintos tem um par de gânglios cerebróides dos quais partem filetes nervosos laterais que percorrem todo o corpo, emitindo ramificações. Isso permite uma melhor coordenação do sistema muscular, muita bem desenvolvida, o que disciplina os movimentos do animal e lhe dá mais orientação.

Ainda que os platelmintos não tenham sistema circulatório nem sejam dotados de sangue, já revelam, contudo, um sistema excretor e um sistema reprodutor bem definido, além do sistema nervoso já descrito. O sistema excretor é constituído de um grande número de pequenas unidades interligadas chamadas células-flama ou solenócitos. Cada célula-flama é realmente uma célula na qual há uma depressão, existe um tufo de flagelos (ou cílios, como mencionam muitos autores) cujos movimentos lembram o bruxulear da chama de uma vela (daí o nome célula-flama). Essas células recolhem o excesso de água e os produtos finais do metabolismo das células vizinhas e, com o fluxo líquido provocado pelos movimentos dos tufos flagelares, os descarregam num sistema de canais que ligam tais unidades excretoras. Por esse sistema de canais, a água e os catabólitos são lançados ao exterior, vertendo por numerosos poros na superfície do corpo do animal.

Quanto à respiração, os platelmintos ainda a realizam por difusão (os de vida livre, como a planária) ou, então, fazem a respiração anaeróbica (os endoparasitas, como as tênias ou solitárias).

Sobre a reprodução, podemos dizer que a maioria é hermafrodita, podendo ou não fazer a autofecundação. As planárias são hermafroditas (monóicas), mas só se reproduzem por fecundação cruzada. As tênias são hermafroditas autofecundantes. Os esquistossomos são dióicos, isto é, têm sextos distintos (do grego di, ‘dois’, e oikos, ‘casa’).

Há quem admita que os platelmintos evoluíram e a partir de formas larvárias de celenterados. Lembre-se de que a larva dos celenterados — a plânula — é nadadora, achatada dorsoventralmente e coberta de cílios. Sob tais aspectos, a planária tem grande identidade com ela.

O filo dos platelmintos é dividido em três classes: Turbellaria, Trematoda e Cestoidea.

Classe Turbellaria

A classe dos turbelários corresponde ao modelo mais típico do filo. São todos platelmintos de vida livre e têm como representante a conhecida planária (Dugesia tigrina, antigamente chamada Euplanaria tigrina), habitante da água doce. Esses vermes têm epiderme ciliada com células glandulares secretoras de muco na face ventral do corpo. Assim, o animal desliza sobre o "tapete" viscoso que segrega, utilizando para isso a corrente de água que o seu epitélio ciliado produz. Em raras ocasiões, a planária desloca-se com movimentos de "mede-palmos" e pode até nadar à procura do alimento, quando provoca uma certa agitação ou "turbilhão" na água.

Na porção anterior do corpo (esboço de cabeça), ela possui um par de ocelos ou manchas ocelares, como se fossem dois pequenos olhos (aparentemente vesgos), que não permitem realmente "ver" as coisas, mas tão-somente perceber a luz.

Uma peculiaridade da planária: a sua boca situa-se na região mediana da face ventral. Através dela, a faringe pode sofrer uma eversão, projetando-se para fora como uma tromba ou probóscida a fim de sugar as partes moles dos alimentos. Não há estômago e o intestino apresenta três ramos — um que se dirige para frente e dois que se dirigem para trás. Essa trifurcação é amplamente ramificada, permitindo que os produtos da absorção digestiva alcancem com facilidade (por difusão) todas as células do corpo. O tubo digestivo não possui ânus e, por isso, os detritos não aproveitados são regurgitados pela boca.

Apesar de hermafroditas (animais monóicos), as planárias realizam a fecundação cruzada, trocando espermatozóides. Cada um injeta seus espermatozóides na outra, numa vesícula receptora de esperma. Mas as planárias também têm alta capacidade de regeneração, o que lhes permite a reprodução assexuada, por fragmentação espontânea do corpo. Aí, cada fragmento regenera o que falta e se constitui em novo animal.

Classe Trematoda

Os trematódeos, bem como os cestódeos, que veremos a seguir, são platelmintos que perderam alguns caracteres comuns ao filo, sofrendo profundas transformações, com a atrofia ou regressão de certos órgãos e desenvolvimento de outros, com a finalidade de melhor se adaptarem aos hábitos parasitários. Por isso, dissemos antes que os platelmintos de vida livres, aquáticos, como os turbelários, constituem o modelo ou padrão do filo Platyhelminthes.

Os trematódeos (do grego trematos, ‘dotado de buracos’) são vermes parasitas de carneiros, de outros animais vertebrados e do próprio homem. Possuem ventosas (que lembram buracos, daí o nome da classe) com as quais se fixam a certas estruturas do hospedeiro, podendo ou não alimentar-se por elas.

Os exemplos mais expressivos da classe são a Fasciola hepatica, parasita dos dutos biliares do carneiro, e o Schistosoma mansoni, parasita das veias do intestino humano. Ambos, por seu aspecto, lembram uma folha de árvore, mas o esquistossomo, bem menor (10 a 15 mm), particulariza-se pelo fato de possuir uma depressão longitudinal no meio do corpo — o canal ginecóforo (do grego gynaikos, ‘mulher’, e phorus, ‘portador’) — onde, durante o ato sexual, se aloja a fêmea, que é cilíndrica.

A fascíola e os esquistossomos possuem duas ventosas, uma anterior, com função de boca, e outra ventral, destinada a alguma parte dos hospedeiros.

A fascíola e o esquistossomo possuem embriões ciliados e nadadores que lembram ainda o aspecto da larva dos celenterados. Na fase adulta, a sua epiderme não é mais ciliada, mas recoberta por uma cutícula resistente aos sucos digestivos e outros humores do hospedeiro.

Daremos aqui a maior atenção ao esquistossomo, por ser um parasita da espécie humana e causador de uma das mais graves endemias brasileira — a esquistossomose.

O Schistosoma mansoni, apesar de sua localização no interior das veias do intestino, reproduz-se eliminando ovos que fistulam para dentro do tubo digestivo, sendo eliminados com as fezes. Em locais de poucos recursos higiênicos e sanitários, as fezes contaminadas por esses ovos são levadas até rios e ribeirões. Na água, os ovos se rompem e liberam o mirácido, embrião ciliado microscópico, que nada à procura de um hospedeiro intermediário — o caramujo Biomphalaria glabrata. Encontrado-o, o mirácido penetra-lhe pelas antenas e, na cavidade paleal do molusco, origina larvas que passam pelas fases de esporocistos e cercárias. Os esporocistos produzem gametas que se desenvolvem partenogeneticamente, resultando na formação das cercárias. Um mirácido apenas pode originar milhares de cercárias.

Com a morte do caramujo (hospedeiro intermediário) as cercárias, que possuem cauda bifurcada, passam à água e nadam ativamente. Se tocarem a pele de uma pessoa, atravessam-na e atingem os vasos sangüíneos, pelos quais se deslocam, arrastadas pela circulação, até as veias do plexo mesentérico, no intestino, onde se desenvolvem, dando vermes adultos.

Muitos esquistossomos migram para o fígado, provocando um processo de irritação crônico que leva à cirrose hepática. Os vermes causam obstrução à circulação sangüínea no intestino, o que determina ruptura de vasos, com hemorragias e passagem de plasma para a cavidade abdominal, levando à barriga-d’água (ascite). A doença é lenta, mas geralmente provoca a morte.

O combate à esquistossomose se baseia no extermínio dos moluscos e na orientação às pessoas para não terem contato à água em locais suspeitos e contaminados. Ë necessária à orientação das populações para não defecarem no campo ou sobre rios. O tratamento da doença exige assistência médica e hospitalar.

Classe Cestoda ou Cestoidea

Os cestóides ou cestódios (do rego kestos, ‘fita’ e eidos, ‘semelhante’) são vermes platelmintos de corpo alongado em forma de fita. Podem medir de alguns milímetros a muitos metros de comprimento. Ex: Taenia saginata, Taenia solium e Taenia echinococcus ou Echinococcus granulosus.

As tênias são popularmente conhecidas de solitárias porque habitualmente se mostram isoladas, uma apenas em cada indivíduo. Mas isso não exclui a possibilidade de se encontrarem duas tênias num só hospedeiro. Todas as tênias são parasitas digenéticos, isto é, evoluem em dois hospedeiros — uns intermediários, no qual se desenvolvem até a fase de larva, e um definitivo, no qual terminam a evolução, chegando à fase adulta.

A Taenia saginata tem como hospedeiro intermediário o boi. A Taenia solium evolui até a fase da larva no porco. Elas têm notável preferência por esses hospedeiros intermediários específicos, não admitindo "trocas". Mas ambas concluem a sua evolução no mesmo hospedeiro definitivo — o homem. A larva dessas tênias tem aspecto de uma pipoquinha branca que se aloja na musculatura estriada (carne) daqueles animais. Essa larva recebe o nome de cisticerco. Pode manter-se viva por muitos anos no músculo hospedeiro intermediário, mas nunca evoluirá para verme adulto se não passar para o hospedeiro definitivo.

Em circunstâncias especiais, o homem pode receber no estômago ovos de tênia. Aí, ele corre o risco de fazer o papel do hospedeiro intermediário. Se tal acontecer, ele poderá abrigar o cisticerco, revelando a cisticercose (que pode ocorrer no cérebro, num globo ocular, num pulmão ou no fígado).

O corpo de uma tênia é dividido em três partes: cabeça ou escólex, colo ou região proglotogênica (geradora de proglotes) e tronco ou estróbilo. Sua cabeça possui, além de quatro ventosas (nenhuma funciona como boca), uma coroa de ganchos quitinosos — o rostro ou rostelum, que ajuda a fixação do parasita ao intestino da pessoa. Aliás, é oportuno comentar que as tênias não possuem qualquer estrutura de sistema digestivo.

A partir do colo, são formados os anéis ou proglotes, que podem atingir grande número ao longo do corpo de uma solitária (a tênia do boi ou Taenia saginata pode atingir 12 m de comprimento, com cerca de 2 000 proglotes). O tronco ou estróbilo apresenta anéis imaturos (diâmetro transversal predominante), anéis maduros (diâmetros transversal e longitudinal equiparados) e anéis grávidos (os terminais, com predomínio do diâmetro longitudinal, portando de 30 mil a 50 mil ovos embrionados cada um).

O ovo possui um embrião dotado de seis ganchos e, por isso, chamado embrião hexacanto ou oncosfera. Esse embrião fica envolto por uma massa de substância nutritiva de reserva. Quando ingerido pelo animal hospedeiro intermediário, o ovo liberta o embrião, que passa à circulação sangüínea e vai encistar-se na musculatura, mantendo-se na fase de larva ou cisticerco. A ingestão dessa carne mal cozida permite que a larva se libere e se desenvolva no intestino humano, originando a tênia adulta.

A formação de proglotes é contínua pela região do colo. Assim, a expulsão incompleta de uma tênia, sem a cabeça e colo, será seguida a total regeneração do parasita.

A profilaxia (prevenção) da teníase consiste em principalmente e em evitar-se a ingestão de carne mal cozida. Há, contudo, tratamento específico para esse tipo de verminose.

A tênia Echinococcus granulosus é parasita habitual do cão. É menor cestódio conhecido. Mede de 3 a 5 mm e possui apenas três ou quatro proglotes: um imaturo, um maduro e um ou dois grávidos. Possui ventosas e rostro. A verminose por ele causada é chamada equinococose. Em casos raros e excepcionais, a larva dessa tênia pode parasitar a espécie humana, quando, então, causa o aparecimento de uma enorme tumoração cheia de líquidos, do tamanho de um coco-da-baía — o cisto hidático. A hidatidose, assim descrita, pode instalar-se no cérebro, no fígado ou nos pulmões, assumindo, conforme a localização, gravidade variável, que pode levar até à morte.

2. Nemaltelmintos — Vermes Cilíndricos (Filo Aschelminthes)

O filo Aschelminthes (do grego askos, ‘pequeno saco’, ‘envoltório’, e helmins, ‘verme’) é um dos maiores filos da Zoologia em número de indivíduos viventes. Existem espécies parasitas, mas a maioria é de vida livre. Os asquelmintos de vida livre habitam o solo úmido, a areia dos desertos e das praias, a água estagnada, o mar. Os parasitas infestam os animais e as raízes, frutos e outras partes das plantas. Todos possuem o corpo protegido por uma película ou cutícula resistente, em função da qual foi dado o nome do filo.

Os asquelmintos são animais de simetria bilateral triploblástico, porém pseudocelomados, isto é, a cavidade do corpo não é "totalmente" revestida por folhetos mesodérmicos. Essa cavidade é limitada, por um lado, por músculos (de origem mesodérmica), mas, por outra lado, ela é limitada pela parede do tubo digestivo (de origem endodérmica). Logo, nestes animais, não existe um celoma verdadeiro, e sim um "falso celoma" ou pseudoceloma. Os asquelmintos são os únicos pseudocelomados na escala animal.

Os nematódeos (do grego nematos, ’filamento’, e eidos, ‘semelhante’) são todos cilíndricos e alongados. Corpo não segmentado e revestido de cutícula resistente e quitinosa. Sistema digestivo completo, possuindo boca e ânus. O sistema nervoso é formado de um anel anterior, que circunda a faringe, e cordões nervosos longitudinais relacionados com aquele anel. O sistema locomotor é estruturado em camadas musculares longitudinais situadas logo abaixo da epiderme. As contrações desses músculos só permitem movimentos de flexão dorsoventral. Não há movimentos laterais. Todos os nematódeos são unissexuados (animais dióico), ou seja, têm sexos separados — machos e fêmeas distintos. Em alguns, há até nítido dimorfismo sexual (o macho é bem diferente da fêmea).

Não há estruturas flageladas nem ciliadas nesses animais. Nem mesmo os espermatozóides possuem flagelos. Eles se locomovem por meio de pseudópodos, com movimentos amebóides.

Os nematódeos não possuem sangue, sistema circulatório nem sistema respiratório. A respiração é anaeróbia.

Os principais nematódeos parasitas da espécie humana são:

Reino Animalia III: Artrópodes e Anelídeos

 1. Artrópodes: o grupo mais numeroso

Os artrópodos (do grego arthron, ‘articulação’, e podos, ‘pés’) abrangem invertebrados bilatérios, celomados, segmentados, portadores de apêndices locomotores articulados em número de par.

Os artrópodes são dotados das patas articuladas. Constituem o mais vasto grupo zoológico. Compreendem os insetos ¾ como piolho, mosca, borboleta, ¾ , os crustáceos ¾ como camarão, siri, lagosta ¾ , os aracnídeos ¾ como aranha, escorpião ¾ , os quilópodes ¾ como centopéia ou lacraia ¾ , e os diplópodes ¾ como embuá ou piolho-de-cobra.

A aquisição de membros articulados, além de outros aprimoramentos que a Natureza concedeu a esses animais, talvez justifique grandemente a sua imensa proliferação, bem como a adaptação que sofreram a quase todos os ambientes terrestres. As patas articuladas foram gradativamente especializadas para andar, correr, saltar, nadar, segurar presas e alimentos, copular, transportar ovos, defender-se, cavar buracos etc. A prova indiscutível de que os artrópodes constituem o grupo mais bem sucedido de todos os animais já aparecidos na Terra é o seu número extraordinário, não só de espécies como de indivíduos. O filo Arthropoda é o mais numeroso dentre todos no reino Metazoa (mais de 800 mil espécies).

As características dos artrópodes

1.2. As classes dos artrópodes

Os artrópodos compreendem cinco classes principais: os insetos, os crustáceos, os aracnídeos, os quilópodos e diplópodos.

 

 

 

Insecta

Crustacea

Arachnida

Chilopoda

Diplopoda

Habitat principal

Terrestre

água salgada ou doce

terrestre

terrestre

terrestre

Asas

Ausentes, um par e dois pares

ausentes

ausentes

ausentes

ausentes

Divisão do corpo

cabeça, tórax e abdome

cefalotórax e abdome

cefalotórax e abdome

cabeça e tronco

cabeça, tórax e abdome

Número de patas

seis

variável

oito

muitas: um par em cada anel

muitas: dois pares em cada anel

Antenas

um par

dois pares

ausentes

um par

um par

Respiração

traqueal

branquial

pulmotraqueal

traqueal

traqueal

Exemplos

barata, pulga, cupim

caranguejo, craca, camarão

aranhas, carrapatos

centopéias ou lacraias

Embuá ou piolho-de-cobra

2. Os insetos

Os insetos são os animais mais bem sucedidos da Natureza. São os mais numerosos e sofreram adaptações aos mais diversos ambientes e aos mais diferentes meios de vida. Existem espécies aquáticas (exceto no mar), terrestres, voadoras, não voadoras, cavadoras de buracos no solo algumas coisas, como cupins, formigas e abelhas, outras vivem sobre plantas ou animais em decomposição, dos quais extraem os alimentos, há espécies predadoras e espécies parasitas (hematófagas, como pulgas, mosquitos e percevejos), existem aquelas que transmitem doenças, e há até as que se desenvolvem nos tecidos de plantas e de animais, causando nestes últimos o berne ou bicheira (miíase).

2.1. As principais características

2.2. Morfologia externa

O exoesqueleto protéico contendo quitina é formado pela camada mais externa da epiderme. Pela sua natureza rígida, oferece uma razoável proteção ao animal contra predadores e perda excessiva de água. Assim, periodicamente, há necessidade de substituição daquela espécie de "armadura" por outra maior. O animal se despoja do seu exoesqueleto (que, já largado no ambiente, recebe o nome de exúvia), expande-se como num "desafogo" e, imediatamente, reinicia a atual dimensão. Esse fenômeno é chamado muda ou ecdise e tem o seu mecanismo controlado pelas glândulas protorácicas.

A cabeça é o centro sensorial do animal. Nela estão localizados seus principais órgãos dos sentidos: as antenas e os olhos. As antenas são órgãos quimiorreceptores, que apresentam também as funções olfativas e tácteis.

Os olhos podem ser ocelos (distinguem a luz e a sombra, porém não formam imagens) ou olhos compostos (facetados, formados por mais de 2 500 pequenas unidades chamadas omatídeos, que se dispõem radiadamente formando um globo grande).

O tórax é o centro locomotor dos insetos. É formado por três segmentos: protórax, mesotórax e metatórax, com um par de patas por segmento. Cada pata é constituída pelos seguintes artículos: coxa, trocanter, fêmur, tíbia e tarso.

As asas são estruturas vivas ligadas ao tórax (meso e metatórax), mas não são membros verdadeiros e sim uma expansão lateral do tegumento. Em suas nervuras passam vasos, traquéias e lacunas sangüíneas.

Os tipos de asa são:

O abdome é o centro de nutrição dos insetos, desprovido de apêndices e com uma segmentação nítida. Os últimos segmentos são transformados, revelando adaptações para a copulação e a postura de ovos. Existem aberturas das traquéias, denominadas espiráculos ou estigmas, localizadas lateralmente. Em alguns, existe um aguilhão ou ferrão injetor de substância irritante, de efeito muito doloroso ou mesmo paralisante sobre pequenos animais.

2.3. Sistema Digestivo

É do tipo completo e dividiu-se em três partes: anterior (estomodeu) de origem ectodérmica; médio (mesodeu) de origem mesodérmica e posterior (proctodeu) de origem ectodérmica.

O Estomodeu e o Proctodeu têm revestimento quitinoso.

Possui boca, faringe, esôfago, papo, moela, estômago, intestino, ânus, e como órgãos anexos, as glândulas salivares.

O aparelho bucal é adaptado ao tipo de alimentação do animal, podendo ser triturador (gafanhoto, besouro, barata), sugador, em forma de tromba ou probóscida (borboletas), picador-sugador (mosquitos, pulgas) e sugador-lambedor (moscas).

2.4. Sistema digestivo

O sistema nervoso dos insetos compõe-se de gânglios, sendo que os localizados na cabeça se fundem para formar uma espécie de "cérebro". Há dupla rede de gânglios que se dispõem ventralmente ao longo do corpo. Por isso, dizemos que o sistema nervoso dos insetos é ventral, em contraste com os animais superiores (vertebrados), cujo sistema nervoso tem uns cordões longitudinais dorsal, representados pela medula raqueana.

2.5. Sistema Sensorial

A visão dos insetos (olhos simples e compostos) distingue cores até ultravioleta; a sensibilidade auditiva é percebida pelos pêlos e órgão cordotonais das patas; a sensibilidade olfativa situa-se nas antenas; a sensibilidade gustativa está nos palpos bucais e a sensibilidade táctil em cerdas de apêndices.

2.6. Reprodução

Quanto à reprodução, os insetos são dióicos (unissexuados), podendo ou não ocorrer dimorfismo sexual (macho diferente da fêmea). A fecundação é interna, São quase todos ovíparos. Certas moscas e os pulgões são vivíparos. Quanto ao desenvolvimento, classificam-se em:

A forma adulta dos insetos recebe o nome de imago. Chama-se larva a forma jovem muito diferente do imago. A ninfa é a forma jovem dos insetos hemimetábolos (um pouco parecida com imago). Pupa é a forma intermediária entre larva e o imago nos holometábolos (do grego holo, ‘todo’, ‘tudo’, e metabole, ‘mudança’). A muda, nos insetos, é desencadeada pelo hormônio ecdisona, cuja produção é estimulada pelos hormônios cerebrais. Existe, entretanto, um outro hormônio — hormônio juvenil — que impede a transformação da larva em pupa, ou desta em imago. Para que a metamorfose ocorra é necessário que a taxa de hormônio juvenil na hemolinfa seja muito pequena ou nula. Caso contrário, o animal realiza a muda, mas passa apenas de uma fase da larva para outra fase de larva.

2.7. Sistemática

Os insetos se distribuem em numerosas ordens, algumas das quais estão mostradas na figura seguinte.

TISANUROS

(Ametábolos e apterigotas, isto é, sem asas mesmo embrionariamente. Traças ou lepismas.).

ANOPLUROS

(Piolhos. Embrionariamente com asas. Podem transmitir i tifo exantemático ou febre das trincheiras).

SUCTÓRIOS OU SIFONÁPTEROS

(Pulgas e bichos-de-pé. Parasitas. Podem transmitir diversas doenças como a peste bubônica.).

HEMÍPTEROS

(Percevejos. Alguns são filófagos. Os hematófagos podem transmitir moléstias como a doença de Chagas.).

 

CORRODÊNTIOS

(Piolhos-de-livros. Minúsculos e inofensivos).

 

DÍPTEROS

(Somente moscas e mosquitos. Muitos sãos hematófagos e transmitem doenças, como a malária, a febre amarela, a filariose, o dengue.).

 

ISÓPTEROS

(Cupins ou térmitas, divididos em castas: rainhas, reis, soldados e operários. Alguns possuem asas, mas depois as perdem.).

 

HIMENÓPTEROS

(Formigas, abelhas e vespas. Maioria de vida social, dividindo-se em castas; alguns com asas.).

 

LEPIDÓPTEROS

(Borboletas e mariposas; as primeiras, de hábitos diurnos, as últimas de hábitos noturnos.).

 

HOMÓPTEROS

(Cigarras e pulgões. Podem ser nocivos às plantas.).

 

ORTÓPTEROS

(Louva-a-deus, gafanhotos, grilos, baratas, bichos-de-pau; alguns atacam as plantas, outros corroem alimentos e roupas.).

 

COLEÓPTEROS

(Besouros, vaga-lumes, joaninhas. Alguns são hospedeiros intermediários de vermes.).

 

A classe insecta subdivide-se nas subclasses Apterygota e Pterygota. A primeira abrange os insetos que não desenvolvem qualquer rudimento de asa, mesmo embrionariamente. Das ordens aqui citadas, somente a dos tisanuros se inclui neste caso. Todas as outras compreendem insetos pterigotos, isto é, dotadas de asas, se não durante a vida inteira, pelo menos numa fase dela.

2.8. Os insetos e o ser humano: aspectos positivos e negativos

Aspectos positivos:

Aspectos negativos:

 

3. Os crustáceos

Os crustáceos (do latim crusta, ‘crosta’) são artrópodos caracterizados principalmente pelo corpo protegido por uma crosta formada pelo espesso exoesqueleto quitinoso (casca de camarão), a qual ainda é freqüentemente impregnada de sais calcários (casca de siri). Durante a muda para o crescimento, os crustáceos largam a sua crosta e, durante um certo período, apresentam-se desprotegidos. É o que se observa com o popular "siri mole", encontrado nas praias ou escondido nas pedras.

Estes artrópodos apresentam grande diversidade de formas e tamanhos.

3.1. Características principais

3.2. Morfologia externa

A Cabeça é formada pela fusão de 5 segmentos, cada um deles com 1 par de apêndices bifurcados. Há 2 pares de antenas (tetráceros), 1 par de mandíbulas e 2 pares de maxilas.

O Tórax apresenta segmentos com número variável, podendo estar fundidos ou não. Seus apêndices são divididos em dois grupos, Maxilípedes e Pereiópodes. Os Maxilípedes servem para a apresentação de alimento e ainda funcionam como elementos tácteis, quimioreceptores e respiratórios. Os Pereiópodes, ou patas locomotoras, formam nos primeiros segmentos, a pinça ou quela, usada para ataque ou defesa.

No Abdômen, os segmentos não são fundidos e seus apêndices são: Pleiópodes e Urópodes. Os Pleiópodes são natatórios e, nos machos, o primeiro par é transformado em órgão copulador; os Urópodes são chamados também natatórios, formados por lâminas alargadas, que nas fêmeas, protegem os ovos. O último segmento é o Telson.

3.3. Sistema Digestivo

É completo e a digestão é extra-celular. É comum a existência de um estômago mastigador: o molimete-gástrico. Nos crustáceos mais simples (microcrustáceos) há eficientes mecanismos de filtragem de água para a coleta de nutrientes e de organismos do fitoplâncton.

3.4. Sistema Sensorial

Os órgãos sensoriais são bem desenvolvidos. Os olhos podem ser simples ou compostos, sésseis ou pedunculados. Os olhos compostos são formados por muitas unidades, os omatídeos.

Há órgãos de equilíbrio, os estatocistos, na base das antenas e órgão tácteis e olfativos, especialmente na região da cabeça.

3.5. Reprodução

A maioria é unissexuada e as aberturas genitais encontram-se na parte ventral.

Há o diformismo sexual e a fecundação é interna. Nos microcrustáceos é comum a Partenogênese. Há muitas larvas e a mais simples é Nauplio, com apenas 3 pares de patas. Nos crustáceos superiores, além dessas, há também protozoé, zoé e míssis.

3.6. Habitat

São animais predominantemente aquáticos, marinhos e dulcícolas. Podem viver na areia das faixas litorâneas (caranguejo), em terra úmida (tatuzinho-de-jardim), e algumas espécies, como as cracas, vivem fixas as richas, pilares de pontes, cascos de navios, etc.

3.7. Sistemática

A classe dos Crustáceos, com cerca de 25.000 espécies apresenta dois grupos: Entomocrustáceos (primitivos) e Malacrustáceos (evoluídos).

Entomocrustáceos são crustáceos inferiores, geralmente microscópicos.

Sub Classe 1

Braquiopoda: microscópicos, quase todos de água doce, adaptados à natação. Ex.: Daphnia pulex, a pulga d’água.

Sub Classe 2

Copepoda: também microscópicos, com muitos representantes parasitas de peixe. Ex.: Cyclops sp — vetor do Botriocéfalo e Filária de Medina.

Sub Classe 3

Ostracoides: organismos com o corpo protegido por uma "concha" bivalve, que encerra também a cabeça. Vivem em água doce e no mar.ex.: Eucypris sp.

Sub Classe 4

Cirripedia: são animais fixos e protegidos por uma carapaça calcária, vivem em ambiente marinho, cobrindo rochas, madeira de cais, cascos de navios, carapaças de siris, lagostas, moluscos e até a pele de cetáceos. Ex.: Mitella e Balanus, as cracas.

Sub Classe 5

Malascrostaca: são crustáceos evoluídos, todos macroscópicos. Divide-se em três ordens: Isopoda, Amphipoda e Decapoda.

Ordem 1

Isopoda: têm o corpo comprimido dorso-ventralmente. Ex.: Armadillidium sp (tatuzinho-de-jardim) e Ligia sp (baratinha-da-praia).

Ordem 2

Amphipoda: têm corpo comprimido lateralmente, vivem na água salgada e raramente na água doce. Ex.: Gammarus; Caprella e Hyalela.

Ordem 3

Decapoda: é constituída de organismos lateralmente comprimidos ou achatados, o abdômen em geral é maior que o cefalotórax. Alguns vivem em água doce; poucos são terrestres, a maioria é de ambiente marinho. Ex.: Crangon; Penaeus – camarão; Panulirus – lagosta; Pagurus – eremita (vive em concha de caramujos); Cancer – caranguejo comestível; Callinectes – siri comestível.

3.8. Diferenciação entre siri e caranguejo

Callinectes danae

Caranguejo

Cefalotórax quadrados, trapezóides ou arredondados.

O último par de patas não é transformado em remos

Cardisoma guanhumi

Siri

Cefalotórax elíptico com a margem anterior denteada.

Tem o último par de patas transformadas em remos

3.9. Importância dos crustáceos

Dois aspectos de importância básica, fonte de alimento e equilíbrio biológico em ecossistemas aquáticos.

 

4. Os aracnídeos

Esta classe compreende artrópodes corretamente confundidos com os insetos. Mas distinguem-se deles nitidamente pela divisão do corpo, pelo número de patas e pela ausência de antenas, além de outros detalhes que veremos a seguir. Como aracnídeos, são englobadas as aranhas, os escorpiões, os carrapatos, os pseudo-escorpiões e os opilões.

4.1. Principais características

4.2. Sistemática

Os Aracnídeos têm aproximadamente 30.000 espécies e as principais ordens são:

Araneídeos

Escorpinídeos

Acarinos

Pseudos-escorpionídeos

Opiliões

4.3. Sistema Digestivo

É do tipo completo e a digestão é extracelular e extra-intestinal, nas aranhas, onde seus sucos digestivos são injetados no corpo das presas (local onde é feita à digestão do animal).

A aranha não devora uma presa, pois apenas pode absorver líquido. Injeta-lhe saliva e depois aspira o líquido resultante da digestão dos órgãos da presa.

4.4. Sistema Circulatório

A circulação é lacunar e o coração é dorsal no abdome. O "sangue" é formado por um plasma, contendo amebócitos e hemocianina como pigmento respiratório. É comum chamar a hemolinfa o líquido circulatório dos artrópodes.

4.5. Sistema Excretor

A excreção é feita por um par de Tubos de Malpighi, ramificados, e ainda um ou dois pares de glândulas coxais situadas no assoalho do cefalotórax (excretam por ductos que se abrem entre as pernas).

4.6. Sistema Nervoso

Apresentam um cérebro, ligado por um anel nervoso a uma cadeia ganglionar ventral, semelhante aos insetos.

4.7. Sistema Sensorial

Como órgão visuais há os ocelos, com função táctil, há os pedipalpos e há células quimioreceptores nos apêndices.

4.8. Reprodução

São animais de sexos separados, com diformismo sexual e fecundação interna. Nas aranhas o macho utiliza o pedipalpo como o órgão copulador. São ovíparos e vivíparos (escorpiões). Possuem desenvolvimento direto. Há partenogênese em alguns ácaros.

 

5. Quilópodes

 

Diferenciação entre quilópodes e diplópodes

Quilópodes

Diplópodes

Apresentam movimentos rápidos

São carnívoros

Têm um par de antenas longas

Produzem veneno

Dotados de patas longas

Incapazes de enrolar-se

Corpo mais achatado

Menor número de segmentos

Apresentam movimentos lentos

São herbívoros

Têm um par de antenas curtas

Não produzem veneno

Dotados de patas curtas

Capazes de enrolar-se em espiral

Corpo mais circular

Maior número de segmentos

6. Diplópodes

 

2. Anelídeos — Vermes Segmentados (Filo Annelida)

Encontrados em ambientes terrestres, marinhos e dulcícola, os anelídeos são vermes de corpo alongados, cilíndricos e divididos em anéis, ou metâmeros.

Sós os anelídeos e um grupo de moluscos (os cefalópodos) representam os únicos invertebrados de circulação fechada.

A metameria apresenta-se tanto externa como internamente.

As características dos anelídeos:

·         Possuem simetria bilateral.

·         São animais triblásticos, mas são os únicos vermes dotados de celoma.

·         Já possuem sangue e um sistema circulatório de vasos sangüíneos. Aliás, digam-se de passagem, esses animais já revelam circulação fechada (o sangue circula apenas dentro dos vasos);

·         Sangue com hemoglobina dissolvida no plasma e amebócitos livres. Em alguns, existem outros pigmentos respiratórios — a hemocianina e a clorocruorina.

·         A cavidade celômica atua como transporte de nutrientes, gases e resíduos do metabolismo entre o sistema circulatório e as células do organismo.

·         A segmentação dos anelídeos não é apenas aparente: ela é externa e interna. Até o celoma é compartimentalizado nos numerosos anéis do corpo. Músculos, gânglios nervosos e órgãos circulatórios e excretores mostram-se individualizados em cada segmento.

·         O corpo é revestido por um tecido epitelial simples, que secreta uma cutícula delicada, protegendo o organismo contra a desidratação.

·         A parede do corpo contém uma musculatura bem desenvolvida e capaz de permitir o movimento do animal.

·         Habitat: vivem no solo (minhocas), na água doce (sanguessugas) e no ambiente marinho (nereide e espirografe). Dentre os marinhos, alguns são fixos, habitando o interior de tubos calcários formados por suas próprias secreções. Ex: Spirorbis sp.

·         Os anelídeos mais conhecidos: Minhoca (Lumbricus terrestris), nereide (Neanthes vires), sanguessuga (Diplobdella brasiliensis e Hirudo medicinalis).

Locomoção e classes dos anelídeos

Dotados de cerdas quitinosas, que, expandindo-se e retraindo-se, conferem, respectivamente, aspecto liso e áspero ao animal. Esses movimentos das cerdas, associados à ação muscular e nervosa, participam do mecanismo locomotor.

Três classes dividem os anelídeos de acordo com a presença ou não de cerdas:

·         Poliquetas (do grego polys = muitos; chaeta = cerdas) — possuem numerosas cerdas. Ex: Nereide (da areia das praias);

·         Oligoquetas (do grego oligo = poucos) — possuem poucas cerdas. Ex: Minhoca;

·         Aquetas (prefixo a = não, sem) — não portadores de cerdas. Ex: Sanguessuga.

Respiração

A maioria tem respiração cutânea, isto é, as trocas gasosas entre o organismo e o meio são efetuadas através da pele. Mas alguns representantes aquáticos respiram através de brânquias.

Os anelídeos possuem um sistema circulatório cujo sangue, deslocando-se por um sistema fechado de vasos, contém pigmentos respiratórios dissolvidos no plasma.

Digestão e excreção

Sistema digestivo completo, com boca e ânus.

A excreção é realizada por nefrídias (tubos que retiram os produtos finais do metabolismo diretamente do celoma e, em parte, do sangue, lançando-os ao exterior por orifícios na parede corporal). Há um par de nefrídias em cada segmento do corpo.

Reprodução

Alguns poliquetas fazem reprodução assexuada por esquizogênese (fragmentação do corpo com desenvolvimento de cada pedaço em um novo indivíduo. Mais comumente, há reprodução sexuada. Os oligoquetas são hermafroditas de fecundação cruzada).

As minhocas possuem uma dilatação sobre os 14.º, 15.º e 16.º anéis, chamada citelo, que tem participação no ato da reprodução sexuada.

O clitelo produz um casulo, dentro quais são eliminados os óvulos maduros. O casulo desliga-se do clitelo e desloca-se para a extremidade anterior, ali, recebendo espermatozóides de outra, ocorre à fecundação dos óvulos. Apesar de hermafrodita, a minhoca realiza fecundação cruzada. Após a fecundação, o casulo separa-se do corpo. Em seu interior, os óvulos fecundados se desenvolvem e origina minhocas jovens sem estágio larval, o que caracteriza o que se chama de desenvolvimento direto.

Reino Animalia IV: Moluscos e Equinodermos

 1. Moluscos: corpo mole, geralmente em conchas.

Os moluscos são invertebrados de simetria bilateral, celomados, não segmentados e dotados de corpo mole (do latim molluscum, ‘animal de corpo mole’). A maioria é portadora de concha calcária protetora, embora algumas espécies, como as lesmas e os polvos, não a possuam. Compreendem caramujos, caracóis, lesmas, búzios, ostras, mexilhões, mariscos, lulas, polvos e outros animais menos conhecidos. Muitos deles são consumidos na alimentação humana. Há espécies que medem alguns poucos milímetros e outras que atingem dimensões monstruosas, como o calamar gigante das profundezas abissais, que pode alcançar 15 m de comprimento e pesar algumas toneladas. Algumas espécies de ostras (principalmente as encontradas nas proximidades do Sri Lanka, antigo Ceilão) produzem pérolas muito valiosas. Com relação à importância médica, é interessante lembrar os moluscos planorbídeos (Biomphalaria glabrata), que servem de hospedeiros intermediários para o desenvolvimento larvar do verme causador da esquistossomose.

a) As características gerais dos moluscos

·         São dotado de corpo viscoso, envolvido por uma concha calcária e constituído de três partes: cabeça, pé e massa visceral.

·         A massa visceral é recoberta por uma prega epidérmica carnosa chamada manto ou pálio, responsável pela produção da concha calcária.

·         A concha dos moluscos pode ser univalva (caramujos) ou bivalva (ostras). Neste último caso, as duas peças ou valvas se articulam por uma borda e são movimentadas por poderosos músculos que fazem o seu fechamento ou abertura.

·         O sistema excretor nos moluscos é constituído de nefrídias, que retiram as excretas da cavidade pericárdia (ao do coração), a qual representa o celoma destes animais, e os derramam na cavidade do manto.

·         Entre o manto e a concha existe a cavidade do manto ou cavidade palial, que desempenha funções respiratórias.

·         São organismos triblásticos, celomados e de simetria bilateral.

·         A boca exibe uma língua provida de dentículos, denominada rádula, ausente apenas nas ostras e mariscos.

·         A respiração pode ser cutânea, branquial ou pulmonar.

·         Podem ser dióicos ou monóicos. Seu desenvolvimento pode ser direto ou indireto. No indireto, as larvas podem ser do tipo: véliger; gloquídio; trocófora.

·         Sistema digestivo completo.

·         Compreendem caramujos, caracóis, lesmas, búzios, ostras, mexilhões, mariscos, lulas, polvos e outros animais menos conhecidos.

·         Há espécies que medem alguns poucos milímetros e outras atingem dimensões monstruosas, como o calamar gigante das profundezas abissais, que pode alcançar 15 m de comprimento e pesar algumas toneladas.

·         Algumas espécies de ostras (principalmente as encontradas nas proximidades do Sri Lanka, antigo Ceilão) produzem pérolas muito valiosas.

·         Com relação à importância médica, é interessante lembrar os moluscos planorbídeos (Biomphalaria glabrata), que servem de hospedeiros intermediários para o desenvolvimento larvar do verme causador da esquistossomose.

 b) Classes dos moluscos

O filo Mollusca compreende cinco classes principais: Amphineura, Scaphopoda, Gastropoda, Pelecypoda e Cephalopoda.

Classe Amphineura

Os anfineuros abrangem moluscos pouco conhecidos, marinhos, encontrados no fundo do mar, revelando o corpo mole protegido por oito placas calcárias sobrepostas como telhas. Quando se sentem em perigo, enroscam-se à semelhança do tatuzinho-de-quintal. São conhecidos como quítons. Exemplo: Chiton magnificus.

Classe Scaphopoda

Os escafópodos vivem freqüentemente enterrados na areia das águas rasas, mas podem também ser encontrado em profundidades de até 4. 5000 metros. Tem o corpo dotado de uma concha tubular protetora, recurvada como um grande canino, medindo cerca de 6 cm de comprimento e aberta nas duas extremidades. O animal possui um pequeno pé cônico, como o qual se movimenta o se fixa às pedras. Exemplo: Dentalium meridionale.

Classe Gastropoda

Aqui se encontram numerosas espécies de moluscos muito conhecidos. O corpo possui nitidamente cabeça, pé e massa visceral. O pé achatado em forma de palmilha e cobre toda a porção ventral da massa visceral, daí o nome da classe (do grego gaster, ‘ventre’ e pous, podos, ‘pés’). Os gastrópodes revelam como principais características:

·         Pé achatado em forma de palmilha recobrindo o ventre.

·         Cabeça com dois pares de tentáculos, o primeiro olfativo e o segundo dotado de olhos.

·         Boca portadora de rádula, uma espécie de língua denteada e protrátil, que serve para "raspar" os alimentos como uma lima. Aliás, a rádula é encontrada em quase todos os moluscos, com exceção apenas dos pelecípodos.

·         A massa visceral é recoberto por um tecido de revestimento chamado manto ou pálio, formado de células ciliadas com glândulas, de cuja secreção resulta o material calcário que forma a concha.

·         Concha univalva, isto é, constituída de uma única peça geralmente enrolada em espiral, provida de uma cavidade ampla e helicoidal (exceção: a lesma, que não possui concha).

·         Cavidade do manto ou cavidade palial, espaço entre manto e a concha, onde se abrem os orifício. finais dos sistemas digestivo, excretor e reprodutor, e que funciona como brânquia, nas espécies aquáticas, e como pulmão rudimentar, nas espécies de habitat terrestre.

·         Muitas espécies são hermafroditas de fecundação cruzada. A larva é chamada véliger.

Classe Pelecypoda

Engloba as ostras, mexilhões e mariscos. Todos portadores de concha bivalva. A cabeça é pouco desenvolvida e o pé tem forma de lâmina de machado, o que e nome da classe (do grego pelekys, ‘machado’, e pous, podos, ‘pés’).

As brânquias desses moluscos desempenham dupla função — retiram o oxigênio dissolvido na água (como qualquer brânquia) e filtram partículas alimentares e algas verdes microscópicas, que são em seguida conduzidas à boca. Por essa razão, os pelecípodos são considerados "animais filtradores". Como suas brânquias são formadas de numerosas lâminas paralelas, há quem os chame de lamelibrânquios. Também são referidos como bivalvos ou acéfalos em muitos livros. Possuem junto ao pé glândulas bissogênicas que segregam o bisso, uma espécie de visgo com o qual se prendem às rochas.

Classe Cephalopoda

Os cefalópodos não possuem concha, a não ser o Nautilus (uma espécie rara) e a fêmea do Argonauta (outra espécie também em extinção). As lulas e calamares possuem um rudimento de concha interna — a pena, siba ou gládio, de natureza calcária e rígida. A característica principal dessa classe, contudo, é a presença de pés transformados em tentáculos ligados diretamente à cabeça, explicando-se assim a origem do nome (do grego cephale, ‘cabeça’, pous, podos, ‘pés’). Os polvos (Octopus vulgaris) e as lulas (Loligo brasiliensis e Sepia officinalis) possuem, respectivamente, oito e dez tentáculos. Nos polvos, a massa visceral fica contida num saco pendente da cabeça. São também portadores de uma bolsa de tinta que utilizam nos momentos de perigo. As lulas se deslocam por um princípio de jato-propulsão, à custa da eliminação brusca e violenta de égua por um sifão situado junto a reprega do manto que forma as brânquias.

Os polvos possuem tentáculos com ventosas que ajudam a fixação do animal às pedras ou a retenção das suas presas. Há nesses animais um par de olhos que atingem máximo desenvolvimento em invertebrados. São olhos muito parecidos com os dos animais superiores, tendo córnea, íris com pupila, cristalino e retina com bastonetes, que permite a formação de imagens bem definidas.

 2. Equinodermos: invertebrados exclusivamente marinhos

Os equinodermos (do grego echinos, ‘espinho’, ‘ouriço’, e derma, ‘pele’) são animais estritamente marinhos dotados de um endoesqueleto calcário formado de placas dependentes ou articuladas, na maioria das vezes originando proeminências, como espinhos, abaixo da epiderme, daí o nome do filo. Compreendem as estrelas-do-mar, os ouriços-do-mar, os pepinos-do-mar etc.

Não existe nenhuma espécie de equinodermo adaptada à água doce. Talvez isso se justifique por sua suposta origem a partir de grupo mais adiantados e marinhos que regrediram, tomando-se fixos, sofrendo involução da cabeça e assumindo simetria radiada na fase adulta.

Seus espécimes apresentam algumas particularidades importantes que devem ser vistas logo de início, pois os distinguem dos demais invertebrados. São:

·         Simetria bilateral do embrião e simetria pentarradiada na fase adulta;

·         Celoma de origem enterocélica

·         Deuterostomia.

 a) As características dos equinodermos

Uma das características mais marcantes é a presença de um complexo sistema de lâminas, canais e válvulas, denominado sistema aqüífero. Este sistema relaciona-se com a locomoção, secreção, respiração, circulação e até mesmo com a percepção do animal.

Outras características básicas:

·         São animais de vida livre, predadores ou detritívoros.

·         Simetria bilateral enquanto larva e formato pentarradial nos adultos.

·         São triblásticos e celomados.

·         Corpo sem cabeça.

·         Possuem endoesqueleto calcário.

·         Dotados de sistema aqüífero.

·         Animais dióicos, com fecundação externa e desenvolvimento indireto; produzem larvas ciliadas.

·         Não possuem sistema excretor especializado.

·         Têm sistema digestivo completo.

Merece destacar também a maneira de formação do celoma nos equinodermos. Nestes animais, o celoma tem origem em bolsas ou sacos celomáticos, que surgem por evaginações laterais das paredes do intestino primitivo ou arquêntero. Diz-se que a formação do celoma por este processo é entorocélica (do grego enteron, ‘intestino’, e keilos, ‘cavidade’). Esse processo só ocorre com os equinodermos e com os cordados. Com exceção dos equinodermos, todos os invertebrados têm celomação esquizocélica, isto é, a partir de brotos celulares endodérmicos que se desprendem das faces laterais do arquêntero, multiplicam-se e se separam, delimitando então a cavidade celomática que, aos poucos, vai se constituindo.

Há ainda mais um detalhe importante: durante o desenvolvimento embrionário estabelece-se à gástrula, que tem a forma de um balão. A "boca" desse balão é o blastóporo. Em muitos animais, após o desenvolvimento completo do embrião, o blastóporo permanece com a função de boca. Esses animais são classificados como protostômio (do grego proto, ‘primitivo’, e stoma. ‘boca’). Nos animais mais evoluídos, o blastóporo fica reduzido, no animal já formado, à função de ânus. A boca surge de uma nova cavidade que aparece na porção anterior do corpo. Esses animais são denominados deuterostômios (do grego deuteros, ‘segundo’, e stoma, ‘boca’). Também sob este aspecto, os equinodermos (todos deuterostômios) são os invertebrados que mais se aproximam dos cordados, uma vez que moluscos, artrópodos, anelídeos e asquelmintos são todos protostômios.

Existem células tácteis e olfativas espalhadas por toda a superfície do corpo dos equinodermos. Nas estrelas-do-mar, encontram-se grupos de células fotorreceptoras que atuam como minúsculos olhos nas extremidades dos braços.

Os equinodermos são todos de vida livre. Nunca formam colônias e não há espécie parasita. O corpo não revela segmentação. Desprovidos de cabeça, eles têm um sistema nervoso elementar, com um anel nervoso ao redor esôfago, do qual partem nervos radiais que se dirigem os braços ou para os lados (nos que não têm braços). O tubo digestivo é simples. Nas estrelas e nos ouriços, a fica voltada para baixo (face oral) e o ânus fica voltado para cima (face aboral). Nos ouriços, existe junto á boca um órgão chamado lanterna-de-Aristóteles, organizado por cinco dentes calcários fortes e afiados, cujos movimentos são coordenados por músculos desenvolvidos. Nas estrelas, esse órgão não existe, mas em compensação o intestino (que se segue ao estômago) é provido de cinco pares de cecos digestivos, que se dispõem na direção dos braços.

Não há um sistema circulatório típico, já que podemos encontrar apenas alguns canais em contato com o celoma, pelos quais circula um líquido claro com amebócitos. Esses canais vão até as brânquias, em número de 10, situadas ao redor da boca, onde ocorrem as trocas gasosas com o meio ambiente e a eliminação dos produtos de excreção. Conseqüentemente, não há sistema excretor definido nos equinodermos.

Os equinodermos revelam sexos separados (animais dióicos) e fazem a fecundação externa (o encontro dos gametas ocorre na água). Há diversos tipos de larva, todas ciliadas, mas a mais comum é o plúteo. Algumas espécies realizam a regeneração com muita facilidade. Entre as estrelas, até mesmo o fragmento de um braço pode reconstituir um animal inteiro.

O principal sistema desenvolvido pelos equinodermos é o sistema aqüífero ou ambulacrário, característico desse filo. Ele se compõe de: placa madrepórica (pequena lâmina circular com numerosos orifícios), localizada na face aboral junto ao ânus; canal pétreo, por onde circula a água do mar que entrou pela placa madrepórica; anel periesofagiano, conduto circular que dá prosseguimento ao canal pétreo e do qual saem as vesículas de Poli e os cinco canais radiais, que se expandem por zonas especiais, dispostas radiadamente no corpo do animal. Cada canal radial emite numerosas ampolas, das quais partem os pés embulacrários. A água penetra pela placa madrepórica, percorre todo o sistema ma e é eliminada pelos terminais dos canais radiais. Ao passar pelas ampolas, pode ser compelida (por pressão com os músculos) a entrar nos pés ambulacrários, que se estufam para frente. Como esses pés possuem ventosas nas extremidades, isso pode permitir ao animal fixar-se num substrato ou reter um alimento. A contração de outros músculos pode devolver a água às ampolas, determinando a retração dos pés ambulacrários. Todo o sistema aqüífero ou bulacrário é apenas uma especialização de parte do celoma dos equinodermos.

 b) As classes dos equinodermos

O filo Echinodermata compreende cinco classes:

Classe Crinoidea (Crinóidea)

Animais fixos, dotados de um pedúnculo, com mentos semelhantes a rizóides, que servem para fixação rochas. Dez tentáculos ramificados que lhes dão aspecto de flor. Conhecidos vulgarmente como lírios-do-mar (Antedon meridionalis). Alguns são flutuantes, com certa capacidade para nadar.

Classe Ophiuroidea (Ofiuóidea)

Equinodermos livres, corpo achatado em forma moeda com cinco tentáculos serpentiformes muito móveis. Conhecidos como serpentes-do-mar (Ophiura cinerea)

Classe Asteroidea (Asteróidea)

Animais bentônicos (que vivem somente no fundo d’água), apresentando movimentos discretos dos braços ou deslocando-se mesmo sem mexê-los, apenas com expansões e retrações dos pés ambulacrários, que formam fileiras, aos pares, na face inferior de cada braço. Possuem manchas ocelares (órgãos visuais) nas extremidades braços. Carnívoros. Devorem ostras e ouriços-do-mar. Para tanto, costuma everter o próprio estômago sobre a vítima. Depois de digerir parcialmente o alimento, o estômago é recolhido ao interior do corpo. Número de braços variável de acordo com a espécie. Conhecidos como estrelas-do-mar (Astropecten bresiliensis e numerosíssimas outras espécies).

Classe Echinoidea (Equinóidea)

Corpo semi-esférico ou globoso, desprovido de braços ou tentáculos, mas recoberto de espinhos grandes e numerosos com certa mobilidade. Conhecidos como ouriços-do-mar. Possuem lanterna-de-Aristóteles. Alguns ouriços têm o aspecto achatado de um escudo. São chamados de escudos-de-são-Jorge, corrupios ou pindás (muito encontrados no nosso litoral, principalmente em Santos).

Classe Holothuroidea (Holoturóidea)

As holotúrias possuem corpo alongados, mais ou menos cilíndricos, moles, com alguns pequenos tentáculos — brânquias — ramificadas ao redor da boca. Vulgarmente, são os pepinos-do-mar, que vivem no meio das rochas ou sobre a areia no fundo do mar, mas não muito longe da costa, em pequenas profundidades.

5 – Discussão

O Reino Animália é grande e complexo, porém, de tamanha importância.

6 – Conclusão

Concluímos que o Reino Animália são pluricelulares, eucariontes, heterótrofos, aeróbicos, sem clorofila, vivem em todos os ambientes da Terra. São divididos em invertebrados (sem coluna vertebral) e vertebrados ( com coluna vertebral). Possuem dois ou três folhetos embrionários, são eles: Endoderma, Mesoderma e Ectoderma.

Invertebrados: possuem um Exoesqueleto quitinosos, Poríferos ou espongenários, Celenterados ou cnidários; Plathyhelmints ou plateomitos; Asqueomitos; Anelídeos, Moluscos, Artrópodes e Equinodermos.

Vertebrados: com Endoesqueleto calcário ou cartilaginoso, como é o caso do tubarão. Alguns respiram com guelrras outros com pulmões, todos possuem um tubo digestivo, sistema circulatório, sistema nervoso completos; Aeróbicos, alguns são de dióicos outros monóicos. Peixes, Anfíbios, Répteis, Aves e Mamíferos.

7 – Anexos (Fotos)

8 -  Referências Bibliográficas

1.      GEWANDSZNAJDER, Fernando; LINHARES, Sérgio.

                                  Biologia – Programa Completo

                                  Ed. Àtica S/A – 1998

                                  183 a 229 pp

2.      PAULINO, Wilson Roberto

             Bilogia – Vol.Único

             Ed. Ática S/A – 1999

             231 a 285 pp

3.  WWW.professormarcosbio.hpg.ig.com.br/apostila.htm