Ecologia é o estudo das relações
entre os seres vivos e o ambiente
onde vivem. O termo "ecologia"
(do grego oikos, casa, e logos, ciência) foi
originalmente empregado
em 1866, pelo zoólogo alemão Ernst Haeckel
(1834-1919). No final
do século XIX e início do século XX foram publicados
diversos
trabalhos tratando das relações entre seres vivos e o ambiente.
Apenas a partir de 1930, porém, o estudo da Ecologia ganhou um espaço
independente dentro da Biologia.
Hoje os danos ambientais causados pelo
aumento da população humana,
pela escassez de recursos naturais
e pela poluição ambiental fazem com que a
Ecologia seja um dos
mais importantes ramos da ciência atual.
A Ecologia é muito abrangente,
envolvendo diversos ramos do
conhecimento. Além da Biologia, da Física
e da Química, também as Ciências
Econômicas e Sociais
têm de ser integradas, para que se possa entender a
incrível
complexidade das relações existentes entre o homem, os seres vivos
e o planeta.
BIOSFERA E ECOSSISTEMAS
Cerca de 1 milhão
de anos após Ter se formado, a Terra ainda era um
globo rochosa e quente,
com alguma água acumulada na superfície. Sua
atmosfera era provavelmente
constituída por metano, amônia, gás hidrogênio e
vapor
d'água, entre outros compostos.
À medida que o planeta foi se
esfriando, acumulou-se água nas depressões da
crosta, e assim
se originaram os primeiros lagos e mares da Terra. O intenso
bombardeamento
por radiações provenientes do Sol teria ocasionado alterações
químicas e físicas nos componentes da atmosfera e da crosta
terrestre, e,
nesse cenário, a vida surgiu, há cerca de 3,5
milhões de anos.
Com o aparecimento dos seres vivos, uma nova entidade
passou a fazer
parte da constituição da Terra: além da
litosfera (constituída pelas rochas
e pelo solo), da hidrosfera (constituída
pelas águas) e da atmosfera
(constituída pelo ar), passou a
existir a biosfera, representada pelos seres
vivos e pelo ambiente em que
vivem.
O conceito de biosfera
Biosfera, em sua definição
mais simples, é o conjunto de regiões da
Terra onde existe vida.
O termo "biosfera" foi introduzido em 1875 pelo
geólogo austríaco
Eduard Suess (1831-1914), durante uma discussão sobre os
vários
envoltórios da Terra. Em 1926 e 1929, o mineralogista russo Vladimir
Vernandsky
(1863-1945) consagrou definitivamente o termo, utilizando-o em
duas conferências
de sucesso.
Embora a palavra "biosfera" nos leve apensar em uma
camada contínua
de regiões propícias à vida em
torno da Terra, isso não é exatamente
verdade. A espessura da
biosfera é um tanto irregular, devido ao fato de
haver locais onde
a vida é escassa ou mesmo inexistente. Por exemplo, em
mares, lagos,
florestas, pântanos e campos a vida é abundante e variada. Há,
porém, áreas tão secas ou tão frias que dificultam,
ou até impedem, o
desenvolvimento da maioria dos seres vivos. É
o caso das regiões quentes e
desertas localizadas na faixa equatorial
e das regiões geladas situadas
junto aos pólos, onde poucas
espécies conseguem viver.
A maioria dos seres terrestres vivem em regiões
situadas até 5 mil
metros acima do nível do mar. Entretanto,
no Monte Evereste, foi encontrada
uma aranha vivendo a quase 7 mil metros
de altitude, e já se observou aves
migradoras voando a 8,8 mil metros
de altitude.
No mar, a maioria dos seres vivos habita a faixa que vai da
superfície
até 150 metros de profundidade, embora algumas espécies de
animais
e de bactérias vivam a mais de 9 mil metros de profundidade.
De acordo
com essas considerações, a biosfera teria espessura máxima
de aproximadamente 17 ou 18 Km, formando uma película finíssima
quando
comparada aos que 13.000 Km de diâmetro da Terra. Se o planeta
fosse
comparado a uma laranja, a biosfera não passaria de um fino papel
de seda
sobre sua superfície.
Biocenose, biótopo,
habitat e ecossistema
Biocenose ou comunidade biológica
As diversas
espécies que vivem em uma mesma região constituem uma
comunidade
biológica, também chamada biota ou Biocenose. O termo "Biocenose"
(do grego bios, vida, e koinos, comum, público) foi criado pelo zoólogo
alemão K.A. Möbius, em 1877, para ressaltar a relação
de vida em comum dos
seres que habitam determinada região. A Biocenose
de uma floresta, por
exemplo, compões-se de populações
de arbustos, árvores, pássaros, formigas,
microorganismos etc.,
que convivem e se inter-relacionam.
Biótopo
Para viver,
a Biocenose depende de fatores componentes físicos e
químicos
do ambiente. Em seu conjunto, esses componentes formam o biótopo
(do
grego bios, vida, e topos, lugar), que significa "o loco onde vive a
Biocenose".
No exemplo da floresta, o biótopo é a área que contém
o solo
(com seus minerais e água) e a atmosfera (com seus gases, umidade,
temperatura, grau de luminosidade etc.). Os fatores abióticos do biótopo
afetam diretamente a Biocenose, e também são por ela influenciados.
O
desenvolvimento de uma floresta, por exemplo, modifica a umidade do ar e
a
temperatura de uma região.
Habitat
Habitat significa
"o local onde vive determinada espécie". Tem
sentido mais
restrito de que biótopo, que se refere ao local onde vive toda
a Biocenose.
Se quisermos falar do local onde vivem as girafas, devemos usar
o termo habitat.
Mas se quisermos nos referir ao local onde vive a Biocenose
da savana, falamos
em biótopo.
Ecossistema
O conjunto vivo formado pela
Biocenose e pelo biótopo em interação é
chamado
ecossistema. Uma floresta, considerada em sua totalidade, isto é,
com
seus fatores abióticos e comunidades de seres vivos em interação,
constitui um ecossistema.
COMPONENTES DOS ECOSSISTEMAS
Todo ecossistema apresenta componentes bióticos, representados pelos
seres
vivos, e abióticos, representados pelas condições químicas
e físicas
do meio.
Componentes bióticos
Seres
autótrofos e heterótrofos
Os seres vivos de um ecossistema
podem ser divididos em autótrofos e
heterótrofos.
A maioria
dos seres autótrofos (algas, plantas e certas bactérias) faz
fotossíntese,
captando energia luminosa do Sol e utilizando-a na fabricação
de
matéria orgânica. Existem, ainda, alguns poucos seres autótrofos
que
fazem quimiossíntese, como, por exemplo, certas bactérias,
e obtêm energia
para a vida através de reações
químicas inorgânicas.
Os animais, fungos, protozoários
e a maioria das bactérias são
heterótrofos, isto é,
necessitam obter substâncias orgânicas (alimento) a
partir de
outros seres vivos ou de seus produtos.
Os seres autótrofos fotossintetizantes,
além de produzirem
praticamente todo o alimento consumido pelos heterótrofos,
liberam gás
oxigênio (O2) no ambiente. Esse gás é
utilizado na respiração pelos animais,
pelas próprias
plantas e por muitos microorganismos.
Componentes abióticos
Os componentes abióticos de um ecossistema são representados por
fatores físicos, como luminosidade, temperatura, ventos, umidade etc.,
e por
fatores químicos, como a quantidade relativa dos diversos elementos
químicos
presente na água e no solo.
Fatores físicos:
clima
Os fatores físicos que atuam em determinada região
da superfície
terrestre constituem o clima, resultado a ação
combinada de luminosidade,
temperatura, pressão, ventos, umidade e
regime de chuvas.
A radiação solar que atinge a Terra é
um dos principais determinantes
do clima. Além das radiações
visíveis (luz) utilizadas pelos seres
autótrofos na fotossíntese,
as emanações solares contém raios
infravermelhos, responsáveis
pelo aquecimento da atmosfera e do solo, o que
faz as temperaturas na superfície
terrestre serem favoráveis à vida.
A temperatura ambiental é
uma condição ecológica decisiva na
distribuição
dos seres vivos pelo planeta. Lugares muito quentes ou muito
frios somente
podem ser habitados por espécies altamente adaptadas a essas
condições.
A temperatura afeta outros fatores climáticos, tais como os ventos, a
umidade
relativa do ar e a pluviosidade (índice de chuvas) de uma região.
Fatores
químicos
Certos elementos químicos devem estar presentes
na água e no solo
para garantir a sobrevivência dos seres vivos.
A presença de fósforo na
forma de fosfatos, por exemplo, é
muito importante, uma vez que os fosfatos
são constituintes fundamentais
da matéria viva. Os elementos e sais
essenciais aos seres vivos são
chamados, genericamente, nutrientes minerais.
CADEIAS E TEIAS ALIMENTARES
Produtores e consumidores
Os seres autótrofos
produzem toda a matéria orgânica consumida como
alimento pelos
heterótrofos. Por isso os primeiros são chamados produtores,
e
os segundos,consumidores.
Em um ecossistema de campo, por exemplo, as plantas
de capim são es
produtores. Os gafanhotos que se alimentam do capim
são consumidores
primários, e os pássaros que se alimentam
dos gafanhotos são consumidores
secundários. Uma cobra que se
alimenta dos pássaros é um consumidor
terciário, e assim
por diante.
Existem organismos que possuem alimentação variada,
sendo denominados
onívoros (do latim omnis, tudo e vorare, comer, devorar).
Esse é o caso, por
exemplo, da espécie humana. Comemos vegetais,
desempenhando o papel
de consumidores primários, e também comemos
animais, desempenhando o papel
de consumidores secundários ou terciários.
Decompositores
Ao morrer, tanto os produtores como os consumidores servem de
alimento a certos
fungos e bactéria. Estes decompõem a matéria orgânica
dos
cadáveres para obter energia, e por isso são chamados decompositores.
Cadeias
e teias alimentares
Em um ecossistema, uma determinada seqüência
de alimentação é
denominada cadeia alimentar. No exemplo
que usamos anteriormente, a cadeia
alimentar era formada por capim; gafanhotos;
pássaros; cobras; fungos e
bactérias.
Uma cadeia alimentar
completa como essa apresenta três categorias de
organismos, que constituem
seus níveis tróficos (do grego trofos, alimento,
nutrição):
o nível dos produtores (capim), o nível dos consumidores
(gafanhotos,
pássaros, cobras) e nível dos decompositores (fungos e
bactérias).
As relações alimentares de um ecossistema, se observadas em conjunto,
formam um intrincado esquema, a teia ou rede alimentar.
CONCEITO
DE NICHO ECOLÓGICO
A palavra "nicho" (do italiano antigo
nicho significa, originalmente,
uma cavidade ou vão na parede onde
se coloca uma estátua ou imagem. Por
extensão, o termo "nicho"
transmite a noção de um "ambiente escondido", que
inspirou
o conceito de nicho ecológico, desenvolvido pelo ecólogo
norte-americano
C. Elton, no final da década de 1920: "Nicho ecológico e o
conjunto de relações e atividades próprias de uma espécie,
ou seja, o 'modo
de vida' único e particular que cada espécie
explora no habitat".
O conceito nicho ecológico é abstrato
e engloba desde a maneira pela
qual uma espécie se alimenta até
suas condições de reprodução, tipo de
moradia,
hábitos, inimigos naturais, estratégias de sobrevivência e
etc.
Escola: Setor Leste
Nomes: Larissa Coimbra, Beatriz e Lis.
Série:
1° turma: "T"
Turno: Vespertino
Disciplina: Biologia