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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
METODOLOGIA CIENTÍFICA II

MÉTODOS DE PESQUISA


Trabalho apresentado à Universidade Católica de Brasília, como requisito avaliativo da disciplina Metodologia Científica II, sob regência do Professora Doutora Eunice Soriano de Alencar, do Curso de Mestrado em Educação, área de concentração Ensino-Aprendizagem.

SAINT-CLAIR CARDOSO DE ARAÚJO
Brasília - DF, outubro / 2000

MÉTODOS DE PESQUISA

"Métodos são técnicas suficientemente gerais para se tornarem comuns a todas as ciências ou a uma significativa parte delas."

Kaplan


I - INTRODUÇÃO

Há uma certa confusão no meio científico entre método e técnica de pesquisa, motivo pelo qual são necessários alguns esclarecimentos referentes aos seus respectivos conceitos. KAPLAN (1969) procura esclarecer o conceito de métodos.
"Métodos são técnicas suficientemente gerais para se tornarem comuns a todas as ciências ou a uma significativa parte delas."
Deduz-se desta definição que método é técnica mais geral, mais abrangente, enquanto técnica é mais específica. Considerando-se, porém, que os métodos podem ser classificados em métodos de abordagem e métodos de procedimentos, observa-se que estes últimos, de certo modo, confundem-se com as técnicas, segundo a conceituação vigente. Métodos de abordagem referem-se ao plano geral do trabalho, a seus fundamentos lógicos e aos processos de raciocínio adotados, enquanto métodos de procedimentos relacionam-se com as etapas do trabalho.
Para MARCONI e LAKATOS (1990), a técnica identifica-se com a parte prática da pesquisa:
"Técnica é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou arte; é a habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parte prática. Toda ciência utiliza inúmeras técnicas na obtenção de seus propósitos."
A definição de método, segundo CERVO e BERVIAN (1983) é a seguinte:
"Em seus sentido mais geral, o método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado. Nas ciências, entende-se por método o conjunto de processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da verdade."
Portanto, método é um conjunto de processos, ou de procedimentos gerais, baseados em princípios lógicos e racionais, que permitem o seu emprego em várias ciências. Técnicas são conjuntos de normas usadas especificamente em cada área do conhecimento. A distinção entre método e técnica é definida por RUIZ (1981:138), nos seguintes termos:
"A rigor, reserva-se a palavra método para significar o traçado das etapas fundamentais da pesquisa, enquanto técnica significa os diversos procedimentos ou a
utilização de diversos recursos peculiares a cada objeto de pesquisa, dentro das diversas etapas do método.(...)"
A característica comum entre método de abordagem e técnica, quanto à relação com as etapas do trabalho, talvez seja a origem de possíveis confusões. Para esclarecer melhor a distinção entre método e técnica, convém lembrar que, neste caso, prevalece o critério da especificidade, inerente às técnicas: cada área do conhecimento dispõe de técnicas de pesquisa específica e, na mesma área ou na mesma pesquisa, cada etapa do trabalho pode exigir o emprego de técnicas próprias, adequadas ao objetivo que se pretende alcançar. Portanto, conclui-se que o método é constituído de procedimentos gerais, extensivos às diversas áreas do conhecimento, enquanto a técnica abrange procedimentos mais específicos, em determinada área do conhecimento.



II - DESENVOLVIMENTO

Desde que o homem começou a tomar consciência do mundo exterior e a interrogar-se a respeito dos fatos da natureza, foi movido por um impulso de "querer saber". Esse desejo de conhecimentos levava, necessariamente, à vontade de "saber fazer", isto é, de descobrir os caminhos que pudessem conduzi-lo ao seu objetivo. Surgiu assim a necessidade do "método". O método é o caminho que se percorre na busca do conhecimento. Etimologicamente, método é uma palavra que vem do grego methodos (meta+hodós), "caminho para se chegar a um fim".
Embora a noção da necessidade de um "caminho" ou caminhos na busca do conhecimento existisse desde os primeiros impulsos do "querer saber", as idéias básicas dos métodos científicos de pesquisa passaram a ser formalizadas por RENÉ DESCARTES (1596-1650), pensador e filósofo francês, no Discurso do método.
Descartes, para quem só existe o pensamento e dele tudo depende, postula a idéia fundamental de que é possível chegar ao conhecimento por intermédio da razão.
A base da filosofia cartesiana é a "idéia clara e distinta", a partir da dúvida, proveniente da falibilidade dos conhecimentos. A percepção que se tem das coisas que nos cercam é falha, pode levar a enganos. Por exemplo: um bastão mergulhado na água parece quebrado; uma estátua enorme, no alto de uma torre, parece pequena etc. Elegendo a dúvida como ponto de partida para a obtenção do conhecimento, o método cartesiano adquire um sentido de invenção, de descoberta, não se limitando à demonstração organizada do que já era conhecido. Quanto à idéia clara e distinta, deve estar isenta de outras idéias preconcebidas, deve estar livre dos preconceitos. Contudo, a idéia pode ser clara sem ser distinta. A idéia clara é distinta quando não existe em função das lembranças, quando tem suas origens na intuição e na dedução.
Segundo Descartes, existem, na realidade, apenas dois caminhos para se chegar à verdade: a intuição e a dedução. A intuição é um ato do entendimento e a dedução, uma nova intuição, a partir de duas intuições anteriores. Percebe-se, desta maneira, uma alusão clara ao raciocínio silogístico, pondo em destaque que a evidência da idéia "clara e distinta" é de tipo matemático.

Colocando a questão nesses termos, Descartes dispensa a utilização da lógica formal, pois desse modo a única lógica possível é a lógica dedutiva, cujo objeto são as naturezas simples, conhecidas pela intuição.
Por outro lado, Descartes considera a precipitação e a prevenção como procedimentos anticientíficos. Precipitação consiste em julgar sem ter alcança do a evidência, aderir a idéias que não são claras nem distintas. A precipitação configura-se como pressa excessiva na busca da verdade, determinada por uma grande confiança nos recursos do espírito, pela recusa em despender um grande esforço na investigação ou, simplesmente, para não mostrar ignorância, preferindo a afirmação precipitada. Já a prevenção caracteriza-se pela persistência nos preconceitos, em juízos admitidos desde a infância, que são considerados verdadeiros, sem terem passado pelo critério da evidência.
Para Descartes, para quem verdade e evidência são a mesma coisa, pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, começando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por deduções, a conclusão final.
Para a linha de raciocínio cartesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos seus elementos e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
Estão implícitas nessa fórmula quatro regras: (1) a da evidência; (2) a da divisão ou análise; (3) a da ordem ou dedução e (4) a da enumeração. A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão ou a incompreensão. Ocorre que, qualquer erro na enumeração pode quebrar o encadeamento das idéias, fundamental para o processo dedutivo, no qual o método se baseia.
As regras propostas por Descartes não têm por objetivo estabelecer a marcha cronológica na busca da verdade, mas constituem um conjunto de reflexos vitais, uma série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito. A respeito do assunto, diz LAFRANCE (1962):
"Enumerar, ordenar e simplificar, dividir, são movimentos que se compenetram no decorrer da investigação científica. Regidos pela idéia clara e distinta, todos esses movimentos têm por função facilitar o trabalho do espírito. Assim, para dividir bem, é preciso saber enumerar; para simplificar bem, saber dividir. Conforme as diversas etapas da pesquisa, as regras apresentar-se-ão mais ou menos necessárias. Às vezes, se deverá fazer uso maior da divisão, outras vezes, da simplificação e em outros casos, da enumeração."
Tais operações mentais constituem o movimento vital do espírito, que à procura dos seus caminhos vai e volta, numa oscilação rápida e contínua, para repousar na estabilidade e no equilíbrio da solução definitiva.
Para o filósofo inglês FRANCIS BACON (1561-1626), o método de Descartes, na realidade, não leva a nenhuma descoberta, apenas esclarece o que já estava implícito. Para Bacon, somente através da observação é que se torna possível conhecer algo novo. Este princípio básico fundamenta o método indutivo, que privilegia a observação como processo para chegar-se ao conhecimento. A indução consiste em enumerar os enunciados sobre o fenômeno que se quer pesquisar e, através da observação, procura-se encontrar algo que está presente nas ocorrências desse fenômeno.
Bacon estabeleceu também um método de pesquisa paralelo ao da indução: o método do raciocínio analógico ou raciocínio por classificação. Para ele, o raciocínio silogístico proposto pela Lógica de Aristóteles e utilizado por Descartes, essencialmente dedutivo, deveria ser substituído por sua nova lógica indutiva.
Mais tarde, GALILEO GALILEI (1564-1642), físico e astrônomo italiano, na obra Diálogo sobre as novas ciências (1638), expõe seu método experimental, empregado nas pesquisas que se situam na faixa intermediária entre as formais e as da natureza. O método experimental baseia-se na formulação de uma hipótese ou conjectura sobre o fenômeno a ser pesquisado; na enunciação de uma série de teoremas ou teses teóricas e na execução de experiências, com a finalidade de obter-se a confirmação ou negação da hipótese formulada.
O método classificatório é empregado nas pesquisas das ciências da natureza, principalmente a Botânica, Zoologia, Geologia, Mineralogia, e também na Tecnologia. Os métodos racionais podem abranger as ciências formais e parte das ciências da natureza. Os métodos empíricos, baseados na observação sensorial, abrangem parte das ciências físico-químicas, na pesquisa sobre os fenômenos da natureza passíveis de serem matematizados, tais como extensão, massa, movimento, partícula, elemento, carga elétrica, campo de força etc.
Para efeitos didáticos, dividem-se os métodos em dois grupos: (a) métodos de abordagem e (b) métodos de procedimentos. Os primeiros são constituídos de procedimentos gerais, que norteiam o desenvolvimento das etapas fundamentais de uma pesquisa científica, permitindo, por isso, seu emprego em várias ciências. O método dedutivo, por exemplo, é um método de abordagem que pode ser adotado na Matemática, na Sociologia, na Economia, na Física teórica etc. esses métodos são exclusivos entre si; contudo, na mesma pesquisa, pode-se usar o método dedutivo em determinada parte e o indutivo em outra. De modo geral, na elaboração de teses, emprega-se o método dedutivo na demonstração. O método indutivo é mais usado para a pesquisa e para a definição de conceitos, para a caracterização dos fatos e o estabelecimento de leis. Pela indução pode-se chegar à identificação de premissas expressivas.

A- Métodos de abordagem

De acordo com a forma de raciocínio utilizada, os métodos de abordagem classificam-se em: dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo e dialético.
A dedução é o caminho das conseqüências, pois uma cadeia de raciocínios em conexão
descendente, ou seja, do geral para o particular, leva à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias e leis gerais, pode-se chegar à determinação ou previsão de fenômeno ou fatos particulares.
Exemplo clássico de raciocínio dedutivo:

Todo homem é mortal: universal, geral;
João é homem; particular;
Logo, João é mortal. conclusão.

A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, isto é, a cadeia de raciocínios estabelece a conexão ascendente, ou seja, do particular para o geral. Neste caso, as constatações particulares é que levam às leis gerais.
Exemplo de raciocínio indutivo:

O calor dilata o ferro; particular;
O calor dilata o cobre; particular;
O calor dilata o bronze; particular;
O ferro, o cobre e o bronze são metais
Logo, o calor dilata os metais universal, geral.

De certa forma, o método indutivo confunde-se com o experimental, que compreende as seguintes etapas:
a. Observação - estudo das manifestações da realidade, espontâneas ou provocadas. A observação científica, obviamente, difere da observação comum, por ser rigorosa, precisa, metódica e voltada para a explicação dos fatos. A observação científica, freqüentemente, necessita de instrumentos que a tornam mais objetiva, mais rigorosa e quantificam o que está sendo observado.
b. Hipótese - ou explicação provisória do fenômeno a ser estudado. A hipótese propõe uma solução para o problema, que a investigação confirmará como verdadeira ou não. Por esse motivo, a qualidade principal da hipótese é ser passível de verificação.
c. Experimentação - observação provocada com o fim de controle da hipótese. Enquanto na observação os fenômenos são estudados como se apresentam, na experimentação os fenômenos são estudados nas condições determinadas pelo experimentador. A importância da experimentação está no fato de proporcionar condições privilegiadas de observação, podendo-se repetir os fenômenos, variar as situações da experiência, tornar mais lentos os fenômenos muito rápidos etc. Quando a experimentação não confirma a hipótese formulada, a pesquisa científica deve recomeçar, na busca da confirmação de outra hipótese.
d. Comparação - classificação, análise e crítica dos dados recolhidos.
e. Abstração - verificação dos pontos de acordo e de desacordo dos dados recolhidos.
f. Generalização - consiste em estender a outros casos semelhantes um conceito obtido nos fenômenos observados.

O método hipotético-dedutivo é considerado lógico, por excelência. Acha-se historicamente relacionado com a experimentação, motivo pelo qual é bastante usado no campo das pesquisas das ciências naturais. Não é fácil estabelecer a distinção entre o método hipotético-dedutivo e o indutivo, uma vez que ambos se fundamentam na observação. A diferença é que o método hipotético-dedutivo não se limita à generalização empírica das observações realizadas, podendo-se, através dele, chegar à construção de teorias e leis.
O método dialético não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de
polêmicas. Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade. Segundo GIL (1987b:32), há certos princípios comuns a toda abordagem dialética:
a- "Princípio da unidade e luta dos contrários. Todos os objetos e fenômenos apresentam aspectos contraditórios, que são organicamente unidos e constituem a indissolúvel unidade dos opostos. Os opostos não se apresentam lado a lado, mas num estado constante de luta entre si. A luta dos opostos constitui a fonte do desenvolvimento da realidade (Afanasyev, 1963, p.97).
b- Princípio da transformação das mudanças quantitativas em qualitativas. Quantidade e qualidade são características imanentes a todos os objetos e fenômenos, e estão inter-relacionadas. No processo de desenvolvimento, as mudanças quantitativas graduais geram mudanças qualitativas, e esta transformação se opera por saltos (Afanasyev, 1963, p.163)
c- Princípio da negação da negação. O desenvolvimento processa-se em espiral, isto é, suas fases repetem-se, mas em nível superior."

Do exposto conclui-se que o método dialético opõe-se a todo conhecimento rígido: tudo é visto em mudança constante, pois sempre há algo que surge e se desenvolve e algo que se desagrega e se transforma.

B- Métodos de procedimentos

Quanto aos métodos de procedimentos, não são exclusivos entre si e devem ser adequados a cada área de pesquisa. O método histórico, o comparativo e o estatístico podem ser empregados concomitantemente no mesmo trabalho, se adequados aos objetivos da pesquisa. Ao contrário dos métodos de abordagem, têm caráter específico e relacionam-se, não com o plano geral do trabalho, mas com suas etapas. Segundo LAKATOS e MARCONI (1991), os principais métodos de procedimentos, na área de estudos sociais, são: histórico, comparativo, monográfico, estatístico, funcionalista, estruturalista etc.
O método histórico consiste na investigação dos acontecimentos, processos e instituições do passado, para verificar a sua influência na sociedade de hoje. Partindo do princípio de que as atuais formas de vida social, as instituições e os costumes têm origem no passado, é importante pesquisar as suas raízes, para melhor compreender sua natureza e função. Por exemplo: para descobrir-se as causas de decadência da aristocracia cafeeira, pesquisam-se os fatores socioeconômicos do passado.
O método comparativo realiza comparações com a finalidade de verificar semelhanças e explicar divergências. É um método usado tanto para comparações de grupos no presente, no passado, ou entre os existentes e os do passado, quanto entre sociedades de iguais ou de diferentes estágios de desenvolvimento. Exemplos: pesquisa sobre as classes sociais no Brasil, na época colonial e atualmente; pesquisa sobre os aspectos sociais da colonização portuguesa e espanhola na América Latina.
O método monográfico, ou estudo de caso, consiste na observação de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações. Foi criado por Le Play, que o empregou para estudar famílias operárias na Europa. O estudo monográfico pode também abranger o conjunto das atividades de um grupo social particular, como, por exemplo: as cooperativas, um grupo de indígenas, os delinqüentes juvenis ou os idosos na sociedade atual. A vantagem do método consiste em respeitar a "totalidade solidária" dos grupos, ao estudar, em primeiro lugar, a vida do grupo em sua unidade concreta, evitando a dissociação prematura dos seus elementos. São exemplos desse tipo de estudo: monografias regionais, rurais, as de aldeias e até as urbanas.
O método estatístico fundamenta-se na utilização da teoria estatística das probabilidades. Suas conclusões apresentam grande probabilidade de serem verdadeiras, embora admitam certa margem de erro. A manipulação estatística permite comprovar as relações dos fenômenos entre si, e obter generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou significado. Um exemplo: pesquisa sobre a correlação entre nível de escolaridade e número de filhos.
O método funcionalista, utilizado por BRONISLAW MALINOWSKI (1884-1942),é, a rigor, mais um método de interpretação que de investigação. O método funcionalista enfatiza as relações e o ajustamento entre os diversos componentes de uma cultura ou sociedade.
Assim sendo, este método visa ao estudo da sociedade do ponto de vista da função das suas unidades, uma vez que considera toda atividade social e cultural como funcional ou como desempenho de funções. Exemplo: averiguação da função dos usos e costumes, no sentido de assegurar a identidade cultural do grupo.
O método estruturalista, desenvolvido por LÉVIS-STRAUSS, parte da investigação de um fenômeno concreto, atinge o nível do abstrato, através da constituição de um modelo que represente o objeto de estudo, retornando ao concreto, dessa vez como uma realidade estruturada e relacionada com a experiência do sujeito social. O método estruturalista, portanto, caminha do concreto para o abstrato e vice-versa, dispondo, na Segunda etapa, de um modelo para analisar a realidade concreta dos diversos fenômenos. Exemplo: estudo das relações sociais e a posição que estas determinam para os indivíduos e os grupos, com a finalidade de construir um modelo que passa a retratar a estrutura social onde ocorrem tais relações.
A conceituação empregada por Gil (1988) é a seguinte:
"O termo estruturalismo é utilizado para designar as correntes de pensamento que recorrem à noção de estrutura para explicar a realidade em todos os níveis."


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos para cursos de pós-graduação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

________. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. São Paulo: Atlas, 1995.

ASTIVERA, A. Metodologia da pesquisa científica (Trad. de Maria Helena Guedes Crespo e Beatriz Marques Magalhães). 6. ed. Porto Alegre: Globo, 1980.

AZANHA, José M. P. Uma idéia de pesquisa educacional. São Paulo: EDUSP, 1992.

BASTOS, Cleverson Leite & KELLER, Vicente. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia científica. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1995.

BASTOS, Lília da Rocha et alli. Manual para a elaboração de projetos e relatórios de pesquisa, teses, dissertações e monografias. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1995.

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MORAES, Irany Novah. Elaboração da pesquisa científica. Rio de Janeiro: EPUME, 1978.

SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 9. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

VIEIRA, Sonia. Como escrever uma tese. 4. ed. São Paulo: Pioneira, 1998.